Oi blog, tudo bem?
Ainda bem que você não é carente...
Olha só, terminei meu curta! Hip, hip, uha! Já enviei o filhote pra dois festivais e tô curioso demais da conta pra saber como ele vai se sair. Eu, pobre ator metido a besta decidi pra minha vida que chega de engavetar ideias ou ficar esperando que alguém resolva compra-las. Não tenho a MENOR formação pra isso, só meu senso estético e anos em frente a tela branca e a tela da TV. Não vou mentir que não tô sonhando em, surpreendentemente, levar um prêmio. inicialmente eu pensei em comprar uma maquina melhor, mas acho que talvez eu investiria numa faculdade de cinema. Sonhemos...
Estranho essa relação com o fazer filmes. Hoje em dia tenho a impressão de que um belo investimento em material seja o suficiente pra você fazer um filme. Sério. As filmadoras cada dia com uma resolução de fuder, tipo de eu olhar e achar a vida em technicolor muito melhor do que a real. Compro um computador fodástico e edito, faço efeitos especiais, montagem de som e o diabo a quatro. Mas honestamente acho esse processo horroroso. Ainda guardo aquele sonho de infância de ter A galera, o grupinho de amigos que se dão super bem e ainda trabalham juntos. Porque seria lindo ter uma pessoa pra cada função, cada um sabendo o que faz e fazendo bem. Mas...
Acho que eu assisti "Stand By Me" demais na adolescência...
Eu ia falar sobre os filmes que vi, mas lembrei que não me lembro do que vi...
Ah! Thor! É divertido, apesar das cenas de luta serem bem ruins... faz uma boa preparação para "Os Vingadores", that´s true.
"Bebês", um filme sobre... bebês! 4 coisitinhas mais fofolêndicas da vida e a câmera pegando cada cena inacreditável. Filme leve e gostosinho.
Também vi "Agentes do Destino", que é estranhamente romântico para um filme baseado num conto do Philip K. Dick. Emily Blunt dança gente! E lindamente!
E finalmente vi 127 Horas. O filme tem dois grandes problemas. O primeiro é que já de antemão sabemos que ele só vai sair dali 127 horas depois, então qualquer esforço dele vai ser em vão. E o segundo é que todas as personagens do James Franco sorriem com os olhos. Inclusive o James Franco...
Gente, me viciei em CityVille no Facebook. Que merda. Mas juro que ainda vou abandonar aquilo da mesmo forma que cheguei.
E Kiwi que ontem quase infartou os dois pais? Lá fui eu escovar os dentes e notei uma falta de movimentação. Debaixo da cama não tava, na cama não tava, no sofá não tava... comecei a chamar não apareceu... joguei o brinquedo não apareceu... me bateu uma aflição, olhei pela janela e nada lá embaixo. Menos mal. Desci correndo e deixei João procurando pelos corredores. 20 minutos se passaram para que Kiwi se desse por satisfeito em explorar o interior do sofá e decidido sair como se nada tivesse acontecido. Eu zanzando pela rua sem saber pra onde olhar e João subindo e descendo as escadas sem parar.
E quem há de dizer que não sou pai?
segunda-feira, 16 de maio de 2011
quinta-feira, 21 de abril de 2011
They'd write it on my grave...
Em 1996 eu botava os pés dentro de uma locadora perto da minha casa, em Maringá. Era um lugar ainda muito cheio de informação para alguém que a pouco tempo só havia entrado lá para ver o badalado (ao menos no bairro) "Faces da Morte". Tem cenas de mortes reais, cara! Ainda impulsionado por esse instinto sádico-curioso-adormecido, e pelas lembranças de noites de medo após assistir "Sexta Feira 13 - Parte sei-lá-quanto", fui direto para a sessão de terror, que ficava de costas para a sessão pornô e dava pra ver algumas partes retalhadas de corpos e genitálias por entre as fitas. Nessa época eu nem sonhava em entrar na internet, só pra constar. Entre alguns filmes antigos (It, O Iluminado e o Bebe de Rosemary estavam por ali), eu logo saquei uma capa moderninha, a estampa "lançamento" em meio a um bocado de coisa da década passada. Levei a VHS de "Pânico" pra casa e esperei todo mundo dormir para poder assistir, já que filmes de terror não interessava a mais ninguém. Foi o start de uma paixão avassaladora pela magia do cinema. Magia mesmo, sem medo de ser cafona ou piegas. Passei a frequentar a locadora avidamente, ao ponto do dono lamentar eu não ter ganhado o DVD player que estava sendo sorteado no natal. Comecei a ver de tudo(lembro até hoje quando vi A trilogia das cores), e assisti em torno de 80 % da locadora (menos a sessão religiosa por questão de gosto e a sessão pornô por questões familiares).
Não preciso dizer o quanto estava ansioso pra assistir ao quarto episódio da série né?
Felizmente, "Pânico 4" está bem mais para o inicio da série do que para a tenebrosa terceira parte da franquia, apesar de ficar longe do peso que a segunda parte conferia. A abertura já indica o que está por vir: um jogo de metalinguagem ágil e divertido, mostrando que apesar de serem de uma geração que curtiu Evil Dead e Colheita Maldita, o escritor Kevin Williamson e o diretor Wes Craven parecem bem antenados com o seu público, entregando um filme que trata do terror no novo século com desenvoltura. Infelizmente, falta cuidado com as três figuras remanescentes da série, que passam num rasante pela tela. Dewey, policial atrapalhado (ainda não sei se atrapalhado é o personagem ou o ator) de David Arquette agora é xerife, e seu casamento com a ex-reporter Gale Wheaters anda em crise, mas isso não importa para trama, bem como não importa o fato de ela não ter inspiração para escrever seu livro e nem de ele não mancar mais. As trapalhadas cômicas do policial agora são apenas incompetências, enquanto a esperteza da reporter que era tão revigorante na série aqui é deixado de lado. Sua atitude de se unir ao clube de cinema para entender as regras da nova sequência é boba e descartável.
(SPOILER)
Eu juro que eu esperava no final que a Gale tivesse fingido a gravidade da sua facada, e espalhado câmeras pela casa flagrando toda a tentativa da assassina em forjar a cena do crime. Seria coerente, não?
(FIM DO SPOILER)
E o que dizer da protagonista, a amaldiçoadísi-si-si-ssima Sidney Prescot? Após uma sequência de mortes ao seu redor ao longo de anos e ser elevada a heroína do novo século, que não se limita a gritar, mas esmurra o assassino e até ganha cena de teatro grego com direito a coro e tudo, ela agora apenas passa por todo o conflito com descuido por parte do roteiro, sem esboçar qualquer sinal da densidade adquirida ao longo dos anos. O roteiro se preocupa mais em ocupar a tela com os bonitinhos da vez (a sobrinha da Julia Roberts, o irmão do Mackauly Culkin, a ex-heroes, etc) na tentativa de fazer a platéia mais nova se interessar pela trama, que disfere críticas a todos os filmes de terror (TODOS, juro, tem uma cena ótima) e encara a nova onda de assassinatos com a calmaria de quem já teve a escola atacada por adolescentes armados. Uma pena, já que, fora a bonitinha-rouquinha da Hayden Panetone-autotune são todos bastante "mornos".
Ainda que enfraquecido aqui e ali, se esquecendo de assustar pelo meio do caminho, o filme ganha no terceiro ato, quando esquece a pastalhada de dialógos do assassino se justificando, e estendendo a trama para depois da revelação. Utilizando uma discussão (ainda que rasteira) para localizar a nova geração nos motivos de seus assassinatos, a justificativa é bastante plausível e até palpável, apesar de continuar achando a direção por vezes desleixadas nas coreografias de cena. E é sempre divertido ver um filme que sabe rir dos seus próprios absurdos. Que venha o quinto!
Enquanto isso, na sala ao lado, assisti a "Rio", em 3D, e sai tonto de tanta pirueta. Bonitinho. Só não entendi porque tanta reclamação por conta da critica brasileira em relação ao filme mostrar todos os pontos turisticos como se a cidade fosse só aquilo, quando boa parte da história se passa NA FAVELA. A vida segue.
O peso que uma animação e um filme de terror tem no blog da pessoa diz bastante sobre ela não? Ao menos na geração Facebook que se define por filmes, livros e músicas, diz sim.
Não preciso dizer o quanto estava ansioso pra assistir ao quarto episódio da série né?
Felizmente, "Pânico 4" está bem mais para o inicio da série do que para a tenebrosa terceira parte da franquia, apesar de ficar longe do peso que a segunda parte conferia. A abertura já indica o que está por vir: um jogo de metalinguagem ágil e divertido, mostrando que apesar de serem de uma geração que curtiu Evil Dead e Colheita Maldita, o escritor Kevin Williamson e o diretor Wes Craven parecem bem antenados com o seu público, entregando um filme que trata do terror no novo século com desenvoltura. Infelizmente, falta cuidado com as três figuras remanescentes da série, que passam num rasante pela tela. Dewey, policial atrapalhado (ainda não sei se atrapalhado é o personagem ou o ator) de David Arquette agora é xerife, e seu casamento com a ex-reporter Gale Wheaters anda em crise, mas isso não importa para trama, bem como não importa o fato de ela não ter inspiração para escrever seu livro e nem de ele não mancar mais. As trapalhadas cômicas do policial agora são apenas incompetências, enquanto a esperteza da reporter que era tão revigorante na série aqui é deixado de lado. Sua atitude de se unir ao clube de cinema para entender as regras da nova sequência é boba e descartável.
(SPOILER)
Eu juro que eu esperava no final que a Gale tivesse fingido a gravidade da sua facada, e espalhado câmeras pela casa flagrando toda a tentativa da assassina em forjar a cena do crime. Seria coerente, não?
(FIM DO SPOILER)
E o que dizer da protagonista, a amaldiçoadísi-si-si-ssima Sidney Prescot? Após uma sequência de mortes ao seu redor ao longo de anos e ser elevada a heroína do novo século, que não se limita a gritar, mas esmurra o assassino e até ganha cena de teatro grego com direito a coro e tudo, ela agora apenas passa por todo o conflito com descuido por parte do roteiro, sem esboçar qualquer sinal da densidade adquirida ao longo dos anos. O roteiro se preocupa mais em ocupar a tela com os bonitinhos da vez (a sobrinha da Julia Roberts, o irmão do Mackauly Culkin, a ex-heroes, etc) na tentativa de fazer a platéia mais nova se interessar pela trama, que disfere críticas a todos os filmes de terror (TODOS, juro, tem uma cena ótima) e encara a nova onda de assassinatos com a calmaria de quem já teve a escola atacada por adolescentes armados. Uma pena, já que, fora a bonitinha-rouquinha da Hayden Panetone-autotune são todos bastante "mornos".
Ainda que enfraquecido aqui e ali, se esquecendo de assustar pelo meio do caminho, o filme ganha no terceiro ato, quando esquece a pastalhada de dialógos do assassino se justificando, e estendendo a trama para depois da revelação. Utilizando uma discussão (ainda que rasteira) para localizar a nova geração nos motivos de seus assassinatos, a justificativa é bastante plausível e até palpável, apesar de continuar achando a direção por vezes desleixadas nas coreografias de cena. E é sempre divertido ver um filme que sabe rir dos seus próprios absurdos. Que venha o quinto!
Enquanto isso, na sala ao lado, assisti a "Rio", em 3D, e sai tonto de tanta pirueta. Bonitinho. Só não entendi porque tanta reclamação por conta da critica brasileira em relação ao filme mostrar todos os pontos turisticos como se a cidade fosse só aquilo, quando boa parte da história se passa NA FAVELA. A vida segue.
O peso que uma animação e um filme de terror tem no blog da pessoa diz bastante sobre ela não? Ao menos na geração Facebook que se define por filmes, livros e músicas, diz sim.
quarta-feira, 20 de abril de 2011
If it happens to you...
Essa semana fui ao BRASKEM, premiação do teatro baiano. Com uma cara de musical (bem... hum...) quase Broadwayano (OK, melhor dizer influenciado), a festa foi marcada por discursos bonitos, outros bastante equivocados. Alguém me explica que pessoa em sã consciência recebe um prêmio de revelação (veja, ninguém sabe bem quem é) e me tira duas folhas de um discurso que começa com: "quando eu nasci..."? Em seguida, no prêmio de Melhor Espetáculo Infanto-Juvenil, algo parecido: a premiada queria chamar todo mundo pro palco e ficava dizendo que o espetáculo "é muito lindo!". Mas valeu pelo discurso afiado de Fernando Guerreiro dizendo que agradecia ao parceiro pois era impossível fazer um espetáculo como aquele sem estar apaixonado. É, eu sou um romântico. Uma coisa que eu fico me perguntando, e que na premiação se tornou crônico, é a necessidade desse discurso de "ator baiano" aqui e "ator baiano" acolá, como se o fato de um ator daqui ser visto em uma novela ou filme é coisa de outro mundo. Será o tamanho do sucesso ser medido por uma projeção nacional? ou mais que isso, só se é alguma coisa se for em novela?
Esse fim de semana fui a São Paulo conferir a Virada Cultural, uma balaiada de artistas tomando as ruas da cidade cinza, muitos problemas técnicos e a falta de gás. É, gás. Atrações mornas, algumas poucas coisas boas perdidas em meio a tanta informação, como estourar pipoca com a tampa aberta e você só poder comer o que pegar no ar com a boca. Comecei a peregrinação vendo Tiê, uma cantora que não conhecia e logo comentei: "parece música de Aquarius Fresh", que João me explicou que bem podia ser, pois a moça era compositora de jingles antes de se lançar cantora. Eu achei uma Mallu Magalhães daqui alguns anos. Marina Lima tava em uma bad trip de achar defeito no som e não parou de reclamar e interromper música no meio. Mart´alia (é assim?) tava lá longe. Martinho da VilzzzZZzZzzZZzzZZZ... Cansei. Tô véio.
E o palco de Stand Up gente? Mais disputado que Applle Store no dia de lançamento, provando que o CQC faz a força. Só olhei de esgueio, sigo achando Stand Up Comedy uma modinha chata e de poucos arroubos. Pra calar a minha boca, fui parar n´um bar com Stand Up, e confesso que ri um pouco. Mas o melhor da noite ainda foi o Comida dos Astros e as paródias tresloucadas.
Só tirei o lucro quando fomos passear na 25, e baixou a consumista na pessoa. Voltei pra casa com 3 pares de calçados e um monte de coisinhas que nem ouso somar tudo pra não ver a cor do cheque especial. Resultado da viagem fora de hora: Virada Cultural só se Adele vier acompanhada de Monae, Torrini, Apple, Aydar, Naim e Gaga; me convide pra qualquer outra coisa, adoro a cidade que faz os olhos arder.
Preciso ir ao cinema. Urgente.
Uai, eu nem registrei no blog a chegada da cegonha. Passando pela rua em direção à Borracharia (a balada; os pneus vão bem) avistei um gatinho serelepeando com uma mocinha num terreno baldio. Em 15 minutos estavamos em casa sem saber o que fazer com aquele fiapo de gente. Kiwi Bill é um bebê de aproximadamente 2 meses, típico vira-latas e com uma carinha irresistível de morcego; orelhudo e zóiudo. Já escala o tapete atrás da porta feito "O Tigre e o Dragão" e já desce o sofá de rapel e sem cordas. Insuportavelmente fofo.
Tchau.
Esse fim de semana fui a São Paulo conferir a Virada Cultural, uma balaiada de artistas tomando as ruas da cidade cinza, muitos problemas técnicos e a falta de gás. É, gás. Atrações mornas, algumas poucas coisas boas perdidas em meio a tanta informação, como estourar pipoca com a tampa aberta e você só poder comer o que pegar no ar com a boca. Comecei a peregrinação vendo Tiê, uma cantora que não conhecia e logo comentei: "parece música de Aquarius Fresh", que João me explicou que bem podia ser, pois a moça era compositora de jingles antes de se lançar cantora. Eu achei uma Mallu Magalhães daqui alguns anos. Marina Lima tava em uma bad trip de achar defeito no som e não parou de reclamar e interromper música no meio. Mart´alia (é assim?) tava lá longe. Martinho da VilzzzZZzZzzZZzzZZZ... Cansei. Tô véio.
E o palco de Stand Up gente? Mais disputado que Applle Store no dia de lançamento, provando que o CQC faz a força. Só olhei de esgueio, sigo achando Stand Up Comedy uma modinha chata e de poucos arroubos. Pra calar a minha boca, fui parar n´um bar com Stand Up, e confesso que ri um pouco. Mas o melhor da noite ainda foi o Comida dos Astros e as paródias tresloucadas.
Só tirei o lucro quando fomos passear na 25, e baixou a consumista na pessoa. Voltei pra casa com 3 pares de calçados e um monte de coisinhas que nem ouso somar tudo pra não ver a cor do cheque especial. Resultado da viagem fora de hora: Virada Cultural só se Adele vier acompanhada de Monae, Torrini, Apple, Aydar, Naim e Gaga; me convide pra qualquer outra coisa, adoro a cidade que faz os olhos arder.
Preciso ir ao cinema. Urgente.
Uai, eu nem registrei no blog a chegada da cegonha. Passando pela rua em direção à Borracharia (a balada; os pneus vão bem) avistei um gatinho serelepeando com uma mocinha num terreno baldio. Em 15 minutos estavamos em casa sem saber o que fazer com aquele fiapo de gente. Kiwi Bill é um bebê de aproximadamente 2 meses, típico vira-latas e com uma carinha irresistível de morcego; orelhudo e zóiudo. Já escala o tapete atrás da porta feito "O Tigre e o Dragão" e já desce o sofá de rapel e sem cordas. Insuportavelmente fofo.
Tchau.
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Search and destroy...
Eu venho de um histórico familiar de atraso com relação ao ritmo "natural" das coisas da vida. Minha mãe conta que quando ainda moravamos em Brasília, meu pai achava desnecessário ter um telefone em casa, e cada vez que precisavam ligar pediam emprestado do porteiro. Quando era moleque, em Cascavel, todos os meus amigos já estavam zerando Streets of Rage 2 enquanto eu ainda fazia campanha espalhando bilhetinhos pela casa com os dizeres: "Não esqueça o meu Mega Drive!". Bem, toda essa justificativa nostálgico-depressiva pra justificar o post sobre True Blood 3 anos depois da estreia da série.
É quase impossível não gostar de True Blood né? Tipo, vamos falar de vampiros fodões, chamar uma ganhadora do Oscar mirim, uma melhor amiga nigga-attitude disparando palavrões com direito a mão na cintura e cabecinha fat family, um loiro bonitinho semi-nu e fodendo metado do tempo... depois a gente vê o que faz com tudo isso. Tá pronto a receita de um seriado safadinho que entrega tudo aquilo que Crepúsculo não fez.
Mas tem uma coisa que me incomoda muito nesses seriados, que é a inclusão de subtramas em todos os capitulos, como em uma tentativa desesperada em manter a impressão de que a série é imperdível porque é sempre cheia de novidades. Com isso, sobram histórias mal resolvidas e confrontos que se solucionam-se as pressas. As transições de capitulos as vezes também são preguiçosas de doer, como por exemplo justificar o desfecho de um episódio com extremo perigo para uma personagem e depois resolvê-lo como um mero pesadelo.
Ainda assim, a série conta com fatores muito interessantes, a começar pela protagonista interpretada pela Anna Paquin com muito vigor e entrega. E eu sempre crio um laço (de sangue?) com atores mirins torcendo para que eles "dêem certo" no futuro. No caso da atriz, é curioso perceber como o misto da garotinha que cresceu mas continua com tiques infantis funciona que é uma beleza no papel. Apesar de rodeada de figuras interessantíssimas a sua volta (o cozinheiro-traficante Lafayette é o meu favorito) a série é dela. Mais interessante ainda é perceber que os vampiros são os menos interessantes na trama; alias, que cidadezinha maldita essa não? Suspeito que não exista um humano sem aspirações a X-men ali.
Finalmente assisti "Sucker Punch"! Se você assistiu o trailer, já viu o melhor do filme; só falta baixar a trilha sonora e pronto, já tem tudo o que precisa dele.
Tchau!
É quase impossível não gostar de True Blood né? Tipo, vamos falar de vampiros fodões, chamar uma ganhadora do Oscar mirim, uma melhor amiga nigga-attitude disparando palavrões com direito a mão na cintura e cabecinha fat family, um loiro bonitinho semi-nu e fodendo metado do tempo... depois a gente vê o que faz com tudo isso. Tá pronto a receita de um seriado safadinho que entrega tudo aquilo que Crepúsculo não fez.
Mas tem uma coisa que me incomoda muito nesses seriados, que é a inclusão de subtramas em todos os capitulos, como em uma tentativa desesperada em manter a impressão de que a série é imperdível porque é sempre cheia de novidades. Com isso, sobram histórias mal resolvidas e confrontos que se solucionam-se as pressas. As transições de capitulos as vezes também são preguiçosas de doer, como por exemplo justificar o desfecho de um episódio com extremo perigo para uma personagem e depois resolvê-lo como um mero pesadelo.
Ainda assim, a série conta com fatores muito interessantes, a começar pela protagonista interpretada pela Anna Paquin com muito vigor e entrega. E eu sempre crio um laço (de sangue?) com atores mirins torcendo para que eles "dêem certo" no futuro. No caso da atriz, é curioso perceber como o misto da garotinha que cresceu mas continua com tiques infantis funciona que é uma beleza no papel. Apesar de rodeada de figuras interessantíssimas a sua volta (o cozinheiro-traficante Lafayette é o meu favorito) a série é dela. Mais interessante ainda é perceber que os vampiros são os menos interessantes na trama; alias, que cidadezinha maldita essa não? Suspeito que não exista um humano sem aspirações a X-men ali.
Finalmente assisti "Sucker Punch"! Se você assistiu o trailer, já viu o melhor do filme; só falta baixar a trilha sonora e pronto, já tem tudo o que precisa dele.
Tchau!
terça-feira, 29 de março de 2011
Faz de conta que ainda é cedo...
Eu nunca gostei de abordar esse tipo de assunto. Fica parecendo que estou "me achando" ao me colocar à par do que está acontecendo com um olhar crítico e tudo. Mas o que diabos a internet anda fazendo com a cabeça das pessoas?
Ontem o CQC (obviamente querendo causar burburinho) fez uma matéria com Jair Bolsonaro onde o deputado fez tudo aquilo que se espera dele: disparou ofensas para todos os lados e defendeu a ditadura com uma convicção que só assistindo pra ver. Resultado? Muita gritaria no twitter, "indignação", "preconceito", "racismo", todos em caixa alta. Claro, o twitter tem essa função de servir como uma válvula de escape para qualquer coisa, mas o grande problema é que parece que ele se tornou um bom consolo: já fiz minha parte, já reclamei, o mundo já sabe da minha opinião. Porque sabemos que das 10.000 pessoas altamente indignadas, é bem provável que só uma vá tomar alguma atitude que realmente sirva para alguma coisa. E olhe lá. Por que para cada indignado existe um que achou certíssimo, e os dois vão se ocupar com a gritaria online, um com o outro, e quando se cansarem mudam a hashtag. Basta ler os comentários embaixo de cada matéria para ver que muita gente está disposta a combater aquilo que as revolta, mas muita gente está concordando, enfatizando e defendendo os comentários protegidos pelo anonimato de apelidos e provocações fantasmas.
* "BOLSONARO PRESIDENTE!!! FORA OS GAYS....COMUNISTAS....BANDIDO BOM É BANDIDO MORTO....TORTURA PARA OS SUBVERSIVOS.... E QUE ELE ACHE UMA ESLAVA E TENHA UM FILHO PARA SER NOSSO NOVO FUHRER...." *
Eu fico me perguntando se vale a pena se desgastar por aqui.
A revista Caras saiu com uma noticia dizendo que, por ordem judicial, sairá com uma tarja preta cobrindo o nome de uma pessoa citada nas declarações de Cibele Dorsa minutos antes de se suicidar. Mais gritaria, mais ofensas. Gente que nem sabe o que está acontecendo, gente diretamente envolvida, desespero em ter a sua palavra lida, em ter seu nome protegido.
* "PAÍS INJUSTO,,, ONDE OS RICOS TENTA CALAR A BOCA DAS PESSOAS.. MAS A BOCA DE DEUS ELES NAO VAO CALAR... QUERO QUE MORRA NO INFERNO.." *
O caso Maria Bethânia idem. Sanatório online. Perdeu-se a oportunidade de rever questões válidas para se questionar a validade do projeto, o talento da artista, o gosto popular.
Surgiu por esses tempos um tipo cada vez mais comum: o caça-views. Para cada polêmica, alguém que sai correndo para fazer um video engraçadinho e receber os comentários elogiosos, as criticas; ser o alvo da vez. Ou alguém duvida que os Rafinhas Bastos da vida (ele considerado a pessoa mais influente do Twitter! Caso a parte...) tem uma piada na ponta da língua para cada um desses tópicos?
* "@astridfontenell Sei que vc gosta mto da minha cidade Salvador, da parabéns pra ela e nos ajuda com a TAG #Salvador462anos beijos e grata!" *
Tem se criado uma cultura do desespero em ser famoso, nem que essa fama não traga nada mais do que atenção. Se antes o "popular" era só o bonitão, o esportista, o engraçado da escola, hoje em dia qualquer um percebeu que tem a oportunidade (ou ao menos a impressão) de ser o centro ou de corrigir o erro de ter sido um "ninguém". Quem não conhece aquela pessoa que não perde a oportunidade de alimentar a sua rede social com um comentário ou um video só para ter uma avalanche de respostas? "Fui ouvido!", quase consigo escutar quando mais de 10 pessoas "curtiram", participaram do seu debate, deram RT, encaminharam... nada como colher os louros de ter sido o responsável por disseminar uma opinião ou ter causado um burburinho.
Que louros? Comentários elogiosos, mais alguns odiosos? É fácil lidar com a rejeição hoje em dia, pois logo em seguida segue um comentário negando tudo isso. Fico me perguntando que sentido tem isso tudo a não ser se ocupar. Sim, porque é fácil ficar online o dia inteiro "buscando informações", sabendo o que está acontecendo no mundo, pescando aquela piada da hora que vai ser o assunto da vez nas rodas de amigos. O que me pergunto é o que andamos fazendo com toda essa informação ou quantas delas realmente servem pra alguma coisa. "Falem mal, mas falem de mim" nunca fez tanto sentido nesses tempos onde quem cometeu suicídio foi o silêncio. Bem vindos a democratização da internet e seu direito de palavra.
Ontem o CQC (obviamente querendo causar burburinho) fez uma matéria com Jair Bolsonaro onde o deputado fez tudo aquilo que se espera dele: disparou ofensas para todos os lados e defendeu a ditadura com uma convicção que só assistindo pra ver. Resultado? Muita gritaria no twitter, "indignação", "preconceito", "racismo", todos em caixa alta. Claro, o twitter tem essa função de servir como uma válvula de escape para qualquer coisa, mas o grande problema é que parece que ele se tornou um bom consolo: já fiz minha parte, já reclamei, o mundo já sabe da minha opinião. Porque sabemos que das 10.000 pessoas altamente indignadas, é bem provável que só uma vá tomar alguma atitude que realmente sirva para alguma coisa. E olhe lá. Por que para cada indignado existe um que achou certíssimo, e os dois vão se ocupar com a gritaria online, um com o outro, e quando se cansarem mudam a hashtag. Basta ler os comentários embaixo de cada matéria para ver que muita gente está disposta a combater aquilo que as revolta, mas muita gente está concordando, enfatizando e defendendo os comentários protegidos pelo anonimato de apelidos e provocações fantasmas.
* "BOLSONARO PRESIDENTE!!! FORA OS GAYS....COMUNISTAS....BANDIDO BOM É BANDIDO MORTO....TORTURA PARA OS SUBVERSIVOS.... E QUE ELE ACHE UMA ESLAVA E TENHA UM FILHO PARA SER NOSSO NOVO FUHRER...." *
Eu fico me perguntando se vale a pena se desgastar por aqui.
A revista Caras saiu com uma noticia dizendo que, por ordem judicial, sairá com uma tarja preta cobrindo o nome de uma pessoa citada nas declarações de Cibele Dorsa minutos antes de se suicidar. Mais gritaria, mais ofensas. Gente que nem sabe o que está acontecendo, gente diretamente envolvida, desespero em ter a sua palavra lida, em ter seu nome protegido.
* "PAÍS INJUSTO,,, ONDE OS RICOS TENTA CALAR A BOCA DAS PESSOAS.. MAS A BOCA DE DEUS ELES NAO VAO CALAR... QUERO QUE MORRA NO INFERNO.." *
O caso Maria Bethânia idem. Sanatório online. Perdeu-se a oportunidade de rever questões válidas para se questionar a validade do projeto, o talento da artista, o gosto popular.
Surgiu por esses tempos um tipo cada vez mais comum: o caça-views. Para cada polêmica, alguém que sai correndo para fazer um video engraçadinho e receber os comentários elogiosos, as criticas; ser o alvo da vez. Ou alguém duvida que os Rafinhas Bastos da vida (ele considerado a pessoa mais influente do Twitter! Caso a parte...) tem uma piada na ponta da língua para cada um desses tópicos?
* "@astridfontenell Sei que vc gosta mto da minha cidade Salvador, da parabéns pra ela e nos ajuda com a TAG #Salvador462anos beijos e grata!" *
Tem se criado uma cultura do desespero em ser famoso, nem que essa fama não traga nada mais do que atenção. Se antes o "popular" era só o bonitão, o esportista, o engraçado da escola, hoje em dia qualquer um percebeu que tem a oportunidade (ou ao menos a impressão) de ser o centro ou de corrigir o erro de ter sido um "ninguém". Quem não conhece aquela pessoa que não perde a oportunidade de alimentar a sua rede social com um comentário ou um video só para ter uma avalanche de respostas? "Fui ouvido!", quase consigo escutar quando mais de 10 pessoas "curtiram", participaram do seu debate, deram RT, encaminharam... nada como colher os louros de ter sido o responsável por disseminar uma opinião ou ter causado um burburinho.
Que louros? Comentários elogiosos, mais alguns odiosos? É fácil lidar com a rejeição hoje em dia, pois logo em seguida segue um comentário negando tudo isso. Fico me perguntando que sentido tem isso tudo a não ser se ocupar. Sim, porque é fácil ficar online o dia inteiro "buscando informações", sabendo o que está acontecendo no mundo, pescando aquela piada da hora que vai ser o assunto da vez nas rodas de amigos. O que me pergunto é o que andamos fazendo com toda essa informação ou quantas delas realmente servem pra alguma coisa. "Falem mal, mas falem de mim" nunca fez tanto sentido nesses tempos onde quem cometeu suicídio foi o silêncio. Bem vindos a democratização da internet e seu direito de palavra.
domingo, 20 de março de 2011
Cinquantamila lacrime...
Acabou Ti Ti Ti minha gente! Oh, que pena... (not!) OK, não assisti a versão original e muito menos essa nova, mas só essa última cena... o que é Alexandre Borges? Alguém me explica que diretor em sã consciência não chama pra um canto e diz: "menos bicha!". Pior foi aguentar ele numa entrevista, dizendo que o personagem era andrógeno. Oi? E o final mostrando elenco e equipe se divertindo, a muleta mais usada pela Globo nos finais de novela?
Isso sempre me faz lembrar de uma história que um ex-quase-professor, Paulo Biscaia, contou em uma aula. Ao final dos espetáculos ficava uma piada interna do elenco dizendo que "se divertiu fazendo". Um dia perguntaram para uma atriz que estava grávida como ela estava se sentindo, ao passo que ela sacou na hora: "a gente se divertiu fazendo!".
Era algo assim... eu tenho memória de pum.
Sessão de filmes:
- La Mujer Sin Cabeza: a diretora Lucrecia Martel tem uma cinegrafia bastante agressiva. Aqui parece que ela se cansou e resolveu fazer um filme sobre "quase nada". Tentando retratar o estado psicológico da personagem, acabou fazendo um filme vazio de significância e que se conforma em passar longos 87 minutos afirmando a mesma coisa. Faz sentido dentro da própria lógica, mas aborrece profundamente do lado de cá da tela.
- Sobre Meninos e Lobos: finalmente fui atrás desde filme do Eastwood, e tenho a impressão que demorei. O filme é altamente triste, um arco dramático exageradamente dramático. Sensação de que o filme envelheceu mal.
- Drama: três estudantes de teatro resolvem tentar atingir um estado "Artaudiano" de interpretação. Acho que é auto-explicativo né?
- O Primeiro Que Disse: comédia-romantica-gay-italiana em que a melhor coisa do filme é a música "50 Mila" cantado pela Nina Zilli.
- Moon: filme de estreia do filho do David Bowie, Duncan Jones. Ficção cietífica acima da média, roteiro por vezes atrasado (dá pra adivinhar o final lá pela metade) e Sam Rockwell esforçado como sempre. Que venha o próximo, "Source Code".
Dei sorte com os filmes não?
E a Maria Bethânia? Tô com preguiça de comentar...
Tchau!
Isso sempre me faz lembrar de uma história que um ex-quase-professor, Paulo Biscaia, contou em uma aula. Ao final dos espetáculos ficava uma piada interna do elenco dizendo que "se divertiu fazendo". Um dia perguntaram para uma atriz que estava grávida como ela estava se sentindo, ao passo que ela sacou na hora: "a gente se divertiu fazendo!".
Era algo assim... eu tenho memória de pum.
Sessão de filmes:
- La Mujer Sin Cabeza: a diretora Lucrecia Martel tem uma cinegrafia bastante agressiva. Aqui parece que ela se cansou e resolveu fazer um filme sobre "quase nada". Tentando retratar o estado psicológico da personagem, acabou fazendo um filme vazio de significância e que se conforma em passar longos 87 minutos afirmando a mesma coisa. Faz sentido dentro da própria lógica, mas aborrece profundamente do lado de cá da tela.
- Sobre Meninos e Lobos: finalmente fui atrás desde filme do Eastwood, e tenho a impressão que demorei. O filme é altamente triste, um arco dramático exageradamente dramático. Sensação de que o filme envelheceu mal.
- Drama: três estudantes de teatro resolvem tentar atingir um estado "Artaudiano" de interpretação. Acho que é auto-explicativo né?
- O Primeiro Que Disse: comédia-romantica-gay-italiana em que a melhor coisa do filme é a música "50 Mila" cantado pela Nina Zilli.
- Moon: filme de estreia do filho do David Bowie, Duncan Jones. Ficção cietífica acima da média, roteiro por vezes atrasado (dá pra adivinhar o final lá pela metade) e Sam Rockwell esforçado como sempre. Que venha o próximo, "Source Code".
Dei sorte com os filmes não?
E a Maria Bethânia? Tô com preguiça de comentar...
Tchau!
sexta-feira, 11 de março de 2011
Catfish
Ontem assisti "Catfish", um documentário que causou burburinho em Sundance esse ano. Não à toa, a pelicula realmente surpreende não só pela conclusão da história mas também pela "sorte" dos realizadores de serem diretores com uma câmera prontos para registrá-la.
Mas se você não viu o filme, recomendo que (como a própria campanha de divulgação sabiamente o faz) pare de ler agora, não procure nada sobre ele e vá assistir "às cegas".
O filme já tinha ficado na minha (muito) pequena gaveta de memória à tempos, quando vi o trailer e parei no meio, obedecendo a jogada de marketing muito espertinha de não buscar informações sobre o filme antes de vê-lo. Mas como à época eu ainda não dominava a arte e as delícias do torrent (ups...), foi só agora que num lapso lembrei dele e fui correndo baixar.
A jogada de marketing é válida. A viagem proporcionada pelo filme é no mínimo inquietante. Bastam 5 minutos de filme para que percebamos que algo vai dar errado para aquele menino que se envolveu com uma lindeza pelo Facebook. Porém a edição ligeira nos prende e vai nos aguçando para a grande decepção que aquele rapaz vai sentir em breve. Mas a medida que o filme avança, não demora a começarmos a esperar pelo pior. Ora, pelo menos a minha geração que se CAGOU com "A Bruxa de Blair" já está logo imaginando algo atacando o cameraman, ou no mínimo uma correria destrambelhada como em "REC". Os anos trataram de criar um certo "trauma" por esses mockumentaries loucos para nos fazer crer que o impossível existe. Até o Aronofsky ousou isso com o belíssimo "Cisne Negro", quando fica a sensação de que Natalie Portman vai disparar um grito na nossa direção mandando-nos sair do quarto dela. Mas no caso deste, o realismo vai cada vez se aproximando mais do... bem... real... ao invés de ir inserindo elementos que nos preparam para a aceitação daquilo que ainda não acreditamos.
O próprio Nev (o "ator", nesse caso chamado de "Subject") é sempre a vontade demais para uma "pessoa comum". Seu naturalismo desafetado as vezes soa muito insuspeito para alguém que tecnicamente não estudou para isso. Mas como é seu irmão quem está por trás da câmera, logo percebemos que é possível que aquilo seja mesmo verdade.
O terceiro ato chega a ensaiar um ataque psicopata, mas eis que, ao invés do esporro, um silêncio inquietante se planta do lado de cá da tela ao começarmos a esboçar o que é que estamos prestes a ver. Fugindo às espectativas, abandonamos o Subject quase que totalmente e começamos a ser invadidos por palavras e imagens de um dia comum de uma vida nada comum. Subitamente a reviravolta se estabelece: é de verdade! Sabiamente o filme não tendencia ao julgamento e nem a recriminação; resta àqueles meninos investigar aquilo que eles mesmo estão surpresos de ver, num misto de curiosidade adolescente mórbida e maturidade. É invasivo e quase cruel, mas se pararmos para pensar, todo o dia somos bombardeados por imagens que tampouco nos dizem respeito. O que sobra é uma leitura acidental do que é o mundo hoje. Ou ao menos uma pequena e triste parte dele, que anda doente e procurando subterfúgios desesperadamente.
Fiquei pensando muito tempo sobre se o filme é realmente um bom documentário ou apenas um golpe de sorte. Mas acredito que independende da casualidade da coisa, a execução foi bem feita e cuidadosa na medida do possível. É um bom exemplo para qualquer cineasta de investigar o mais simples e quem sabe descobrir o incrível. Com certeza vou levar esse filme por um bom tempo.
Mas se você não viu o filme, recomendo que (como a própria campanha de divulgação sabiamente o faz) pare de ler agora, não procure nada sobre ele e vá assistir "às cegas".
O filme já tinha ficado na minha (muito) pequena gaveta de memória à tempos, quando vi o trailer e parei no meio, obedecendo a jogada de marketing muito espertinha de não buscar informações sobre o filme antes de vê-lo. Mas como à época eu ainda não dominava a arte e as delícias do torrent (ups...), foi só agora que num lapso lembrei dele e fui correndo baixar.
A jogada de marketing é válida. A viagem proporcionada pelo filme é no mínimo inquietante. Bastam 5 minutos de filme para que percebamos que algo vai dar errado para aquele menino que se envolveu com uma lindeza pelo Facebook. Porém a edição ligeira nos prende e vai nos aguçando para a grande decepção que aquele rapaz vai sentir em breve. Mas a medida que o filme avança, não demora a começarmos a esperar pelo pior. Ora, pelo menos a minha geração que se CAGOU com "A Bruxa de Blair" já está logo imaginando algo atacando o cameraman, ou no mínimo uma correria destrambelhada como em "REC". Os anos trataram de criar um certo "trauma" por esses mockumentaries loucos para nos fazer crer que o impossível existe. Até o Aronofsky ousou isso com o belíssimo "Cisne Negro", quando fica a sensação de que Natalie Portman vai disparar um grito na nossa direção mandando-nos sair do quarto dela. Mas no caso deste, o realismo vai cada vez se aproximando mais do... bem... real... ao invés de ir inserindo elementos que nos preparam para a aceitação daquilo que ainda não acreditamos.
O próprio Nev (o "ator", nesse caso chamado de "Subject") é sempre a vontade demais para uma "pessoa comum". Seu naturalismo desafetado as vezes soa muito insuspeito para alguém que tecnicamente não estudou para isso. Mas como é seu irmão quem está por trás da câmera, logo percebemos que é possível que aquilo seja mesmo verdade.
O terceiro ato chega a ensaiar um ataque psicopata, mas eis que, ao invés do esporro, um silêncio inquietante se planta do lado de cá da tela ao começarmos a esboçar o que é que estamos prestes a ver. Fugindo às espectativas, abandonamos o Subject quase que totalmente e começamos a ser invadidos por palavras e imagens de um dia comum de uma vida nada comum. Subitamente a reviravolta se estabelece: é de verdade! Sabiamente o filme não tendencia ao julgamento e nem a recriminação; resta àqueles meninos investigar aquilo que eles mesmo estão surpresos de ver, num misto de curiosidade adolescente mórbida e maturidade. É invasivo e quase cruel, mas se pararmos para pensar, todo o dia somos bombardeados por imagens que tampouco nos dizem respeito. O que sobra é uma leitura acidental do que é o mundo hoje. Ou ao menos uma pequena e triste parte dele, que anda doente e procurando subterfúgios desesperadamente.
Fiquei pensando muito tempo sobre se o filme é realmente um bom documentário ou apenas um golpe de sorte. Mas acredito que independende da casualidade da coisa, a execução foi bem feita e cuidadosa na medida do possível. É um bom exemplo para qualquer cineasta de investigar o mais simples e quem sabe descobrir o incrível. Com certeza vou levar esse filme por um bom tempo.
Assinar:
Postagens (Atom)