quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Nine maneiras de destruir um musical...

Ontem o love me levou para assistir "Nine", adaptação de um musical da Broadway com um elenco estrelar. Eu nunca tinha ouvido falar dele, mas musical pra mim é igual sorvete: sempre bem vindo.

Bem, que eu adoro musicais, isso não é segredo nem novidade pra ninguém. Sempre me encantei com a ideia de uma pessoa estar andando na rua e sair cantando e dançando porque está feliz, e as outras pessoas ainda se juntarem a ele numa coreografia perfeita, sem ensaio, espontâneamente.

Esqueceram de me avisar que é um drama musicado, e não um musical.

A melhor coisa dos filmes são as coadjuvantes. Kate Hudson, apesar de interpretar aquele tipo à qual ela é premiada em interpretar, tem a melhor cena musical do filme, e ainda canta bem. E por incrivel que pareça, Fergie tem o número mais interessante e o menos mal tratado. No quesito interpretação, digamos que não é dificil pra ela interpretar uma prostituta, já que basicamente é o que ela vem fazendo em vários de seus clipes.

Espero que depois desse, os produtores tenham percebido que Rob Marshall não serve para ser diretor de cinema. Apesar de coreógrafo, ele não parece ter controle algum sobre a edição, que insiste em retalhar suas coreografias. E o mesmo problema de Chicago se repete: ele se limita a colocar a câmera na boca de cena, como se fossemos apenas pláteia de um musical ao vivo, se esquecendo que o cinema permite que a gente faça perte da cena.

Holliwood ainda não encontrou um ator para seus musicais. Ao que tudo indica não é na geração de Richard Gere e Daniel Day-Lewis que vão encontrar...

Quanta música chata gente...

A melhor coisa do filme é a Marion Cotillard, mas pode ser também porque é a única personagem com espaço para crescer.

Enfim, tem coisas boas sim, mas no geral é ruim que dói. O começo é tão lento que chega a dar sono, e a estrutura fica mais ou menos assim: entra uma protagonista chata, logo depois uma coadjuvante bacana para animar. Uma chata, uma bacana. Uma chata, uma bacana. Termina chato. 9 mulheres poderosas, e eles não pensaram em fazer um grande número. No começo elas se juntam num "lá lá lá" chato, - eu penso: OK, eles guardaram para o final - e então, elas se juntam de novo e nada fazem.

Resultado final: chato!

Vou tomar sorvete-tchau!

sábado, 13 de fevereiro de 2010

When the earth was still flet...

Foi uma longa ausência. Me justifico em algumas linhas.

Ontem fui ao show de Beyoncé. 50 mil pessoas embasbacadas com uma semi-deusa dos tempos modernos. Semi? Nos dias atuais, chego a desconfiar que Beyoncé seja mesmo o *eus de algumas daquelas pessoas que choravam e gritavam pelo nome de uma negra americana de nome francês que canta uma língua que a maioria ali não entendia. Invejo essas pessoas que conseguem ser feliz com R$ 80,00. Felicidade plena, não duvide.

Hoje acordei, deixei a paciência em 2:30h dentro de um mercado abarrotado por conta do carnaval; deixei uma nota preta em comida e necessidades; deixei algumas calorias pelo caminho de volta à casa.

Subi a escadaria da favela em frente de onde moro, fiz amizade com o dono de um botequim que me deixou levar 4 engradados de cerveja sem muita cerimônia, nesse tipo de confiança que só os menos privilegiados são capazes de depositar no próximo.

Prestes a começar o almoço, escuto 6 tiros. Me jogo no chão. Breve silêncio. Olho pela janela e vejo 2 adolescentes descendo a mesma escadaria em que acabara de passar, um deles escondendo uma arma numa sacola de papelão azul. Num impulso jornalístico, agarro a câmera e volto, para registrar uma pequena turba se despencando por todos os lados em mórbida curiosidade. O corpo caído logo ali, em frente a minha janela. Por alguns degraus não vejo o sangue. Fico registrando a vida que passa.

Os dias por aqui tem sido assim, intensos, descontrolados, imprevisíveis. Me casei. De dividir o teto e tudo, aliança e tudo, juras de amor e tudo. O casamento no papel sai em setembro, com direito a festa discreta e convidados. Não sei se minha família virá. Talvez venham e me surpreendam, talvez eles simplesmente não entendam, e eu sigo minha vida tentando ser feliz.

Me mudei, de um pequeno largo onde presenciei um homem ser esfaqueado para um onde acabei de ver um homem ser baleado. A casa ainda não esta 100%, mas está lindinha como 2 pessoas que se amam podem conquistar.

Amar. De repente, esse tempo chegou.

Então eu meio que abandonei esse espaço. Tem tanta vida aqui fora, que mal dá tempo de pensar em acordar.

Mas eu volto, sempre que der para escrever alguma coisa.