sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Aways Chasing Raibows

Depois de completar 1 mês em Salvador, chegou a hora de dizer "tchau" pra essa terra. A despedida não foi tão difícil assim, até porque eu ainda não estava sozinho.

Em Curitiba, a recepção nem um pouco calorosa e já conhecida: céu nublado e chuva. E nos três dias de turismo o tempo permaneceu assim. Ruim para os passeios, ótimo para dormir. Três dias que se passaram arrastados. Na noite anterior à despedida, um breve momento de choro. Sem palavras, acho que não eram necessárias. Fiquei mal acostumado. É tão dificil encontrar alguém que vale a pena. Razão e coração em conflito. Venceu a razão, chora o coração.

Fui direto para Meia Praia, rever a família. Da água, nem cheguei perto. Salvador me deixou fresco. A praia aqui é tão feia que nem me animei a entrar. Amanhã acho que vou tomar um sol, só pra tirar a marca de regata e de chinelo que os passeios de moto deixaram de lembrança.

Ando quieto, mais do que o costume. Por um lado, feliz com a notícia de que a turnê 2009 do "Cantar e Viver o Brasil" está confirmada. Um dos pedidos pra esse ano foi trabalhar muito. Vamos viajar pelo Paraná e Minas Gerais, e de todo o cast, só o baterista não vai voltar. Feliz também de ver a familia bem, com saúde. A Gabi cada dia mais linda. Sexta feira já volto pra Curitiba e inicio o processo de entregar o apartamento. Dessa vez, não quero ficar pagando aluguel enquanto estiver fora. Com essa grana, dá pra viajar de novo. E nem tenho vontade de continuar morando lá, muito menos vivendo em Curitiba.

Mas não vou mentir que estou exatamente distribuindo alegria. Minha vontade era largar tudo, e tentar a vida em Salvador. Simples assim. Mas me faltam subsídios pra isso, e tampouco esse é um desejo que depende só de mim. Também não posso, a essa altura do campeonato, abrir mão de um trabalho tão bacana. Eu e meus contos de fadas...

Falando em trabalho, com a ONG em Simões Filho foi tão gostoso que nem parecia trabalho. Aquelas pessoas são simplesmente fantásticas. Uma vontade de fazer teatro rejuvenescedora. Tive só dois dias pra passar uma coreografia toda improvisada pra eles, e os danados fizeram direitinho. A peça conta a história da cidade, que antigamente se chamava Água Comprida, e ficou linda. Operando a sonoplastia, pude observar que o público também se divertiu. É a típica platéia não inicializada com teatro, e todo o trabalho que isso acarreta, mas é justamente a iniciativa do projeto que o torna tão especial. Até aula de produção teatral eles tem acesso, coisa que eu, em 4 anos de faculdade, nunca tive. No final, ganhei até presente dos alunos, que até gritaram meu nome, comemorando o sucesso da peça. Nem preciso dizer que engoli o choro ?

Não vejo a hora de voltar a trabalhar, ensaiar, viajar. Preciso ocupar a cabeça, já que a opção que eu fiz foi essa. Precisando de amigos. Vou indo, fazer a parte mais difícil do dia: dormir.
PS: não gosto de "tchau", prefiro "até breve". ;)


Razão eu perco, coração é voce
Foram tantas musicas
que agora qualquer acorde me faz chorar
Foram tantos temperos
que qualquer sabor me faz amargar

Eu estou tentando seguir em frente
Tem uma longa estrada me esperando
Mas essa estrada não me leva a nada
Nada que eu realmente queira

Coração é você

Eu não gosto de ficar sozinho
E você deixou a cama grande de mais
Eu já sabia disso
Mas eu quis mesmo assim
Ter um pouco que fosse
Só um pouco de você
Coração tenho eu
Razão não me deixa ter

Como eu me acomodei em seus braços
E brinquei com seus pêlos rudes
Em seu peito me perdi, suas pernas
Entre meus dedos, o contraste da sua pele
Seus olhos tristes de olhar sorridente
Seu riso abusado
Todas as músicas que você me fez ouvir
Com sua voz de cigarros que você nunca fumou

Eu quero mais

Eu devia largar tudo
sem pensar, fugir pra você
Meu coração está precisando ser feliz
Mas a razão não me deixa ser

Vivo eu em conflito
Essa imensidão de mar que tromba em rochedos
Essa saudade que desemboca em sonhos
Fortaleza de lágrimas
Corredeira de vontades
Navego cego que é pra não olhar para trás
Não me recordo de você
Te levo no colo
Em meu barco que é um fardo e não me deixa flutuar
Que só me deixa a mercê do tempo
Tempo esse que parece se divertir
Com os desenhos que deixa para trás

Sigo em frente
Construindo meu castelo de areia
Que é pra gente morar

Eu quero te dar o mundo

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