sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

E se eu morresse de saudade?

E lá se foi meu primeiro grande Carnaval, conduzido em grande estilo nas ruas molhada pela chuva nessa delicia de Salvador.


E devagarinho, Fevereiro vai partindo ao meio, sem pena nem remédio, o mesmo sentimento de que eu devo ir embora deixando pra trás uma história que mal teve tempo de começar.


Algum cretino inventou essa história de que só dá pra ser feliz com emprego, e só dá pra ser alguém com dinheiro. A gente deve se sentir culpado por não ser um ajustado e não ajudar nas contas em casa.


Idéia lenta de felicidade.


Fui doutrinado a me preocupar com a velhice, a me preocupar com doença, a me procupar com a alta do dólar. Educado a ser polido; eu que adoro falar palavrão. Bordaram com nílon na minha cabeça que se eu não for doutor, eu não sou ninguém. Puta merda, as vezes eu me sinto um ninguém.


Nunca soube jogar futebol, handebol, basquete. Nem basebol, vôlei; nem pingue-pongue, nem peteca. Coitado do meu pai, que teve filho varão com alma de artista.


Nunca fui um excelente aluno, e odeio não ser tão inteligente quanto poderia. Demorei 4 meses pra ler um Sartre, e tenho a impressão de que ainda não o entendo muito bem. Me sinto idiota por não achar William Faukner maravilhoso.

Odeio meu vocabulário, e ainda assim, leio muito menos do que poderia.


Nunca assisti um filme do Felini, mas ainda assim sou capaz de gastar quinze reais pra assitir o Jason.


Uma das muitas pessoas que conheci nesse Carnaval me soltou uma dessa: "é uma merda a gente ter que conviver com esse sentimento de culpa", a respeito da alegria fácil que saltava nas ruas. "Dá pra ser feliz com muito menos".


Eu me seguro pelas beiradas. Papo brabo esse. Em meio a luz difusa do sol nervoso que escapa pelas persianas ao vento, um desenho na TV, e um ronco baixinho confortante ao lado. Casa com cheiro de habitada é uma delicia. Ainda me resta alguns segundos por aqui. Vou indo, preparar o remédio pra cuidar de quem eu me preocupo, fazer um carinho, mirar uns olhos marronzinhos feito barro ressecado.


Dá pra ser feliz com muito menos.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Deux ex machina...

Carnaval em Salvador me lembrou o filme "Hotel Ruanda", filme de 2004 que aborda o conflito entre duas etnias africanas quase idênticas, mas que se odeiam mortalmente.


Aí você me pergunta: "surtou moleque? O que D-I-A-B-O-S aqueles filme violento de história triste tem a ver com a maior festa do mundo?"


Realmente, quase nada, mas foi o que me veio a cabeça, presenciando aquela zona caótica.


No primeiro dia, sai no bloco "Os Mascarados", com uma calça desenhada de fitinhas do bonfim e todas as cores da bandeira LGBT. Fechativo, como dizem por aqui. Pelas ruas, muita, mas muita gente. Não, vocês não estão me entendendo: muita gente. Margareth Menezes puxava uma múltidão, e cada vez que ela cantava "Maimbê Danda" (coisa que ela fez umas 5 vezes) eu tinha a impressão que a terra ia sair do curso. Ou você pula, ou você pula. Até morto pula. Em determinada altura tive medo, de verdade. Ao tentar sair do trio para a calçada, uma turba quase me carregou pra longe. Mas minhas habilidades ninjas me mantiveram de pé.


Outro dia vi de longe Daniela Mercury, com sua técnica perfeita, carregando mais gente ainda. Nem cogitei chegar perto.


Caudia Leite passou bonitinha e simpatiquinha. Nem parece que a doida acabou de parir.


Banda Eva com Saulo Fernandes passou gostosinho, gente nem de mais, nem de menos, e músicas diferentes daquelas que todo mundo repete incansavelmente.


Carlinhos Brown tem uma energia ótima, e acompanhei o trio com um pouco mais de sossego.


E eis que passa dona Ivete Sangalo. Mal tive tempo de ficar pasmo. O que ela carrega é uma nação embasbacada. As únicas pessoas que não pulavam com ela, eram aquelas que estavam ocupadíssimas tentando bater uma foto ou filmar a lembrança da passagem da moça. É a única em que a voz da cantora sobressaia os instrumentos, até mesmo o bumbo. Voz retumbante, afinada; técnica sem perder a emoção. Quando ela fala, poucos entendem. Bocas abertas de mais para ouvir. Quando ela canta, uma certeza: a terra inclinou 3 graus para a esquerda, e se ela não parar, o globo vai rodar pra fora da via láctea.


Mas quando achei que já tinha visto tudo, eis que passa o tal Psirico. Com o perdão da palavra: PORRA! O Psirico é um grupo mais povão, que toca alguma coisa que nem pude prestar atenção. Era gente de mais e eu estava tentando salvar minha vida. Muita gente ocupando o mesmo espaço e querendo ocupar todos os espaços, de cima a baixo, da esquerda para a direita. O povo se encoxa sem dó, sem medo, sem preconceito; pode ser homem, pode ser mulher, pode ser a parede. Eu mesmo tinha um bundão de um negão na frente rebolando freneticamente, e fiquei morrendo de medo dele virar pra trás e se retar mas, que nada!, a única preocupação é rebolar ao som do Kuduro, ritmo afro meio brega que anda bombando por aqui.


Muita gente feia. Não vou mentir não. Mas eu gosto. Ainda fui parar no lado "gente rica" da festa, e particularmente, aqueles trios com música eletrônica não me atraiu. E nem vi tanta gente bonita, o que vi mesmo foi gente que se acha bonita, e essa é uma grande diferença. Gosto de povão mesmo, gente sem frescura, sôfrega pra ser feliz com qualquer nota. Comi comida de rua mesmo, usei banheiro público fedorento mesmo. Essa decididamente não é uma festa pra gente fresca e com qualquer tipo de frescura e preconceito. Muita sujeira. Entre a passagem de cada trio, quando a rua esvaziava um pouco (e enfatizo o "um pouco"), era uma nostalgia de minha infância fazendo compras no Paraguay. Lixo pra tudo quando é lado, as ruas tomadas por vendedores, caos total.


Vi a passagem de duas tribos bem interessantes: "As Muquiranas" e os "Filhos de Gandhy". O primeiro são homens vestidos de She-ra, carregando pistolas d´agua, que servem para ameaçar as pobres coitadas que não os dão atenção. O pré-requisito pra entrar é ser feio, juro! Nunca vi tanto homem feio junto, e ainda com aquela roupa, peruca e maquiagem... eram uma turba de capetas pra assustar Cão. E são todos oferecidíssimos. Eu tomei algumas esguichadas na cara, e pegaram em todas as minhas partes. Só risadas.


A outra eram os tais "Filhos de Gandhy". Sobre eles, corre um certo ar mitológico. São homens cobertos de branco e azul, e muitos colares, que são presenteados à que os beija. E muitos o querem, diria que quase todos. Realmente, é um grupo de homens em sua maioria bem mais bonitos (e eles sabem disso). Quando um grupo de Gandhy´s passa, o povo para pra olhar e fantasiar. A música do trio que os leva é bem mais ritualistica, mas a essa altura eu já estava um bocado cansado de tanta festa.


Vim pra cá em busca de mais alguns dias à 2, acabei que passo os dias com 2 milhões.


Estou prestes a trocar o dia pela noite, e cada dia que passa como menos e pior.


E ainda tem chão pela frente! Quem mandou se meter com o Carnaval? Quem está na chuva, é pra se molhar!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

I got my bags packed, baby, and I´m ready to go...

Ufaaaaaaaaaa, finalmente bacharel!!!

A colação de grau estava linda, me emocionei com o discurso dos meus amigos Ju e Paulo, a decoração era 10... mas demorou pra cacete! Minha sobrinha ficava dando "tchau" o tempo todo lá do fundo, mas depois da primeira hora, a tadinha cansou...

Saimos voando de lá em direção ao restaurante, e pra ajudar, não conseguiamos achar o lugar... juntamos as familias do Du, Elton e eu, mas nem deu muito tempo pra confraternizar, porque tinhamos a valsa esperando.

A festa foi uma coisa. Minha mãe toda chorosa (eu me segurando), minha sobrinha caindo de sono (tadinhaaaaaaaa...), só dançamos a valsa e "tchau" família. Me joguei na pista e só sai as 5 da matina. Bebi pouco, pois o bar estava parecendo um ataque de chimpanzés (culpa do open bar all inclusive gratis), então pude ver muita coisa engraçada. Gente se estabacando no chão foi o que mais teve. Bicha louca nem se fala, eu quase dei uma voadora especial nivel 3 em uma... Muitas declarações de amor, embaladas pelo animo alcóolico. A graçonete disse que eu pareço o Mark Dacascos, e eu ri muito com a inusitada comparação. Dancei pagode, axé, funk e tudo o que essa vida me dá direito. A roupa dava pra torcer. Muitos amigos queridos, alguns faltantes... mas foi um sucesso.

Hoje acordei as 15h... podre. Estava tomando coragem pra arrumar a mala quando a Ju me liga pra ir ao pré-carnaval no Largo da Ordem. E Curitiba tem carnaval minha gente? Não. Mas PRÉ tem! É o típico bloco "esquenta mas não sai" já que, pra ficar em Curitiba, só detestando festa... quem pode, vaza! Pensa num frio? E numa garoa do cão? Sentei num bar com os amigos, e pra variar, bebi... mas acompanhado de DUAS porções de batata frita COM BACON hahahahaha... uma mulher que estava na formatura veio me dizer que eu devia ser muito popular na faculdade. Sem entender, perguntei o porquê. Ela disse que quando eu fui receber o canudo, a platéia aplaudiu muito. Continuei sem entender...

Eis que passa o bloco, que é muito engraçado: um carro de no máximo 3 metros de altura; um ser humano cantando sobre uma batida gravada em fita cassete, e uma retardada rebolando do lado, achando que é muito alegórica. Nas ruas do largo, muita gente estranha misturada com gente normal, alguns fantasiados empolgadíssimos, mas surpeendentemente, muita gente. Ó-B-V-I-O que nem se compara com o que eu vou enfrentar lá em Salvador... mas, pra um povo que se concentra em pequenos espaços fechados, e que se excluem em grupos, era bonito de ver. O Largo é um conjunto de patrimônios tombados, com aqueles postes antigos de luz amarelada. Ficou charmoso, mas realmente, aquele céu carrancudo não me convence de que dá pra ser feliz aqui...

Agora estou aqui, de malas prontas pra voltar pra um lugar que cada dia mais eu me apego. Que presentão de formatura ein?

Hernando´s hideway...

Sexta feira chegando, familia chegando, festa chegando...

Formatura é uma coisa muito louca. Fico pensando que tem muita gente ali que fez parte da minha vida, e essa vai ser a última vez que vamos nos ver... é! Tem gente que vai voltar pra sua cidade natal, tem gente que vai sumir... tem alguns alí que sempre vão estar guardados no coração, mas se nem eu sei bem onde eu vou parar nesse mundo... imagino que um pouquinho longe daqui...

Os tempos de mudança estão chegando de novo... antigamente isso me incomodava, hoje me conforta.

É só porque eu não me sinto como tendo um lar. Um canto onde eu retorne e me sinta em casa. Nasci em Brasilia, e com uns 4 anos, me mudei pra Fernando de Noronha. Fui embora pra Cascavel com uns 6 anos e pouco... na adolescência, mudei pra Maringá, e começou a ficar chato essa história. Já tinha consciência do que estava perdendo. E então, mudei sozinho pra Curitiba, pra estudar.

Eu gostaria de me sentir pertencendo a algum lugar. Um canto onde respirar me trouxesse lembranças; mas não tenho. O que eu tenho é medo de me apegar as coisas e ter que partir deixando pra trás o que eu não quero. A dor da despedida é uma das piores que existe. Eu ando procurando uma identidade cultural, um lugar ideal, que acho que só existe nos filmes de sessão da tarde que eu cresci assistindo. Ao mesmo tempo que eu não tenho uma identidade, parece que eu tenho várias.

Curitiba já deu, isso é fato. Deixo apenas amigos queridos. Agora me resta voltar a turnê, e sonhar...

Eu não sei de onde eu sou, mas sei que ainda encontro um cantinho pra ficar.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Contagem regressiva...

Ai, meu Jesus Luz... essa seria a Madonna durante um orgasmo... (!)
Ow... Jesus Light!.......

+ + +



Contagem regressiva para... ou melhor, contagens regressivas!

- 4 dias pra minha formatura.

- 6 dias pra ver meu Jão!

- Uns 18 dias pra começar os ensaios.

Quanta coisa acontecendo nessa vida... queria ter tudo...

+ + +

Hoje minha querida amiga Thais me ligou dizendo que ia passar aqui pra me deixar um presente. Chegou na porta carregando um case de violino (!) todo personalizado com fotos nossas (!!). Dentro, o seu exemplar de "O Ser e o Nada" do Sartre, com a seguinte dedicatória:

"Fer!
A vida é feita de escolhas, e só cabe a nós mesmos a responsabilidade pelos nossos atos.
'Condenados a sermos livres'
Que essa liberdade não seja um fardo, mas um corredor com muitas portas abertas. O bom da vida é poder voar. E eu vou estar sempre com você.
Beijos,
Thá"
:)

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Uma noticia boa... favor mandar pra mim...

Hoje conversando com meu melhor amigo, eu levei uma bronca pelas decisões que eu ando tomando na minha vida. Segundo ele, eu deveria guardar dinheiro e não cometer certas extravagâncias; que daqui a pouco eu estaria com outra tatuagem; que eu não estou pagando minha previdência, e eu vou precisar me aposentar um dia, que lá vou eu de novo enfiar os pés pela cabeça...


Bem, quando um grande amigo, que sabe tudo da sua vida, te diz alguma coisa, você no mínimo pára e pensa no que ouviu.


Errado ele não está. Mas estou assim cometendo tantas loucuras? Depende do ponto de vista. Eu digo que estou vivendo. Justo eu que sou tão racional, que planejo, estudo, questiono... em alguns momentos da minha vida, eu me permito sair da bolha.


É um clichê, mas eu só tenho essa vida pra viver. Daqui eu não vou carregar nada, só deixar. E o que eu pretendo deixar não são bens materiais... Eu tenho tantas metas na minha vida: ganhar dinheiro, comprar minha casa, meu carro, poder presentear quem eu amo com o que eu quiser e quando eu quiser, viajar muito... mas as que mais me importam não dependem só de mim.


Eu não sou feliz sozinho. Eu não me gosto sozinho. Eu já passo tempo de mais sozinho. Todo mundo acha que eu sou a pessoa mais autosuficiente do mundo. Não sou.


Nunca me arrependi de nada. Nunca. Porque eu nunca deixei de fazer o que queria. Já sofri, já apanhei, já quis morrer. Mas só passei por tudo isso porque eu me permiti correr o risco. Prefiro sofrer pelos erros, do que sofrer por não ter tentado. Pra ser feliz nessa vida, a gente só precisa tentar. As vezes dá certo, sabia?


Alguns amigos tem dado risada pelo fato de eu ter feito mais uma tatuagem sobre um relacionamento passado que me fez sofrer. Sinceramente, não vejo aonde está a graça, e fico em frente a linha de me sentir ofendido com isso. Primeiro, as tatuagens são minhas. Segundo, não acho graça em nenhuma das histórias que elas representam. Sofri muito, por ter me doado a quem não merecia, e estão tatuadas alí só pra me lembrar de que, apesar de tudo, eu continuo do mesmo jeito, sem me rebaixar nem passar por cima de ninguém. Se estou cometendo os mesmo erros, eu só vou saber quando errar. E se errar de novo, pode ter certeza que foi tentando acertar. Burro? Se você acha.... PIOR: vou deixar de fazer por MEDO de errar?? Minhas tatuagens não são para o outro, são para mim, e acho importante lembrar disso. Lembrar que eu sou forte, mais do que eu próprio imagino.


Além do mais, eu ADORO tatuagens; se não fosse a profissão, eu teria mais algumas. Ou melhor, não teria, porque não faria um desenho só pelo desenho. Cada uma tem um porquê, eu tenho meus porquês.


Poxa vida, eu ando tão feliz. Fazia tanto tempo que não andava feliz assim. OK, eu não estou com tudo certo na minha vida. Mas será que a vida só depende de dinheiro, casa, carro, poupança, roupa da moda...? Meu coração está feliz. Posso batalhar pra comprar uma casa e ficar tranquilo, posso comprar um carro pra me levar aonde der vontade, posso comprar uma roupa pra massagear o ego... e nem nego que tudo isso é maravilhoso. Agora, o que eu compro pra deixar o coração feliz? Não dá pra ser feliz o tempo inteiro, o mundo não deixa... mas enquanto eu tiver espaço pra isso, eu vou fazer o possível e o imposível. Pena que nem todos entendam isso...


Mas enfim... a gente deve escutar os conselhos que nos dão nessa vida né....


Ah, já ia me esquecendo. João, eu tô indo pra Salvador dia 16, e queria saber se você sabe de um cantinho por aí que dê pra eu ficar? Mas assim, tem que ser um lugar barato, porque eu tô meio duro... e de preferência no centro, pra facilitar o transporte, sabe como é... :P


"crescer é obrigatório, envelher é uma opção..." minha irmã me mandou... e está certíssima.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

I got a scar I can talk about..

Terça-feira eu finalmente fiz minha terceira tatuagem. História passada, dor que não dói mais. Meu amigo Eduardo acha que eu sou louco, e que em 1o anos eu vou estar parecendo um mangá. Minha resposta: olha, se um dia eu tiver tudo isso de tatuagem a respeito do tema, significa que eu terei vivido foi muito hehehehe...

O tatuador é um artista. Minhas 2 primeiras foram um desastre. Mãos grosseiras, traços idem. Mas como eram mais pelo significado e menos pela estética (apesar de eu achar elas lindonas), nunca liguei. Mas o malandro do Pepy olhou com seus olhos de artista, e tacou-lhe a agulha! Não se contentou em comentar o que tava errado, foi falando e arrumando... e nem cobrou a mais. Ele dizia: "eu não consigo, eu vejo uma tatoo assim e dá vontade de consertar" hahahaha..

Ficamos de papo umas duas horas, falando de trabalho, viagens, amores... e cá estou eu com a tatoo do jeito que eu queria. Ah, ainda pedi pro meu amigo Luciano ir e bater umas fotos com sua câmera super-hiper-mega-blaster, e o danado fez cada foto de babar!

Quanto a formatura, sai para uma pesquisa de campo, após rápida pesquisa na internet, de modelos de terno. Desisti na terceira loja. Caro, caro, caro. Resolvi usar meu terno antigo mesmo, pretinho básico... sem-graça, mas é o modelo que faz a roupa, e não a roupa que faz o modelo!! (aham...)

E, constatando que já são 2:15h da matina, mais uma vez eu vou acordar tarde, malhar no horario inferninho da academia e almoçar as 15h...

"Se eu parar de pensar em você... o sono vem... o sono vem..."

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

My impure hair...

E lá se vai janeiro, deixando para trás aquela saudade de um verão lindo...

A última semana foi absolutamente fora do padrão. O sol brilhou em Curitiba, e eu quase havia me esquecido que a noite da cidade tem estrelas. É engraçado perceber que as pessoas aqui realmente não sabem se comportar no calor. Saem de manga comprida, e eu, dotado de meu espirito baiano, viro alvo de olhares por causa do chinelo de dedo. Devem achar que sou estrangeiro. E eu sou mesmo. Venho de algum lugar, que ainda não sei...

As coisas por aqui andam bem tediosas. Passei a semana sem ver vivalma de amigos. Todos em suas cidades, ou trabalhando, ou cuidando de suas vidas. Tentei agitar uma balada, em vão. No sábado, descobri uma solitária afinidade com Maithê e Luciano, que também andavam prestes a surtar com o ócio, e fomos conhecer o cinema 3D. Cara, virei criança. Como é divertido aquilo, eu sai querendo entrar de novo, e queria tambem levar o óculos comigo pra baixar filmes no computador masamoçanãodeixouoooooooo.... Fomos ver "Bolt - Supercão", que é muito-muito-muito lindo de mais da conta. A Disney parece que anda se espertando, depois da briga com a Pixar. Anda até fazendo piada com sua própria mania de fazer drama. No final das contas, o drama aparece, mas pelo menos mais consciente e verdadeiro. Apesar de saber exatamente como ia terminar, confesso que até senti os olhos marejarem. Ele é lindo, e agora além de um Gromit, quero um Bolt (com poderes, claro). Olha, vou dizer que parecia um débil mental no cinema, rindo e tentando passar a mão em tudo que se aproximava de mim. Eba! Ainda na saída, botamos o papo em dia, e pelo menos já descobri que os ensaios começam em Março. Quase surtei em pensar na ídeia de viver mais um mês nessa vida de monge-maria-fitnees-two-tousand-and-nine...

No domingo, a idéia era reunir os amiguinhos Placebo para filmar algumas cenas da peça que não foram gravadas no dia das apresentações. O horário combinado era meio-dia. OK. As 11:00h (eu, claro, já pronto) me ligam pra dizer que a gravação foi transferida para as 17:30h, por causa do sol. OK. As 17h (eu, claro, já pronto) me ligam pra dizer que a gravação foi cancelada. Motivo, acidente não esclarecido, mas nada grave. Essa é a "Tança Cia. de Teatro", nome que eu carinhosamente chamo o grupo de pessoas mais enroladas que já se juntaram nessa terra de deus me livre.

Com o cancelamento do meio-dia, eu, arrrumado e comido (bobinhos...), me joguei no cinema. Fui ver "O dia em que a terra parou", com todos os medos do mundo. Não vi o original, mas não achei tão ruim como a crítica anda falando. Já dei graças pelo filme não vir com aquele discursinho chato-moralista de que nós estamos destruindo o planeta nhé-nhé-nhé... é sobre isso sim, mas de uma forma bacana. Se tem algum problema com o filme, é que o enredo simplesmente é frouxo feito cueca velha. Os efeitos especiais nem são grande coisa, o papel do Keanu Reeves é monocórdico como ele, e o que mais fiquei triste foi com a Kathy Bates (que eu nem sabia que está nesse filme) e está perdidona... o que mais gostei foram os primeiros 20 mins, quando ainda estão descobrindo o que está acontecendo, (e é bem tenso), e o final, quando sutilmente a gente percebe o que acontece se a terra parar..... uhhhh, eu deveria ganhar por essa publicidade hehehe... nada de mais, mas as sacadas de direção são bacanas. Mas, sobre toda essa aporrinhação de aquecimento global e fim do mundo, ainda espero pelo 2012 de Roland Emmerich com muito mais anseio. Já ouviram falar? Não? Pois não sabem o impraticável-pop-blockbuster-super-hipe divertido mais louco-insano-crazy-mother-fucker que está por vir!

Pois é (voltando para a espinha dorsal da conversa), cancelado a gravação, praticamente me convidei pra ir a casa de meu amigo Eduardo pra fazer nada com ele, ou eu começaria a morder parede. Ficamos de papo, eu editando o Making Of do Placebo (que está ficando hilário), e dando graças por ter algo pra fazer. Lá pelas tanta, liguei o disconfiômetro e vazei. Apesar da insistência dele, fiz questão de ir a pé. O Du sempre me leva pra casa, independende de onde esteja. Mas usei o argumento de "matar tempo", já que em casa estava sem internet e me sobrava o Fantástico. Queria mesmo caminhar um pouco ouvindo música. A noite está gostosa, nem frio nem calor e as estrelas continuam lá.

E eu começo a semana cheio de coisas pra resolver com a questão formatura, e sem a menor vontade. Vai ser divertido, vai. Mas é que depois da minha viagem pra Salvador, descobri que, já que é pra gastar, que seja gasto com grande estilo. Com essa formatura já gastei o olho do rabo, e ainda vou gastar mais. Preferia estar viajando. Mas, quando um filho se forma, os pais se formam também, e acho que eu devo esse momento pra eles. Enfim, papo chato... vou ler e tentar dormir. Ainda não arrumei meu horário de sono...