quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Ratsiti ladaat lihiyot lecha...

Sumi mesmo. Tanto trabalho que, chego em casa e a última coisa que eu quero é escrever sobre o que passou. Onde é que eu estava mesmo?

Alfenas.

Passei meu aniversário lá. Pois é, foi dia 10, mas nem fiz muita questão de firula, pois o único presente que eu poderia querer, não estava disponível. Não que o dia tenha passado despercebido. Na segunda apresentação dia (pois é, passei o dia no palco) cantaram parabéns pra mim ao final da peça; platéia lotada. Foi lindo. Segui o dia sem dar muita importância ao fato de que estava fazendo 27 anos, tudo o que queria era sair e comer um açaí na tigela, mas as pessoas todas pareciam muito enroladas. Quando finalmente desisti e fui malhar na academia do hotel, dou de cara com uma festa surpresa. Me jogaram na piscina e tudo. Ganhei presentes e muito carinho.

Mas a coisa mais impressionante em Alfenas foi a platéia no último dia de peça. Juntou 3 vezes mais gente do que cabia no teatro (que já era minúsculo), muita gente ficou de fora, enquanto dentro do teatro, os fãs se empilharam na boca de palco. Sim, fãs. Cheguei a pensar que estava no High School Musical, e não numa singela peça de Curitiba. Gritaria geral, a galera rindo até das piadas mais retardadas que nunca ninguém riu, e a gente pensando que as pessoas que ainda não tinham visto, não estavam entendendo patavinas daquela bagunda dos adolescentes. Na saída, eu fiz um memo pra caso volte ano que vem ao projeto: quero seguranças. Achei que seria carregado pela turba histérica, que por sinal, era muito estranha. Algumas meninas gritavam na nossa cara, pediam uma foto (gritando) e saiam (gritando), mas sem olhar pra gente de verdade. Ficamos quase meia hora atendendo todo mundo, até chegar no hotel. Eu sonhando com paz, silêncio e descanso, desço do ônibus e alguém grita de dentro do carro, disparando um flash bem no meu olho. Paz? Menos de 10 minutos dentro do quarto, toca o telefone e a recepcionista informa que tem gente na portaria esperando a gente. E a idéia era sair pra comemorar a passagem por MG, mas minha energia tinha sido toda sugada de canudinho.

Pois bem. Goiânia.

Todo mundo sabe, mas eu comprovo: que cidade quente. Não tenho feito nada além de teatro–hotel–teatro-hotelteatrohotelteatro.... O ritmo está bem puxado, e o calor não ajuda. Ao menos, o palco comporta quase todo o cenário e a gente consegue dançar todas as coreografias. Passamos a semana fazendo 3 sessões por dia, e hoje estou me sentindo com 27 anos ao cubo. Amanhã é a sessão aberta, que promete o mesmo fervo assassino. A platéia aqui é bem atiradinha, e sinto que a história vai se repetir.

Tô com alguma urucubaca pra perder coisas. Primeiro foi o cabo pra carregar a filmadora digital (que nem é minha), e depois, a minha câmera. O cabo eu não acho em lugar nenhum pra comprar, e minha câmera, sei lá. Era velhinha, 3.2 megapixels, mas, era a que eu tinha, e agora é rezar pra essa turnê passar pelo Paraguai.

Dormindo cada dia mais cedo, pois o corpo não agüenta. Feliz por estar trabalhando, mas me perguntando por mais quantos anos desse projeto eu sou capaz de suportar. Ao mesmo tempo que tenho essa oportunidade única de viajar o Brasil quase inteiro, sinto que estou incomodado com as limitações que a peça causa. Ainda que seja deliciosa de fazer, apresentá-la 3 x por dia é praticamente uma lavagem do Bonfim diária. Mesmo sendo um musical, ele não me desafia muito profundamente. Muitas questões na cabeça.

E uma saudade difícil no coração, no corpo, na mente.

Enquanto o amanhã não chega, aproveito pra tomar um banho bem gelado e demorado, e dormir na cama limpinha. Mordomias que essa vida de casa-hotel proporciona.

2 comentários:

Anônimo disse...

Me leva numa das viagens? Prometo ficar no canto, sentado, só olhando.

Ge disse...

Eu também quero ir...prometo que também fico em um cantinho, só olhando...hahhah.

Feliz aniversário...está (bem) atrasado mas os votos de felicidades são imprescritíveis...bjão.