terça-feira, 30 de setembro de 2008

I don´t ever wanna feel, like I did that day...

O bom filho à casa retorna. Que bom filho sou eu! Hehe...


Desembarquei no aeroporto e fui direto pro pronto-socorro. Constatado o que eu desconfiava: estou com rubéola mesmo. Apesar do nome feio (e eu achando que ia morrer), essa porrinha nada mais é que uma febre com manchas na pele. Dura no máximo 10 dias, e não tem tratamento, o corpo cura sozinho.


Já no avião, encontrei a Carmela, uma amiga da família, e viemos no mesmo vôo. Mundinho pequeno. O avião estava cheio de criaturas bizarras. Divas (machos e fêmeas), fashionistas e uma seguidora da Amy Winehouse, com direito àquele cabelo-ninho-de-urubu e tudo. No desembarque, já vi minha sobrinha acenando do deck, toda sorrisos. Ainda estavam lá a trupe: pai, mãe, tia, avó... êeeehhh, comitiva pra receber o filho que só aparece sazonalmente. Pena que não posso retribuir a animaçao na mesma medida. A febre vai e volta o tempo todo, um saco.


Mas o pior de tudo é a falta de apetite. Sou capaz de passar o dia com um pacote de Club Social. Quem me conhece sabe a gravidade do fato. E além disso, estou sem paladar nenhum. Comi um pedaço de omelete de jiló e um yogurt, e os dois tinham o mesmo gosto. Que crueldade! Maringá pode ser meio parada, mas de comida é uma cidade pra lá de bem servida. Vai do cachorrão da esquina ao restaurante de comida japonesa, passando pela sorveteria do lado da minha casa que é um atentado a boa forma. Falando em boa forma, a minha cada vez se esvai né... tô entrando em crise já. Na viagem eu já senti mudanças, agora, doente e vivendo de luz... eca! Também, quando melhorar... me aguarde!


O DIA SEGUINTE:


Subestimei a porra da rubéola. Desisto, não quero mais brincar. Estou com uma dor nas juntas, parecendo um velho carcundo. Doi até pra digitar. Deitei na cama, e levantar me parece muito complicado. Almoço em família, aquele churrascão, e eu me fartei com 2 pedaços de carne + uma colher de arroz... passei o dia inteiro pensando: "que porra de clima seco", e que nada, eu que estou secando mesmo. O nariz ardendo, a garganta seca, o lábio parecendo de plástico... posso nascer de novo? Onde é o botão de reset? Pior de tudo é que é domingo, e sem conecção à internet, sou obrigado a ver TV... não sou não. Vou ver "A noite dos mortos-vivos" do Romero pela octagésima nona vez no computador mesmo. Qualquer coisa é melhor do que os monstros que habitam a televisão no domingo...


O DIA DEPOIS DE AMANHÃ:


EU QUERO MINHA VIDA DE VOLTAAAAAAAAAAAA!!!!!! Huhauahuahuha... que inferno! Contabilizando: a tal Rubéola finalmente começou a dar arrego. Não tenho mais manchas. Mas a dor nas articulações foi sofrível. ontem não conseguia nem abrir a torneira. Agora, estou numa espécie de ressaca. Acho que amanhã já estou 99%. E amnhã volto pra Curitiba também. Obrigado Senhor! Nunca torci tanto pra voltar a minha vida. Acho que emagreci uns 3 quilos. Estou me sentindo o Smeagle do Senhor dos Anéis, inclusive com as olheiras. Quero minha vida de atleta de volta, minha academia, meu boxe, a dança... principalmente, quero meu corpo de volta, minha auto-estima virou Elvis... dizem que não morreu...


Quero uma conecção a internet!!!!! Meu Pai... descobri que estou contaminado pela World Will Web (é isso?). Que estranho não ver e-mails todo dia, fuçar orkut, olhar as noticias... sei lá... a 10 anos atrás eu não sabia o que era isso... mas enfim, esse post por exemplo, que ridículo eu escrever o dia-a-dia e postar só 1 semana depois hehehe... mas era tanta falta do que fazer que tava aceitando qualquer coisa! Nada pra fazer dá nisso, supérfluos-necessários para a sobrevivência de um desnecessário... ein? Acho que estou com febre de novo...


Acho que a faculdade foi pras cucúias né... tanta falta que nem eu acho que mereça passar de ano... sei lá também, tô com a cabeça em outro mundo. Ou melhor, outro estado...



sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Something happens and I´m head over heels...

Cheguei em casa! Meu Deus, que caos! Contas, contas, contas... tenho a impressão que trabalhei esses dois meses só pra pagar contas... hehe... exagerado, vai dar pra comprar uma bala depois.
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No último dia, em Araçatuba, peguei uma gripe meio bizarra. A última apresentação foi só emoção. Esqueci da febre e corri pelo palco como nunca. Muito choro, engasguei algumas vezes. Que vida foi essa? Não quero nem começar a falar do que foi essa experiência ou eu começo a chorar de novo hehe... e no momento, estou ocupado com uma gripe do cão!
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A casa está uma zona só, larguei as malas e as muambas que comprei no caminho e passei o dia inteiro de cama. Fiz alguns trabalhos da faculdade, na esperança de salvar a bichinha... vamos ver né... na verdade estou meio deslocado ainda. Pensando que eu tenho que voltar a vida de antes, mas não quero. A geladeira vazia, não dá nem vontade de encher. O sabonete do banheiro está com um fungo peludo em cima, parecendo um algodão-doce. O alho dentro do vidrinho de temperos já começou a germinar. Que vida é essa? Dentro de um vidro, sem ar, e sem tomar luz, e ainda assim, vivendo. A casa está cheirando a biblioteca. Impressão de que eu passei tempo de mais fora de casa... será? Acho que tomei gosto pela vida que eu levei. Amanhã cedinho tenho certeza que vou sentir falta de café-da-manhã de hotel, e vou reclamar por não ter uma camareira. Hoje eu já estou sentindo falta de quem conheci...
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Amanhã estou indo pra Maringá no aniversário da minha sobrinha, vai ser bom rever a familia, colocar as diretrizes no lugar.
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Vida num potinho

Sem condições de viver

Mas ainda assim, vivendo

Lindamente, crescendo.


Sem olhar para o lado

Sem se preocupar com o que impede

Preocupado apenas em crescer

Crescendo e observando


O lado de fora...


A grama do vizinho

Não me parece mais verde.

Sou eu que tenho condições

Sou eu que tenho medo

Sou eu que quero


Eu quero parar de sonhar mas não consigo

Eu quero viver minha vida

Assim, com pressa

Tudo ao mesmo tempo

Eu tenho sede

Não tenho tempo

Tenho vontades


De repente eu notei

Que eu sou tudo o que eu quero ser

Só não tenho tudo o que quero ter

Mas é uma questão de


Tempo...


De repente, eu notei

Que as linhas não estão tortas

Sou eu que escrevo meias palavras

Pra não me arrepender


Se bem que eu nunca me arrependi...


Com licença, vou sonhar de novo

E já volto.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Better together...

É... o fim se aproxima... (um pouco de drama pra começar algo é sempre bom pra prender a atenção)
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Acabei de chegar em Araçatuba, para as 2 últimas apresentações da turnê 2008 do "Cantar e Viver o Brasil". Em Lins a coisa foi bem maluca. A diretora empolgadíssima queria nos apresentar pra Deus e o mundo, sorrisos mil, até a boca cansar... a platéia mais atenta de toda a turnê. Que alunos educados, até estranhei tanta finesse. A noite, apresentamos para os papais dos adolescentes tão educados, e foi bem emocionante. Eu particularmente prefiro apresentar pros grandinhos, eles conhecem as músicas, e cantam com a gente. Na hora de "O bebado e a equilibrista" sempre dá um nozinho no gogó. Aliás, hoje a emoção permeou boa parte da apresentação. Não conseguia parar de pensar que estamos nos encaminhando pro fim.
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Mas não quero pensar em despedidas agora. Quero pensar em reencontros...!
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Fiquei sabendo que o Miguel Falabella comprou os direitos pra adaptar "Hairspray" aqui no Brasil, e já levantei as antenas. Não que eu tenha perfil pra algum daqueles papéis, mas enfim, não custa tentar. Chegando em Curita, lá vou eu aumentar minha coleção de musicais. Já pensou que 100% eu no meio da galerinha do Corny Collins Show?? :P
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(Tá vendo eu alí no meio ó...?? Eu tô!)
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Então... a viagem até Araçatuba foi pertinho, acho que deu 1h e pouco só... mas fiquei pensativo pra burro. Todo mundo dormindo, e eu lá, olhando o céu abarrotado de estrelas. Clichêzão ambulante que eu sou... mas enfim, pensando no que vai ser o resto do ano, se vai rolar facul, se vou guardar o dinheiro, se compro uma bicicleta... ou uma máquina fotográfica, ou uma passagem pra Bahia... :P
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Vou dormir. Abraçar um travesseiro.
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"Saudade de ver estrelas.
De olhar as coisas que antes eu via.
Mas não via.
E ia sempre procurando o que não tinha."

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Life for rent

Acordei hoje todo escangalhado. Minha coluna parecia o "S" do Senna. Acho que como eu passei muito tempo torto dentro do ônibus, hoje o corpo equilibrou pro outro lado. Bateu até um down. Tá friozinho, e eu quero voltar pra Bahia IMEDIATAMENTE. Olhei no espelho, a cara inchada e com a marca do traveseiro atravessando o nariz. Sem fazer barba por 3 dias. Ops, não tenho barba... tem é uns fiapos de periquito esquecidos pela cara, + um bigodinho sem-vergonha de motoboy. Que merda não? Queria ter barba. (só pra reclamar, mais tarde, de TER barba) Mas hoje era uma dia bacana de mudar um pouco a cara. Estou com o corpo cheio de bolinhas vermelhas. Em Ilhéus fui estuprado por uma legião de pernilongos e estou com medo de ter contraido dengue. Comecei a contar as picadas, e pasmem!, só no braço esquerdo, e onde eu conseguia enxergar, contei 67 picadas! Acho que estou uns 2 kilos mais magro (AHHHH!!!!)
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Enfim, me taquei no banho, e fiquei alí quase 40 minutos lavando a alma. Levei o laptop pro banheiro e fiquei escutando Ella Fitzgerald e Nina Simone. Usei todo o kit Natura Spa que eu ganhei de aniversário da minha amiga Marisa, mais desodorante, gel, pente, lente, + creme, arruma cá, despenteia lá... deu uma melhorada significativa, mas nada animadora. Fiquei cheirando a ameixa e me sentindo meio antropofágico. E ainda meio torto.
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A tarde fomos pro teatro marcar palco. Quer dizer, fomos pro colégio marcar o espaço no salão. O troço é tão nas coxas que a gente não consegue ficar de pé no praticável mais alto do cenário, se não bate a cabeça no teto. O coitado do baterista ficou no chão mesmo. A luz em cima são aquelas lampadas fluorescente. Tá né... tão pagaaaano! Mas a moçoila diretora viu a gente na pré-estreia em Curitiba e gostou tanto que conseguiu fazer a chefia aumentar o cronograma só pra apresentar na escola dela.
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E eu não reclamo nem um cadinho só né! Por mim ficava em turnê pro resto do ano. A não ser que eu consiga salvar meu ano na faculdade, vou passar o resto dos dias contando o fim do ano... ou não... sei lá... existe vida após um musical?
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Voltamos a pé do teatro pra dar uma olhada na cidade, mas realmente não tem muita coisa por aqui. A diretora do colégio vai levar a gente mais tarde pra uma pizzaria. Tadinha, se ela soubesse o tamanho da encrenca que ela está se metendo... hehehe...
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Agora estou aqui, fazendo contas, calculando preços, medindo distâncias... ao som de Cole Porter, tudo parece mais óbvio.

domingo, 21 de setembro de 2008

An empty house is not a home

Pra começar esse primeiro post bem clichê: "eu sou péssimo em apresentações".
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Mentira. Estou com preguiça mesmo. Leia meu orkut, lá tem bastante coisa sobre mim (acho...)
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Bom, então pra quê fazer um blog??? Sei lá... mas fazendo... ócio as vezes explica tudo.
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APRESENTAÇÕES FEITAS, eu aviso aos navegantes: estou voltando pra casa. Minha casa em Curitiba, digo... mas não que eu considere aquele apê uma casa... enfim... retrospectiva:
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Passei quase 2 meses fora de "casa". Ainda estou vivendo um sonho, mas o despertador tem dia certo pra tocar. Estou fazendo um musical por algumas cidades desse país bonito, tive a oportunidade de cantar em uns cantos que eu não conhecia.
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Passei pelo Rio de Janeiro, e olhei espantado pra um rio de cocô gigantesco. Fui correr pela orla de Copacabana, só pra me achar muito Global. Mas não fiz muito mais do que isso, já que trabalhei pra burro. Rendeu um nascer-do-sol estupendo e registrado em uma foto digna de postal. Quando eu me certificar de que ela não vale uma nota, eu coloco aqui.
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Fui até o Espírito Santo, e olha! que surpresa. Vitória é linda, limpa, povo bonito e educado. Uma plateia bacana, muitos adolescentes antropofágicos loucos pra arrancar um pedaço da nossa garganta. Aqui tivemos descanso, e ensaiamos uma praia.
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Chegamos na Bahia. Ah, que medo eu tinha de me apaixonar. Não deu outra. Me apaixonei mesmo. Pelos sabores, as cores, o calor, o tempero baiano me balançou... como a gente faz pra ter o que a gente não pode? Salvador foi mágico, foi sonho palpável. Passei o aniversário mais feliz da minha vida. Em cima do palco, cantando, dançando, rodeado de pessoas especiais. Ao fechar das cortinas, ensaiei um romance digno de filme. Foi tato, foi paladar, foi olfato... foi um turbilhão de coisas que eu ainda nem entendo. Fui obrigado a deixar a Bahia, em direção à Ilhéus, e com uma folga ENORME! E por que essa folga não foi lá em Salvador ein? Ein?? EIN??? A gente não pode ter tudo...
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Tempo...
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Em Ilhéus, um Hotel lindo, na frente da praia, com piscina... o japinha aqui ficou com um bonzeado de dar inveja!
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Hoje estou em Lins-SP. Após 25 horas dentro do ônibus, eu sinto que meu corpo é, agora, cor-po.
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Começando uma contagem regressiva pra acordar. Pra voltar pro meu canto. Aquela casa vazia nem de longe me parece minha casa. Eu preciso voltar. Tenho a faculdade pra tentar salvar. Eu quero voltar. Tenho amigos que me rasgam de saudade. E ainda tenho que ver a família inteira, láaaaaaaa.... no paraná... mas eu tenho a impressão de que se eu ver outro ônibus na minha frente eu vou sair correndo atrás da roda e latindo... tenho projetos, tenho idéias... mas e ai?
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Eu deixei pra trás alguns projetos inacabados. E eu não gosto de deixar nada, nem comida no prato, nem vontades não realizadas.
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É possível visualizar uma vida que a gente não tem, só por vontade de ter? É normal querer viver outra vida, que não essa, baseado só no ensaio do que ela poderia ser?
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Eu visualizei uma vida num outro canto, com alguém que eu nem sei quem é, e ela parecia deliciosa. Eu quero cantar mas não consigo. Eu tento escrever mas as coisas saem estranhas.
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Profundamente, entranhas:
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"Quando eu desejei que fosse assim,
Aconteceu.
Não dá forma como seria perfeito,
Mas aconteceu.
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Quando eu pedi pra te encontrar,
Você apareceu.
Não onde seria o lugar ideal,
Mas você apareceu.
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Agora, eu olho o horizonte por outro ângulo
Eu vejo que talvez eu deva mudar os planos
E construir uma nova estrutura, pra ter você.
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Dá medo; até por que eu já errei antes
E é triste carregar esses erros comigo
Mas esse sou eu, te entrego o pacote fechado
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E não aceito devoluções suas...
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Vou diminuir o ritmo com que sonho,
E pensar direito;
Juro que vou tentar.
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Mas estou precisando de um carinho seu
Minha fraqueza é fácil de perceber
Se não for por essas palavras
Estão nos olhos com que eu te olhei
E quero voltar a olhar
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Eu ainda preciso te conhecer
Mas acho que vale a pena arriscar
A sua fraqueza, que eu não sei qual é,
- Se estiver te impedindo -
Eu te puxo de volta desse lugar
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Pro meu peito
Um encaixe perfeito
Um lugar pra repousar
Uma casa
Seu canto
Eu canto pra você
Um encanto qualquer
Que te faça querer
O mesmo que eu
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No mesmo tom
A mesma batida
Ritmada, pausada,
dosada para causar impacto.
Palavras pra plantar
sonhos que eu quero colher.
Fotos para matar
os olhos que querem te ver.
Doce para pausar -
A sede de te ter.
Pernas pra te alcançar
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Um dia eu te alcanço."
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Eu ando vomitando sentimentos que é pra ver se eu preencho alguns espaços vazios. Enchendo todos os espaços de uma casa vazia, que é pra ela parecer mais minha.