As vezes esse mundinho não faz o menor sentido, e quanto mais injusto, menos a gente gosta dele. As vezes ele é capaz de tanta indelicadeza, de tanta grosseria, baixaria, que dá vontade de pular pra fora dele. Opa!, mas o mundo não é uma tábua, e ainda nos puxa de volta, o cretino.
Um segundo que passa e tudo muda. É justo? Dá tempo de colocar tudo no papel em um segundo? Dá tempo de calcular as possibilidades, pensar as variantes, tomar a decisão mais certa, e então dizer um grande "sim" ou "não"? Ou vamos lembrar de tudo o que fizemos, pensando que o certo é não repetir o mesmo erro, e viver o resto da vida com um "talvez", já que o mesmo raio não cai duas vezes no mesmo lugar, cada caso uma sentença, uma moeda tem dois lados...
É linear e a gente sempre toca pra frente; é circular e a gente corre, corre, corre, e volta pro mesmo lugar; é desgovernado feito um touro cego pelo sangue que sai da espada enfiada no pescoço?
Acho que é fino, feito um fio de cabelo.
E então a gente se pendura pela vida, e balança sem medo da corda arrebentar, porque a problemática não é cair, e sim chegar o mais longe possível.
Por isso fico um pouco mais tranquilo em me contentar com pouco. Fico feliz em sentar na frente de um bom filme com um pote de sorvete; ou em descobrir um lugarzinho gostoso que dá pra sentar e beber cerveja com os amigos; ou saber que ainda sou capaz de me apaixonar, mesmo tendo me machucado tanto.
A gente se agarra, balança e pula. Ou arrebenta e, foda-se, a gente voa.
Pequenas coisas, meu amigo. Pequenas coisas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário