sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Beating like a hammer...

Ontem terminamos as apresentações em Curitiba. Surpreendentemente, a sessão aberta quase lotou, num teatro de 800 lugares, e longe pra dedéu. Alguns bons amigos foram assistir, gente que não esperava encontrar, e até duas primas que nem tenho contato, mas que gentilmente aceitaram o convite. Foi divertido.

Mas sigo bem cansado de toda essa dinâmica: dias de folga x dias intensos de trabalho. No primeiro dia, acordei as 5 da matina, e ouvindo um barulho estranho, dou de cara com um ladrão arrombando o carro da casa onde estou hospedado. Adrenalina total, passei o resto do dia bem acordado.

Hoje arrumo duas malas: a que segue viagem e que vai pra SSA, e a que mando para Maringá, com as coisas que menos preciso, pois tem muita, mas muita bagagem. Mais uma sessão do momento desapego. Tenho muita camiseta, pouca bermuda, muitos tênis. Tenho que inverter e diminuir tudo isso.

Por aqui, a internet só existe no quarto da irmã da Mait, então tirei uns dias para desplugar. Saudade bate forte, mas a gente segue aguardando. Novembro vem chegando, mais do que bem vindo!

Contagem regressiva: 20...

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Essa é a nossa canção...

E eis que voltei pra Curitiba!

Festa?

No, thanks...

Aguardando ansiosamente as apresentações, para viajar de uma vez. Uma semana em BH, voltamos para cá mais uma semana. Eu fujo para Maringá, largo metade de tudo o que me resta de bagagem, e volto para terminar a turnê em Ponta Grossa. Parece longo isso...

Contando os dias para o fim de novembro.

Dormindo na casa da Mait, uma das meninas do elenco, que gentilmente ofereceu a casa para esse pobre sem-teto-sem-rumo-pero-no-mucho.

Eu falei de Guarapuava? Nem me lembro... foda-se...

Se antes eu já fazia a peça no piloto automático, tenho a impressão de que agora eu sigo feito um papagaio de pirata, repetindo aquilo que eu já disse antes; as mesmas entonações, nos mesmos tempos, e seguindo em frente até que enfim essa negoça acabe.

Feio, feio...

Mas fazer o quê? Essa turnê já se extendeu mais do que o humanamente praticável. Minha sanidade já está afetada, sigo mais retardado do que nunca. Mais fácil se fazer de louco do que enlouquecer. Vai que eu não lembro o caminho de volta...

Hoje vou fazer o video de inscrição do BBB 10 da Thais (lembram dela?) e pegar um cineminha. Daqui 2 dias, volta a labuta, e eu quero mais é relax.

O verão que me aguarde. A Bahia que me aguarde. O baiano também... ;)

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Tudo métrica, e rima, e nunca dor...

E mais uma cidade que deixamos para trás. Londrina foi o limbo da turnê: chuvas dignas do fim do mundo, 4 dias de folga em que nada fiz além de beber toda água que passarinhos não bebem, e muito sono, sono, sono...

A platéia foi boa em alguns dias, péssima em outros, e deliciosa na apresentação aberta. A gente é que não anda bem das pernas: peça frouxa, elenco obviamente cansado, stress. Nesses dias rolou uma separação chata, e eu sigo por aqui tentando não tomar partido.

Mas as vezes me entristece pensar sobre como as pessoas andam lidando com as outras. Cada vez mais parece que a gente anda perdendo o tato. Onde foi parar a gentileza, a cordialidade? Tudo se resume a grosserias, intromissões. Parece que é difícil ser agradável com os outros. É mais fácil apontar os defeitos do que tecer um elogio. Ando cansado desse veneno velado que circula pelo canto da boca das pessoas. Passei a ver maldade onde antes só via ingenuidade. Quando foi que passamos a nos importar tão pouco? Ando me sentindo deslocado; com uma batata quente presa no céu da boca, louco pra cuspir na cara de alguém. Ando querendo gritar: acorda!, ou um tapa que é pra ver se desperta. Cansado de ver cada um vivendo na sua bolha particular, uns tentando passar por cima dos outros, sem se tocar que no máximo, você bate, e bate de novo e segue batendo. É fisicamente impossível passar por cima. Quem sabe você amassa. E danificar o outro não parece algo muito problemático.

As vezes acho que o problema sou eu. Minha forma de ver as coisas, meu jeito de resolver, de diagnosticar, de concluir. Acho que eu idealizo demais, sonho demais, quero demais que as coisas todas ocorram de uma forma correta, quando obviamente não vão. Engraçado ser assim, justo eu que tenho um senso pratico e objetivo tão forte, cair nas minhas próprias armadilhas. Mas eu insisto em não esperar que o lado feio das coisas mostre sua carranca. E sei que o pior cego é o que não quer ver.

Me sinto um fio de nilon que queria ser elástico. E precisa aprender a ser pluma.

E sigo tentando não tomar partido. Eu e minha política da boa vizinhança.

sábado, 17 de outubro de 2009

I told you once...

Saimos de Pato Branco felizes com a última sessão bacanérrima, e também por sair do pior hotel que a gente já se hospedou.

Em tempo: Hotel Loriza, Pato Branco – PR. Péssimo atendimento, higienização precária, café da manhã nojento. Pronto, falei.

Agora chegamos em Londrina, e a chuva resolveu cair sem dó. Não conheço a cidade, e pelo jeito vou demorar pra conhecer. 4 dias de folga, eu tentei fugir pra um lugar distante mas não deu; fico amargando a saudade com dias de preguiça e embebendo tudo em cerveja. Arrumei uma academia bacana, descobri que aqui tem cinema 3D e quero ver “Tá Chovendo Hamburguer”. E “ai” desses hambúrgueres todos se não me fizerem rir aos borbotões.

Aqui pra compensar, o hotel é gostoso, quarto gigante e arrumação cheirosa. Mas esse aguaceiro que cai do céu tem me feito gastar quantias impensáveis em China in Box. Foco no verão porvir, depois da tempestade, vem a bonança.

Essa vidinha anda meio estranha, eu ando meio estranho. Single portions de tudo: pessoas, lugares, coisas. Não gosto de ficar olhando pela janela vendo a vida passar. OK, já aceitei que sou cidadão do mundo, mas tô precisando encontrar um canto pra aquietar um pouco o corpo e o espírito. Meu Yng e Yang andam se trombando um pouco, já me conheço bastante (mas não o suficiente).

Projetos, vontades, todas essas coisas no campo das idéias, loucos por um tempo-espaço propício.

Said it once, said it twice...

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Só a bailarina que não tem...

Enquanto isso na sala de justiça:

Uma amiga volta do Paraguay com uma caneta que apaga com borracha. Sério. Minha mente perversa já imaginou 75 tipos de novos golpes que vão surgir loguinho.
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E todos que foram ao Paraguay voltaram com um iPhone genérico bem safado, com caixa de som estéreo. Se eu pego o féladaputa que inventou celular com altofalante, eu chuto até matar.

Obama declarou que vai acabar com a lei “Don´t ask, don´t tell”, pra tentar recuperar sua imagem “gay friendly” entre a comunidade. O Chávez ficou com ciúmes. Mas realmente, não é cedo para um Nobel? De intenções, o inferno tá cheio...

Falando em “gay”, hoje morreu o Stephen Gately (quem?), do Boyzone (ah... de quem?). Tá morrendo muita gente esse ano, não sei se faço um bolão ou um seguro.

Pato Branco não tem cinema e estreou “Inglorious Basterds”. Mas o hotel tem TV a cabo com canal pornô. Hoje assisti o pornô do Popeye. Juro.

E o tempo chuvoso segue...

sábado, 10 de outubro de 2009

Teeth sinking into heart...

Mais um capitulo da novela “Nostalgia”:

Cheguei em Cascavel, cidade que morei dos 6 aos não-sei-bem-quantos anos, que acho que foi até os 15 pelas minhas contas preguiçosas. Percebi que meu desleixo de memória quanto a datas se estende também ao quesito “lugares”. Hoje, indo mais cedo ao teatro para ajudar uma amiga que machucou o pé, passamos de taxi em frente ao circulo militar, a escola que estudei e ao camelódromo. Tive a clara percepção de que não morei realmente em Cascavel, mas sim que freqüentei alguns pontos da cidade. Foram exatamente esses 3 lugares que me soaram familiares, com apenas uma visível mudança nas cores das paredes. Todo o resto era mais um lugar desconhecido. Gostaria de ter ido até a casa onde morei a maior parte desse período, mas não consegui. O grande “porém” dessa turnê é justamente ter pouco tempo disponível para se conhecer os lugares por onde passamos.

Quanto as apresentações, tivemos umas das platéias mais bacanas em um momento, e uma das mais mal educadas em outro. A certa altura da peça, cheguei a “abandonar” a minha vivência no palco, e apenas coloquei a deixa para que o próximo entrasse; e que aquilo acabasse de uma vez, já que poucos ali estavam interessados em nos assistir. Mas, de fato, a platéia paranaense tem sido a mais bizarra de todas. Pouca comoção, em uma peça que causa alvoroço por onde passa.

E o boato que vinha se espalhando se confirmou: a turnê está prolongada por mais vinte dias, para retornar aos lugares que não passamos por conta da gripe. Eu, me sentindo exausto e desmotivado, sofrendo por ter que fazer o que não quero por questões financeiras, e justamente me sentindo contrariado por, além de já ter ganhado o que estava nos planos, ter que seguir fazendo algo que não quero por mais dinheiro; eu que não sou muito capitalista, e sentindo uma necessidade imensa de sanar uma falta emocional que anda afetando meu mood.

Que palavra é essa mesmo em português? Juro que eu ainda enlouqueço...

E ainda me sentindo um tremendo de um reclamão de pança cheia. A última coisa que poderia fazer da minha vida é reclamar. Mas sigo reclamando, pois o que me falta é o que me falta e pelo jeito, pra me entender só eu mesmo.


Tô muito existencialista hoje...

Repetindo como um mantra que esse dinheiro extra só vai me deixar mais tranqüilo no verão, e que na pior das hipóteses, vai me sustentar por mais um mês, mas sem conseguir me convencer muito disso. Meu coração é de criança mimada, de burro empacado, de vidro. O que é um dinheiro que não compra a paz de estar nos braços de quem se ama?

Me resta o direito de fechar os olhos e pensar em você.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Only here for the fight...

A passagem por Toledo foi legal. Típica cidadezinha de interior, com um lago-point onde todo mundo se encontra: na grama os piá, rodando em volta as cotótas; na rua os carros com som automotivo, e nos bares os mais adultos bebendo e assistindo show sertanejo no telão. O hotel foi um dos mais bonitos que ficamos, num estilo meio medieval na fachada, e confortável por dentro. O teatro com mil lugares ficou devendo pela estrutura de luz muito fraca. Apresentamos a 5 metros da platéia, porque na região do fosso não tinha luz. O diretor veio assistir a peça de surpresa, falou pouco, e seguimos para Cascavel. Na expectativa de continuar a turnê ou não, e sem vontade de blogarbeijofui!