Relato de um dia bizarro:
13h - Faz 30 graus no verão curitibano. Almoço na feira do Largo da Ordem, com direito a tapioca, acarajé e caldo de cana.
14h - Passeio pela cidade, estranhamente quieta. Calor aqui é tão incomum que, quando acontece, curitibano acha que é trote e não sai de casa.
17h - Corrida no Passeio Público com meu amigo Eduardo.
19h - festa de aniversário de Thatá (a futura BBB). Numa bar simpatiquinho que parece a casa da vovó na fazenda (com galinhas e tudo), comi bem e ri bastante.
Aproximadamente 22:30h - No corredor do apartamento, água. Abro a porta, água, por todos os lados. Ligo para portaria. Fecham o registro e inicio uma jornada digna de escrava Isaura, puxando litros e litros de água (que vem de algum dos vizinhos) para o banheiro. Quando termino, chega a vizinha de frente. Choro, desespero, stress. "Meu Deus, perdi tudo", choramingava. Na minha curta e tola existência, acho que um tapete molhado não é "perder tudo", mas enfim, solicitamente vou ajudar. Disse para ela uma frase que digo sempre: "nada está tão ruim que não possa ficar pior". Contei pra ela que era só água, mas podia ser fogo. Ela parou de chorar. Descobrimos que não tem como puxar a água para o banheiro dela, por causa de degraus. Vamos todos puxar a água pra onde então? Exato. Pro meu apartamento. Eis que chega o namorado da vizinha. Mais choro.
Nesse instante, adentram o vizinho do lado, com sua mulher grávida. MAIS choro, MAIS discussão, MAIS stress. Após terminar com o apartamento da vizinha, retomado o meu e terminado, vou ajudar o vizinho que estava sozinho, já que a mulher não podia fazer esforço.
Susto. A grávida cai. Saio correndo e ligo pra emergência. Achei que meu coração ia pular pela boca. Agora eu compartilhava do stress. Mas acho que foi só o susto mesmo. O rapaz ao telefone conversa com ela, e parece que está tudo bem. Continuamos com o serviço. A essa altura, realizando o trabalho como um expert em inundações, pensando (e rindo por dentro) que estava dormindo com o inimigo, já que foi de um dos dois que partiu a aguaceira toda.
Terminado o grosso do serviço, deu-se início à uma caça as bruxas. Quem era o culpado? O vizinho da frente se defende, a vizinha do lado usa das leis da física. Eu digo que foi o Sr. Mostarda, na biblioteca, com o candelabro. Fecho minha porta. Qual a razão disso? Quer dizer... "uni-duni-tê, salamê-minguê, o culpado foi VOCÊ!". PARA A FORCA COM ELE! JOGUEM AOS LEÕES! Acho que não...
Agora são 1:35h da manhã, e ainda escuto no corredor os inquisidores. A vizinha, chora no ombro do namorado. A grávida, chora ao longe, chamando o vizinho. Eu aqui, escrevo no blog. Que merda. Por que fui inventar de sair de casa? Por que resolvi morar sozinho? Alias, por que eu ESTOU sozinho. Nessas horas a gente quer colo. Preciso dormir. Vou tomar um banho. Gelado.
Esqueci de contar: antes de sair de casa, o chuveiro queimou.
Nada está tão ruim que não possa ficar pior. ;)
3 comentários:
Aiiiiiiiiii! Chega fiquei com pena de você!!!! Q noite loucaaaaaaaa!!! Pelo menos o chuveiro queimou num dia de muito calor né??? Ou seja, não há mal que não possa piorar!! hahaha
Bjinhos
Que processo! Vc teve mesmo o seu dia de Kafka, hem?
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