segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Nothing´s fine...

Por esses dias eu venho falando tanto de cinema aqui no blog, e necas de teatro; eu que me formei em palco me defendo dizendo que fui "educado" no cinema, especialmente o delicioso american-way-of-making-movie e sem a menor vergonha de assumir que A-D-O-R-O Hollywood.

Pois bem, vamos por partes, partindo do princípio: acabei de assistir "Dias de Folia", XVI montagem do TCA sob direção de Jacyan Castilho. Particularmente fui assistir a peça disposto a odiar já que a Jacyan não me passou no teste. Mentira. Eu fui assistir sem expectativas já que só ouvia comentários negativos. E no final das contas, acho que a peça mais diverte do que ofende. Não assisti ao "O Baile", filme que inspirou a diretora, e sinceramente criticar a peça por ser claramente inspirada (ou plagiada, como alguns preferem dizer) não faz muito sentido, afinal praticamente 90% de tudo que assisti desde que me mudei pra Salvador era nada mais do que uma reciclagem do que já foi feito. Ao menos aqui, a inspiração é assumida.

A cenografia funciona assim como o figurino, mas alguns detalhes incomodam, como os sapatos dos homens que não recebeu nenhum tipo de tratamento, sendo daquele tipo barato encontrado em qualquer loja de periferia. Os atores entregam o arroz com feijão, sem arroubos, ainda assim as mulheres se saindo razoavelmente melhor do que os homens.

O grande problema da peça é o ritmo, lento e episódico, sem algo que conecte uma cena a outra ou que minimamente faça uma transição que não quebre o andamento. Com isso, o entra e sai de cena acaba cansando e lá pelas tantas já começo a torcer para que acabe. No início, a cena das fotografias com os atores correndo para conseguir chegar na marca (ou não, sendo ainda mais divertido) parece mostrar um ritmo frenético que talvez privilegiasse o conjunto, mas essa energia é logo perdida, seguindo um pulso inconstante.

Mas no final das contas, acho o saldo muito mais positivo do que o negativismo que a peça veio angariando. Como formadora de platéia acho extremamente válida, pois atingiu em cheio o público menos habitual de teatro e o tema é bastante próximo da realidade de qualquer um. Pode não ser uma obra prima ou mesmo uma leitura digna de montagem do TCA (como ouvi), mas dentro de toda presunção e marasmo que venho acompanhando no teatro baiano ultimamente, "Dias de Folia" ao menos é um suspiro de algo leve e divertido.

sábado, 27 de novembro de 2010

Cidade maravilhosa...

Essa semana eu finalizei meu primeiro curta-metragem, na verdade um trabalho de música do meu finado curso de dança, na qual eu me propus a dirigir alguns colegas atores em um curta onde o som da cena era também a composição da trilha sonora. Oi? É... o resultado não ficou como gostaria, por falta de tempo para finalizar e de reunir os atores todos para fazer tudo o que sonhei... mas ainda sim ficou divertido, e que venha o próximo. Ah, o trailer tá aqui, por mais esquisito que fazer um trailer de um curta possa ser:

http://www.youtube.com/watch?v=tGGbdExuKuM

E acabei de sair da sessão de "Harry Potter 7.1" já antecipando a tristeza de pensar que a série está acabando. Como é bom mergulhar naquele universo fantástico, por mais denso que ele vem ficando a cada filme. Passamos a tarde perambulando pelo shopping, com direito àquele escandaloso sorvete Yo, que eu fui seco pra comer com blueberrys e não tinha. Eu queria ser a garotinha das blueberrys: http://www.youtube.com/watch?v=yqEeP1acj4Y

Eu tô me sentindo meio culpado de estar aqui preocupado com cinema e companhia enquanto o Rio está em guerra e aquela coisa toda, mas realmente esse é um espaço democraticamente egoista, e falar sobre um assunto já tão falado é chover no molhado. E além do mais, toda essa imprensa está muito focada no aspecto politico e social da coisa em prol de mostrar como o Brasil resolveu combater a criminalidade (e portanto, os gringos podem aparecer na copa) e se esquecendo um pouco do lado humano da coisa toda. Já falei mais do que esperava...

E se a Narcisa Tamborindeguy pode ficar falando futilidades, eu também posso! A "única" coisa que nos separa é uma conta bancária...

Quero ver "Demônio" (!), filme com roteiro do M. Night Shyamalan (meda...) sobre 5 pessoas presas dentro de um elevador, sendo que uma delas é o... hum... você pode desconfiar quem seja... tem cara de bomba, mas eu adoro filmes confinados.

Tchau.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Eu quero muito mais...

Comprei minha tão sonhada e esperada filmadora digital. Ai meu pai, vou ficar insuportável...

Por esses dias assisti dois filmes interessantes, ruins em suas qualidades cinematográficas mas de histórias irresistivelmente envolventes. O primeiro, "Um Olhar do Paraiso" (nhéeee... nome cafona... o original, "The Lovely Bones"), adaptação de um livro lindamente triste chamado "Vida Interrompida - Memórias de um Anjo Assassinado" (nhéeee... nome cafona...) que li a muito tempo atrás. A história de Susie Salmon ("like the fish"), uma menina que é assassinada e passa a narrar sua vida do outro lado, enquanto passa a observar sua família, o assassino e a vida que segue. A adaptação de Peter Jackson inventa um "limbo" altamente influenciado por substâncias proibidas, coisa que não existia no livro e que pouco adicionam, se é que não afastam. O que acontece são dois filmes tão diferentes e que nunca se ligam organicamente: se por um lado a busca do pai (Mark Walbergh, fraquinho como de costume) e da irmã pelo assassino vem num crescente cada vez mais interessante, as cenas da menina (Saoirse Ronan, linda) são na maioria aborrecidíssimas, e mesmo em sua estética muitas vezes bela, acabam soando pouco criativas ao remeter a "Amor Além da Vida" (aquele filme tolinho com Robbie Williams) e o musical "Across The Universe". Com isso, o filme acaba cansando com seus 135 minutos, e com uma duração dessas, é quase inaceitável que papeis sejam tão esquecidos, como a da mãe (a sempre boa Rachel Weisz) e a da menina sensível ao mundo dos espiritos. Stanley Tucci está correto, mas achei um exageiro receber uma indicação ao Oscar, e Saoirse Ronan que tive vontade de matar em "Desejo e Reparação" aqui surge tão delicada que dá vontade de pegar no colo.

O outro filme foi "Um Sonho Possível", o tal que deu a estatueta de melhor atriz à Sandra Bullock. Baseado numa linda história real, o filme é tão lindo que termina tudo lindo. Nada é dificil, nada parece realmente ameaçar a vida daquelas pessoas, nada parece dar errado na história de um negro pobre que é acolhido por uma familia rica. Mesmo quando um fato perigoso acontece, a resolução é tão simplória que todo o temor sugerido é logo esquecido. Sandra Bullock provavelmente recebeu o premio por reconhecimento e não pela atuação em sí, visto que o filme pouco privilegia os atores, confiando apenas na força de sua história.

Ainda sim, dois bons filmes apesar de todos os problemas.

E estreou Harry Potter 7.1! Eu quero! Eu quero! Comecei a ler os livros um pouco antes do primeiro filme sair, e parei de ler no 5°, pois os filmes foram ficando tão emocionantes que preferi primeiro ver, depois ler. É uma saga no sentido literal da palavra, não essa besteira chamada "saga crepúsculo" de vampirinhos que brilham e mesmo com 100 anos não conseguem parar de bichisse prontofalei.

E agora vou ver "Clandestinos"! Tchau!

domingo, 7 de novembro de 2010

A cegueira da visão...

Por esses dias tenho quase trocado o dia pela noite. Cada vez dormindo mais tarde, cada vez acordando mais tarde. E isso me deixa num torpor chato, uma languidez de raciocínio. Tô burro. Tô chato. Tô vesgo.

Esses dias fizemos uma sessão Cine Trash. Assisti um filme que nem tinha conhecimento chamado "Seres Rastejantes", de 2006. Fui descobrir depois que o Metacritic fez uma lista com os 10 filmes de terror/suspense com a maior pontuação da década, e esse estava no meio. A proposta é recriar aqueles filmes trash da década de 80, em que terror e risos andavam juntos. A promessa foi boa, mas ficou só no ensaio. Nojentinho, engraçadinho e divertidinho; nada mais.

O outro, mais recente e mais bem sucedido foi "Piranha 3D". Sim, eu fui. E me diverti horrores. O diretor Alexandre Aja, do exelente "Viagem Maldita" soube levar o clima trash dos filmes-monstros com o fetiche cinematográfico atual de violência nua e crua. O resultado é um filme que fecha um ciclo na onda mal aproveitada do 3D, levando todo o gore possivel em primeiro plano, incluindo mutilações e orgãos genitais sendo atirados na cara da platéia. É mais ou menos como eleger o Tiririca: não tem como afundar mais. No meio do caminho, a gente acaba rindo da desgraça toda.

E agora vou terminar de assistir "Os Homens Que Não Amavam As Mulheres", tchau.