terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Jai Ho...

Eu sou fã de Danny Boyle. De diretor de filmes pequenos e cultuados na década de 90 até uma transição para os grandes orçamentos sem com isso perder a mão, sua filmografia não é infalível, mas ainda assim é uma figura que eu recomendaria em uma sessão no estilo "filmes de".

Dito isso, só hoje assisti "Quem Quer Ser Um Milionário", justamente o filme que lhe rendeu um Oscar, na Globo. Não sei bem a razão disso, mas acredito que tenho ojeriza por coisas que geram muito burburinho. Tipo "Tropa de Elite" que até hoje eu evito como se fosse um vampiro fugindo do macarrão alho e óleo. No caso do filme brasileiro, ainda calha de ser um... é... brasileiro, que eu tenho um tremendo preconceito.

Pois no caso de "Quem Quer Ser...", foi outra série de fatores: o trailer, que já havia me entregado que o menino ganhava o prêmio final e a estética da pobreza glamurizada, que sempre me incomodou nas já evitadas produções brasucas. Não, não acho que devemos fechar os olhos para isso; é óbvio que a pobreza existe e mora ao lado (literalmente, no meu caso). Mas sim, sou completamente contra de retratar isso como uma justificativa para seus anti-heróis ou para tornar a trajetória de seu protagonista mais "gratificante". Não, é claro que a pobreza não esta proibída na minha fimacoteca, mas o grade problema é deixar de retratá-la como ela é, com toda crueldade ou sem a menor preocupação com o protesto intrínseco que ali existe; ao invés disso, para pintá-la com cores fortes e fotografia impecável, editá-la como um video clip e usá-la como escapismo. Também não sou tão naive para achar que ali só existe tristeza, mas é difícil assumir que sou capaz de olhar para tudo aquilo e achar emocionante e divertido.

Sobre qual dos filmes estou falando mesmo?

Tanto no filme indiano (?) quanto nos vários exemplares brasileiros (Cidade de Deus, Carandiru, Ônibus 147, etc...), existe um vigor cênico que me amarra impiedosamente. São filmes excelentes e que fazem "valer o ingresso", mas eu me pergunto até que ponto é justo que eu esteja me divertindo ou "sendo entretido" por uma "realidade" que não deveria ser divertida. Papo chato, é só um filme, não quer, não assita... eu sei, eu sei.

Pois então vou tentar me prender aos aspectos menos sociais do filme. Que as crianças do filme foram crescendo e sendo substituídas por atores cada vez piores, isso é fato, especialmente o protagonista. Seu intérprete mirim é excelente, perde simpatia no segundo, e na adolescência é a canastrice em pessoa a ponto de eu desejar que ele errasse a pergunta final. Tudo fica ainda pior ao colocarem uma atriz absurdamente linda (Freida Pinto, daquele famigerado filme do Woody Allen) e que me fez pensar que ela é muito areia pro caminhãozinho dele. Claro, só sendo ridiculamente linda para justificar o fato de aquele menino NUNCA esquece-la, e passar toda a trama correndo atrás de seu amor impossível, mas a verdade é que a fábula que o filme propõe nunca me convence. Talvez por ser calcado demais na realidade em que ele se insere, ou por eu considerar uma verdadeira extrapolação do herói-supera-obstáculos colocar uma história tão romântica em um ambiente tão hostil. Mas acredito que se o mote não fosse um programa real, talvez a história toda poderia ser apenas um grande sonho do garoto, e seu prêmio a mulher amada. Mas não é. E o que dizer do roteiro que constrói os acontecimentos que o levaram as respostas cronologicamente as perguntas do programa? E os diálogos cafonas?

Mas como tudo o que Danny Boyle põe a mão nunca é ruim, o filme conta com tomadas e transições sempre criativas do diretor, além da edição esperta. Porém, em um ano que teve "Wall-E", "Sinédoque, NY" e "Milk", fica difícil engolir a estatueta a um filme tão irregular. Mas como tudo é uma questão de ponto de vista, pelo menos no final rola uma dancinha a moda Bollywood. Dancinhas no final sempre marcam uns pontinhos a mais.

Mas que venha "127 Hours".

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Só pra constar...

Você que tem um recém nascido, não leve-o ao teatro. Se não tem com quem deixar, não vá!

Você que tem uma criança de 5 anos, não leve-a para ver peça de adulto. Se ainda assim insistir em ir, fique bem juntinho dela cuidando para que ela não entre em cena. Se não tiver com quem deixá-la, não vá!

Você que tem um celular, desligue ou deixe-o no silencioso. Se não puder, não vá!

Tchau!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Anything you heart desires...

Eu sou um preconceituoso, no duro. Basta ler ou ouvir "filme de Woody Allen" que eu tenho um soluço. Nunca entendi toda essa euforia ao redor da obra dele, apesar de ter assistido menos da metade de sua filmografia, provavelmente os mais relevantes e alguns dos esquecíveis. Mas penso que, olhando para o todo, sua obra é bastante... inconsistente (medo de represália, EXPLICO!) no sentido de que para cada "Desconstruindo Harry" existe um "Trapaceiros", ou para cada "Match Point" um "Dirigindo no Escuro".

Assisti ao seu lançamento anual, "Você Vai Conhecer o Homem Dos Seus Sonhos", que entra para a lista dos piores do diretor. Contando uma história que me dá preguiça de elaborar a sinopse, o filme parece ser um caso de apoio financeiro prestes a vencer, e o diretor sacando o primeiro projeto que lhe veio a cabeça. Sem demonstrar qualquer lampejo de criatividade, o diretor resume sua obra a repetir os longos planos-sequencia que são sua marca, mas aqui servindo apenas para revelar a fragilidade do roteiro colocando os atores em situações inverossímeis e "duras" devido aos diálogos mal resolvidos. Contando com uma galeria de personagens mal desenvolvidos, sofrem Naomi Watts com uma figura unilateral e Anthony Hopkings com o tipo mais clichê impossível, do senhor que se separa, casa com uma jovem e se arrepende. A jovem em questão, interpretada por Lucy Punch (Lucy Punch?) é a única personagem mais interessante, mas que a atriz se contenta em ser a loira-burra-alivio-cômico, disperdiçando o que talvez pudesse ser a coisa mais interessante do filme. Surgindo como a mais-nova-musa-inspiradora-da-vez, Freida Pinto chega a permanecer em tela absolutamente inespressiva enquanto um diálogo qualquer é disparado, revelando a também já conhecida "papa-anjice" do diretor, que é capaz de sacrificar o ritmo da cena em prol de uma bela mulher. E o que dizer do narrador, também um artifício costumeiro, que aqui aparece apenas quando precisa justificar ou resolver alguma coisa, como por exemplo nos dizer que a personagem se apaixonou pelo vizinho mal-sucedido e tarado? Alias, a mulher dizer que está gostando do flerte do vizinho me deixou na dúvida: ou ela é uma esquisitamaconheirameioburra, ou essas são as cantadas que o Woody Allen usa e julga serem geniais? Sim, porque o mal gosto da personagem de Josh Brolin beira o absurdo, e ser obrigado a aceitar que a mulher se sentiu lisonjeada com as cantadas só me deixou com raiva.

Sem se encontrar como drama ou comédia, longe de ser um estudo de caso ou uma alto-análise, quanto mais o filme passava, mais eu me perguntava a razão daquilo tudo. Se o diretor julga fechar a história citando Shakespeare no início e no fim, infelizmente o seu filme carece de som e fúria, e no final acaba significando "nada".

sábado, 11 de dezembro de 2010

Congelo o tempo pra ficar mais pianinho...

Quinta feira terminei de filmar o último show do curso de canto com um nó na garganta: lá pelo fim da segunda música, eu me toco que fiz todo o processo de gravar e parar ao contrário. Aham, quando achei que estava "em espera", a filmadora seguia gravando silenciosamente, e quando tocou o terceiro sinal e eu apertei "gravar", só de sacanagem, ela parou. Minha vontade era soltar um belo e audível "PORRA!", ou então levantar, me dirigir para a frente do palco e dizer: "gente, desculpe, eu sou a PORRA de um idiota amador, será que dá pra começar o show de novo e fingir que nada disso está acontecendo?"

Ou eu podia ter aquele aparelhinho dos Homens de Preto, apagar as memórias todas com um flash e imitar a campanhia do teatro 3 vezes.

Passei o resto do show com cara de abacate maduro, e só mirando para o homem na primeira fila com um tripé melhor que o meu e com uma câmera pior que a minha. Fim do show, tiro certo. Fui correndo lá pra frente, pressionei o botão "fazer duas coisas ao mesmo tempo" e enquanto filmava os abraços familiares ia inventando toda uma história trágica para o homem, sobre uma figura desavisada que passava, derrubava minha câmera e eu perdia todo o inicio equeporfavorelemeenviasseafilmagemdele. Muito solicito ele, só ainda não me enviou o video...

Na saída, enquanto passavamos de moto pela orla, ia narrando todo o meu "cagasso" durante o show para João, que dizia que "foi Deus que colocou aquele homem com aquela câmera justo hoje". Eu respiro aliviado concordando: "É, foi Deus mesmo...".

João pensa alto: "Ah, eu tenho que ir por aqui", virando para entrar na rua das estatuas gordinhas. Uma buzina. Eu olho para trás. Um farol se aproxima rápido. Uma batida. Moto pra um lado, eu para o outro.

Se eu fosse um robô das histórias de Asimov, ele diria que esse robô entrou em looping. Até hoje fico visitando essa sequência de imagens. A pancada na lombar começa a se curar, João por sua vez com o pé cada dia mais inchado. Provavelmente uma luxação e uma bota por 1 mês vem por ai. Dos males, o menor de todos.

Por isso que quando me peguntam se acredito em Deus eu logo penso: "acredito, mas não naquele que tá no livrinho".

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

A ordem das árvores não altera o passarinho...

Tentei mudar do Blogspot para o Wordpress (já que aqui não se posta mais figuras e videos...), mas meu computador segue fazendo a fina e não posta nada, apesar de o dominio estar lá, cheio de nada. É, porque até para ser "nada" online é preciso "muito"... pois então sigo por aqui até enquanto meu notebook mandar.

Assisti "A Rede Social", um dos filmes que mais aguardei esse ano. Eu provavelmente fiz parte de uma microparcela de gente que não tem Facebook e estava naquela sala de cinema, mas tinha certeza que a funcionalidade do site em sí pouco importava para o entedimento. David Fincher é o meu sonho de criança materializado em forma de diretor. Ele é responsável por pelo menos 4 filmes que me são inesquecíveis (Se7en, Clube da Luta, Zodíaco, Quarto do Pânico) e agora mais esse, que sim, entregam a minha fatia geek que eu providencialmente nunca desenvolvi na adolescência na tentativa de me "adequar" melhor ao mundo da escola onde os nerd eram um bando a ser evitado (e eu sendo descendente de japonêses já me deixava razoavelmente à margem). Entendam, eu sou um japonês que entende patavinas de computador. Isso é quase uma aberração. Eu vi o computador caseiro nascer. Fui um dos últimos a tê-lo (visto que meu pai é avesso a neessidades materiais, e chegava a usar o telefone do porteiro na época que o telefone entrou nas residências), assim como fui o último a ter um video-game (foi necessário uma campanha para consegui-lo), o último a ser escolhido na aula de educação física gaaaahhh! Eu tinha tudo para ser um geek, mas lutei contra o lado negro da força. Hoje em dia eu tenho uma relação bastante confusa com essa tecnologia. Apesar de abrir o Orkut todo dia, eu adoraria não depender dele para ter contato com os amigos que estão longe. Até porque o contato que ele me proporciona é ver a pequena foto do amigo ali no canto, mas eu dificilmente vou clicar nela e mandar um scrap dizendo "Olá, como vai a vida?". As vezes me ataca uma inspiração e eu saio escrevendo para todos que sinto falta, mas ouvir que "está tudo bem, estou trabalhando, estou namorando, estou feliz" pouco me diz sobre a verdadeira pessoa. Por ali não dá pra ter o "timming" certo, as piadas não tem canal, a vida sai resumida, sei lá...

Nesse sentido, o filme de David Fincher (de 48 anos) surpreende por ser bem mais econômico em suas estripulias visuais do que os antecessores, mais ainda assim é provavelmente o que melhor dialoga com essa tal geração Z (ou geração Facebook?). O seu protagonista é um sujeito de uma linha (linha?) de raciocínio irritante e incapaz de compreender os sentimentos alheios, que fica claro já na cena de abertura que dita o tom de toda a obra. Os dialogos são tão absolutamente ligeiros (no sentido de rápidos mesmo, não de dispensáveis; explicação para os Zuckerbergs da vida...) e deliciosos que ao mesmo tempo em que as vezes me levavam a exaustão me obrigavam a ficar absolutamente ligado na tela sob penalidade de perder algum. Esse pulso atropelado condiz com a própria vida online, bombardeada com tantas informações que as vezes nos atropelam. Quer dizer, me atropela; as vezes me cansa. Eu que fui criado brincando de carrinho de rolimâ, as vezes não tenho paciência nem para celular. Para a agonia dos que me cercam, e que em sua maioria são antecessores ao aparelhinho.

O filme provavelmente toma diversas licensas poéticas. O próprio Mark disse ter achado engraçado ver a história ser justificada pela ex-namorada, uma vez que o Mark real passou todo o periodo da faculdade namorando. Mas sem nunca pretender ser uma cinebiografia, o filme trata de tornar a história o mais interessante possível, e é nesse sentido que o roteiro Aaron Sorkin é brilhante, num desses eventos cinematográficos que me emocionam. A figura de Mark Zuckerberg não se explica; mesmo com a metáfora à Rosebud, simplória e coerente, é pouco para explicar ou ousar deficfrar a persona. Mesmo num momento divertido, com a criação do "Status de relacionamento", sabemos que aquilo não é o que ele se importa, mas sim o que ele percebe ser importante para os outros. A relação com dinheiro, idem, nunca é afirmativa. Se em um instante ele distribui de graça um programa que a Microsoft estava disposta a pagar, por outro ele joga na cara da advogada que com o dinheiro que possui ele poderia comprar Harvard e fazer de uma das suas casas a sua sala de ping pong. E porque a presença do melhor amigo é tão importante, já que ele não parece ser dos executivos mais brilhantes e tampouco apegado a pessoas? Seria apenas o elo sensível, o lado com percepções mais "humanas", coisa que ele parece não compreender? Porém, essa mesma figura se rende à chegada de Sean Parker, criador do Napster e figura hype que logo seduz Mark em seu mundo de festas e ostentabilidade.

Outra caracteristica dos trabalhos de Fincher que me impressiona é a qualidade do diretor em arrancar atuações inspiradas de seus atores. Mesmo sendo um diretor extremamente racional (seu filme mais fraco na minha opinião, "O Curioso Caso de Benjamin Button", é o mais melodramatico) os atores sempre encontram espaço para crescer, numa clara confiança e entrega ao trabalho. No caso deste, até Justin Timberlake surge intenso, mesmo que interpretando aquela mesma figura já bem conhecida que trouxe o "sexy" de volta.

Entrando fácil na lista dos melhores filmes de 2010, se não da década, o filme talvez revele mais sobre a sociedade hoje do que eu tenha paciência para analisar. O filme se basta como filme.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Nothing´s fine...

Por esses dias eu venho falando tanto de cinema aqui no blog, e necas de teatro; eu que me formei em palco me defendo dizendo que fui "educado" no cinema, especialmente o delicioso american-way-of-making-movie e sem a menor vergonha de assumir que A-D-O-R-O Hollywood.

Pois bem, vamos por partes, partindo do princípio: acabei de assistir "Dias de Folia", XVI montagem do TCA sob direção de Jacyan Castilho. Particularmente fui assistir a peça disposto a odiar já que a Jacyan não me passou no teste. Mentira. Eu fui assistir sem expectativas já que só ouvia comentários negativos. E no final das contas, acho que a peça mais diverte do que ofende. Não assisti ao "O Baile", filme que inspirou a diretora, e sinceramente criticar a peça por ser claramente inspirada (ou plagiada, como alguns preferem dizer) não faz muito sentido, afinal praticamente 90% de tudo que assisti desde que me mudei pra Salvador era nada mais do que uma reciclagem do que já foi feito. Ao menos aqui, a inspiração é assumida.

A cenografia funciona assim como o figurino, mas alguns detalhes incomodam, como os sapatos dos homens que não recebeu nenhum tipo de tratamento, sendo daquele tipo barato encontrado em qualquer loja de periferia. Os atores entregam o arroz com feijão, sem arroubos, ainda assim as mulheres se saindo razoavelmente melhor do que os homens.

O grande problema da peça é o ritmo, lento e episódico, sem algo que conecte uma cena a outra ou que minimamente faça uma transição que não quebre o andamento. Com isso, o entra e sai de cena acaba cansando e lá pelas tantas já começo a torcer para que acabe. No início, a cena das fotografias com os atores correndo para conseguir chegar na marca (ou não, sendo ainda mais divertido) parece mostrar um ritmo frenético que talvez privilegiasse o conjunto, mas essa energia é logo perdida, seguindo um pulso inconstante.

Mas no final das contas, acho o saldo muito mais positivo do que o negativismo que a peça veio angariando. Como formadora de platéia acho extremamente válida, pois atingiu em cheio o público menos habitual de teatro e o tema é bastante próximo da realidade de qualquer um. Pode não ser uma obra prima ou mesmo uma leitura digna de montagem do TCA (como ouvi), mas dentro de toda presunção e marasmo que venho acompanhando no teatro baiano ultimamente, "Dias de Folia" ao menos é um suspiro de algo leve e divertido.

sábado, 27 de novembro de 2010

Cidade maravilhosa...

Essa semana eu finalizei meu primeiro curta-metragem, na verdade um trabalho de música do meu finado curso de dança, na qual eu me propus a dirigir alguns colegas atores em um curta onde o som da cena era também a composição da trilha sonora. Oi? É... o resultado não ficou como gostaria, por falta de tempo para finalizar e de reunir os atores todos para fazer tudo o que sonhei... mas ainda sim ficou divertido, e que venha o próximo. Ah, o trailer tá aqui, por mais esquisito que fazer um trailer de um curta possa ser:

http://www.youtube.com/watch?v=tGGbdExuKuM

E acabei de sair da sessão de "Harry Potter 7.1" já antecipando a tristeza de pensar que a série está acabando. Como é bom mergulhar naquele universo fantástico, por mais denso que ele vem ficando a cada filme. Passamos a tarde perambulando pelo shopping, com direito àquele escandaloso sorvete Yo, que eu fui seco pra comer com blueberrys e não tinha. Eu queria ser a garotinha das blueberrys: http://www.youtube.com/watch?v=yqEeP1acj4Y

Eu tô me sentindo meio culpado de estar aqui preocupado com cinema e companhia enquanto o Rio está em guerra e aquela coisa toda, mas realmente esse é um espaço democraticamente egoista, e falar sobre um assunto já tão falado é chover no molhado. E além do mais, toda essa imprensa está muito focada no aspecto politico e social da coisa em prol de mostrar como o Brasil resolveu combater a criminalidade (e portanto, os gringos podem aparecer na copa) e se esquecendo um pouco do lado humano da coisa toda. Já falei mais do que esperava...

E se a Narcisa Tamborindeguy pode ficar falando futilidades, eu também posso! A "única" coisa que nos separa é uma conta bancária...

Quero ver "Demônio" (!), filme com roteiro do M. Night Shyamalan (meda...) sobre 5 pessoas presas dentro de um elevador, sendo que uma delas é o... hum... você pode desconfiar quem seja... tem cara de bomba, mas eu adoro filmes confinados.

Tchau.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Eu quero muito mais...

Comprei minha tão sonhada e esperada filmadora digital. Ai meu pai, vou ficar insuportável...

Por esses dias assisti dois filmes interessantes, ruins em suas qualidades cinematográficas mas de histórias irresistivelmente envolventes. O primeiro, "Um Olhar do Paraiso" (nhéeee... nome cafona... o original, "The Lovely Bones"), adaptação de um livro lindamente triste chamado "Vida Interrompida - Memórias de um Anjo Assassinado" (nhéeee... nome cafona...) que li a muito tempo atrás. A história de Susie Salmon ("like the fish"), uma menina que é assassinada e passa a narrar sua vida do outro lado, enquanto passa a observar sua família, o assassino e a vida que segue. A adaptação de Peter Jackson inventa um "limbo" altamente influenciado por substâncias proibidas, coisa que não existia no livro e que pouco adicionam, se é que não afastam. O que acontece são dois filmes tão diferentes e que nunca se ligam organicamente: se por um lado a busca do pai (Mark Walbergh, fraquinho como de costume) e da irmã pelo assassino vem num crescente cada vez mais interessante, as cenas da menina (Saoirse Ronan, linda) são na maioria aborrecidíssimas, e mesmo em sua estética muitas vezes bela, acabam soando pouco criativas ao remeter a "Amor Além da Vida" (aquele filme tolinho com Robbie Williams) e o musical "Across The Universe". Com isso, o filme acaba cansando com seus 135 minutos, e com uma duração dessas, é quase inaceitável que papeis sejam tão esquecidos, como a da mãe (a sempre boa Rachel Weisz) e a da menina sensível ao mundo dos espiritos. Stanley Tucci está correto, mas achei um exageiro receber uma indicação ao Oscar, e Saoirse Ronan que tive vontade de matar em "Desejo e Reparação" aqui surge tão delicada que dá vontade de pegar no colo.

O outro filme foi "Um Sonho Possível", o tal que deu a estatueta de melhor atriz à Sandra Bullock. Baseado numa linda história real, o filme é tão lindo que termina tudo lindo. Nada é dificil, nada parece realmente ameaçar a vida daquelas pessoas, nada parece dar errado na história de um negro pobre que é acolhido por uma familia rica. Mesmo quando um fato perigoso acontece, a resolução é tão simplória que todo o temor sugerido é logo esquecido. Sandra Bullock provavelmente recebeu o premio por reconhecimento e não pela atuação em sí, visto que o filme pouco privilegia os atores, confiando apenas na força de sua história.

Ainda sim, dois bons filmes apesar de todos os problemas.

E estreou Harry Potter 7.1! Eu quero! Eu quero! Comecei a ler os livros um pouco antes do primeiro filme sair, e parei de ler no 5°, pois os filmes foram ficando tão emocionantes que preferi primeiro ver, depois ler. É uma saga no sentido literal da palavra, não essa besteira chamada "saga crepúsculo" de vampirinhos que brilham e mesmo com 100 anos não conseguem parar de bichisse prontofalei.

E agora vou ver "Clandestinos"! Tchau!

domingo, 7 de novembro de 2010

A cegueira da visão...

Por esses dias tenho quase trocado o dia pela noite. Cada vez dormindo mais tarde, cada vez acordando mais tarde. E isso me deixa num torpor chato, uma languidez de raciocínio. Tô burro. Tô chato. Tô vesgo.

Esses dias fizemos uma sessão Cine Trash. Assisti um filme que nem tinha conhecimento chamado "Seres Rastejantes", de 2006. Fui descobrir depois que o Metacritic fez uma lista com os 10 filmes de terror/suspense com a maior pontuação da década, e esse estava no meio. A proposta é recriar aqueles filmes trash da década de 80, em que terror e risos andavam juntos. A promessa foi boa, mas ficou só no ensaio. Nojentinho, engraçadinho e divertidinho; nada mais.

O outro, mais recente e mais bem sucedido foi "Piranha 3D". Sim, eu fui. E me diverti horrores. O diretor Alexandre Aja, do exelente "Viagem Maldita" soube levar o clima trash dos filmes-monstros com o fetiche cinematográfico atual de violência nua e crua. O resultado é um filme que fecha um ciclo na onda mal aproveitada do 3D, levando todo o gore possivel em primeiro plano, incluindo mutilações e orgãos genitais sendo atirados na cara da platéia. É mais ou menos como eleger o Tiririca: não tem como afundar mais. No meio do caminho, a gente acaba rindo da desgraça toda.

E agora vou terminar de assistir "Os Homens Que Não Amavam As Mulheres", tchau.

domingo, 31 de outubro de 2010

Atenção para o refrão...

Finalmente tive tempo de assistir alguma coisa do FIAC, Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia. Sexta feira vi "Mi Vida Después" da Argentina, uma mistura de teatro com contação de história, visto que aparentemente os atores apenas contam suas histórias reais, fortemente influenciados pela política e com uma mágoa libertária que busca alguma espécie de ideologia de vida baseada no crescimento do país. Sincero, cool e num ritmo bem peculiar, acho que nossos hermanos têm muito a nos ensinar em termos de visão e respeito politico.

Ontem assisti "A Flor da Pele", do Balé do Teatro Castro Alves. Espetáculo longo e bonito, mas sem um pingo de novidade visto que tudo aquilo já foi visto de alguma forma em algum momento e em algum lugar.

E hoje é aniversário de Bruno Belini, amigo querido de Maringá. Companheiro de aventuras inesquecíveis, muito Pump It Up no fliperama do shopping, McDonalds madrugada afora, muita gasolina queimada acompanhada de fitas e mais fitas de trilha sonora cuidadosamente selecionada, loja de conveniência, sonhos compartilhados, desejos aflorados, Spice Girls e muita Boy Band, piscina de bolinhas, super combos, socos mentais, alguns filmes, Richardson e Meloni, roller, luxuuuu... gargalhadas descontroladas. Tempo bom que não vai voltar? Nunca foram embora. Feliz aniversário meu amigo, muita saúde, muitos sonhos, muitos desejos, muitos amores, muitas paixões, muito dinheiro, muitas realizações, muitas estradas, muitas esperanças, muita paz, muita vida, muitos abraços. Que te sobre gasolina para continuar rodando, que seus timpanos sigam resistindo toda a música que te encontrar no caminho, que todos os golpes, combos e super combos sejam a seu favor e que não te falte energia para seguir lutando. Continues infinitos. Até daqui a pouco.

"Round my hometown
Memories are fresh
Round my hometown
Oh... the people I’ve met
Are the wonders of my world
Are the wonders of my world
Are the wonders of this world..."

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Eu nasci para ser o superbacana...

Domingo meia noite. Aham, eu deveria estar dormindo afinal, teoricamente, amanhã cedinho eu estou me esfolando nas aulas de dança. E quem disse que eu vou? O joelho segue doendo, a preguiça segue batendo, a empolgação segue em algum lugar que esqueci onde...

Fui assistir "Minha Mãe é uma Peça" do ator Paulo Gustavo, que escreveu e atua segundo a tiradas inacreditíveis de sua própria mãe. Peça curtinha, divertida em muitos momentos, caracterização impecável, mas que funciona mesmo por nos colocar pensando que se trata de uma figura real, e não apenas de um texto espertinho e bem interpretado. As vezes cansava feito programa do Jô, que faz uma piada absolutamente sem graça mas tem sempre alguém se estrumbicando de rir só porque é o Jô.

Assisti também "Os Enamorados" com direção de Antônio Fábio, que se assemelha muito as comédias de Molière e Shakespeare, mas sem o frescor de ambas. Alias, todo o espetáculo parece sofrer dessa falta de vivacidade: ritmo sofrível, atores desnivelados, encenação batida. Alguns lampejos do que poderia ser algo divertido, mas acaba terminando por isso mesmo. Enquanto isso, Los Hermanos mal se fazia ouvir com a multidão que se tijolava e gritava na Concha Acústica.

Repare: impressionante como não há 4° parede que impeça o baiano de tentar se comunicar com o artista no palco gente! Toda peça que vou tem sempre alguém que dirige a palavra para o ator no palco, com ou sem liberdade concedida. Stanislaviski devia ser leitura obrigatória na 6° série...

Me lembrei de minha mãe. Uma noite de glória. Curitiba, Guairinha, "Ópera do Malandro", lotação 504 lugares + umas 100 pessoas que foram embora. Todo o elenco de malandros e putas passando pelo meio da platéia, reclamando seus direitos à Duran, melhores condições de trabalho e a porra, quando sinto um dedo me cutucando. Minha mãe, sorrindo e me olhando com aquela cara de "tô aqui". Ao fim da sessão, dei uma aula de formação de platéia CLARO. Minha fã ferrenha, daquelas que se eu ficar 1 ano em cartaz de terça a domingo com 3 sessões ela estará em todas, NUNCA MAIS quis me dirigir palavra em cena. Educação nunca foi defeito, e Salvador carece disso. Prontofalei.

No fim de semana rumamos novos amigos baianos, love + eu rumo à SP prestar um trabalho de teatro-empresa para uma companhia de telefonia. Impressionante como uma igreja universal e um grupo empresarial realizando um trabalho de motivação de funcionários se assemelham em suas lavagens cerebrais. Devo ter ouvido mais de 50 vezes a tal promoção da empresa sendo repetida aos berros pelos pobres vendedores, que acordaram cedo no domingo para acompanhar uma longa sessão de palestras, videos, powerpoint (ic!) e afins. Pobre de nós atores que tivemos que esperar 3 horas no fundo do palco sem um mínimo de conforto ao som de vuvuzelas e buzinas a gás. Realmente não sirvo para o ramo; imagina eu ali no meio tendo que fingir que estava motivado, gritando com empolgação a cada frasezinha barata de efeito, fingindo que tava achando tudo aquilo incrível...

Sigo na minha solitaria busca por uma verdade que nem sei qual é...

Nesse ínterim, ainda deu para correr para o teatro. Assistimos "Casting" de um escritor russo chamado Aleksandr Galin, com Caco Ciocler e (ic!) elenco. Peça longa avejizuis... ritmo sofrível, algumas boas tiradas, alguns bons momentos, figurino bala... mas que peça longa avejizuis. As vezes me lembrava "A Opera do Malandro", mas sem aquela alma que permeia a obra de Chico Buarque. Mas valeu a pena ver a diferença de produção, em como a estrutura de lá está a anos-luz do que percebo aqui, ih... papo longo, complicado, xá prumoutra hora...

Depois, saimos para uma pizzaria no Bráz, e no meio do caminho fiquei altamente pensativo e com uma sensação de encolhimento vendo aquela cidade gigante tomada por filas e mais filas onde quer que fosse a festa, do nível que fosse, da qualidade que fosse... credo, me senti impotente e desimportante, tipo a crise da formiga em "FormiguinhaZ" ou a crise da abelha em "Bee Movie". Chegando na pizzaria (e depois da fila), comemos uma pizza tão fina que pensei que só tinha borda, e os zoião de gorda viram uma caipirinha de lima da persia que nem hesitei em pedir. Enjoativa feio o quê, estava pronto para deixar na metade quando chegou a conta e descobri que custava R$ 19,50 (!!!), então bebi tudo só de raiva e desencargo. Ave Maria Mãe de Deus que delirio de mercado...

Entre gastos e sonos perdidos, saimos rindo todos. Novos amigos elétricos, mais viagens porvir, a vida segue. Saudade de ir ao cinema. Preciso comprar um livro. Quero o 5° episódio de Glee.

sábado, 16 de outubro de 2010

Ela se derrete toda só porque eu sou baiano...

Primavera na Bahia! Um dia mais lindo do que o outro, e eu nem dei um tchibum ainda... mas praia é o que não falta no verão, seja por conta do clima propício, seja pela falta de compromissos. Estou sonhando com as férias nas aulas de dança, para curar todas as injúrias do corpo, mas tenho certeza que as férias vão ser longas demais assim que começarem.

Nota mental: se algum professor passar mais algum trabalho, ter uma síncope e gritar feito uma mulé.

Ainda não marquei um médico para ver esse joelho podre e essa lombar ardida; fazendo as aulas todas meio nas coxas, e as apresentações de fim de ano chegando. Tá massa.

Todas as quartas de outubro estou lá no Tom do Sabor assintindo os "Superbacanas", projeto de música baiana da década de 70 que o love participa. Bora lá me fazer companhia e tomar uma roska de caju?

Ontem fui num boteco comer e beber e conheci Daniela Henning do Shaggapress, blogueira de primeira que leio e me divirto faz tempo e por coicidências da vida, tava por lá.

E eu aqui me acabando com o brinquedinho novo que aprendi a operar, um Photoshop CS3. Produzindo cartazes pro meu curta e brincando com fotinhas ingênuas. Taí duas coisas que eu poderia fazer pro resto da vida, editar filmes e ficar inventando cartazes. Nota mental.

Acho tão engraçado essas pessoas que vão morar fora e voltam dizendo que esqueceram o português. Acho que tô precisando morar fora um tempo e voltar do mesmo jeito para parar de achar tudo isso muito afetado... pra ver se vou ficar comparando e botando defeito no meu país e coisas do tipo. Porquê o mais longe que já morei foi Fernando de Noronha, e toda vez que falo isso as pessoas ficam todas muito sonhadoras; eu do alto do meu deslumbramento penso comigo: gente, Fernando de Noronha não tem nada. Tudo bem, vá passar uma semana e curtir a natureza, mas vai morar numa ilha que não rola um cinema, um shopping, um engarrafamento, um stress... tem gente que não consegue viver sem isso não, somos todos muito urbanos.

E o Fiu-fiuk cantando por entre os dentes, homenageando o pais famoso-e-ausente, que a TV insiste em mostrar só porque o menino tá aqui na Bahia? Bora lá também?

Cri cri...

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Água azul de Amaralina...

Ah... a sexta feira na Bahia... sou capaz de afirmar que os deuses descem de suas nuvenzinhas, só para aproveitar as delicias da culinária que brotam por todos os cantos dessa terra. Um caruru completo no almoço é feito uma grande festa, que desemboca pela boca em rompantes e desce causando frisson por onde passa. Há algo de sagrado nessa comida que eu não sou capaz de compreender, apenas degustar como se fosse a hóstia rainha das missas, e juro que se não fosse pelos joelhos sofridos eu bem me ajoelhava pra comer.

Capital com o maior número de gente que fala sozinha por metro quadrado, das mulheres que cospem no meio da rua, das academias abarrotadas de gente que não malha as pernas. Nunca vi tanto negro usando esteróides, justo eles que menos precisam.

Sou capaz de encarar o acaraje de uma baiana que nunca vi, e ainda assim, basta um "boa noite" bem dado para que ela pareça uma conhecida de longa data. O acarajé de uma boa baiana bem parece um pecado ingerido consciente e com todas as delicias da culpa. Deve ter um pedacinho de algo sagrado por ali, salpicado enquanto a gente não está olhando, só para tornar o ato de comer ainda mais irresistivelmente libidinoso. Antropofagicamente é comer um deus em cada bolinho daqueles.

Capital das intimidades compartilhadas quase instantaneamente, das pessoas que falam alto, da sobrevivência. Sexta feira é dia de usar branco, de comer comida baiana; sei lá por que, só sei que é assim.

E é bom!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

I can bring it to you in 3D...

A tal virose que eu tive passou; ainda sem resultados e opinião do médico pra saber se era mesmo uma bronquite. Foi eu melhorar pro love cair na cama, virusinho lambisgóio relaxado filhodeumaputa.

Mas eu ando me sentindo uma véia cas junta tudu pôdi. Começou no joelho esquerdo, que não flexiona mais até onde deveria sem uma boa parcela de dor e estalos, e que culpo a aparelhagem barata da academia que frequento. Mas como as aulas de dança estão longe de "delicadas" talvez seja velhice mesmo. Pois quando eu comemorava a quase total recuperação, uma dor na lombar não me deixa nem executar um cambre meia boca. Ai ai...

Falando em dança, ando numa preguiça inexorável de ir pra aula. Levemente desanimado com algumas matérias, mas nada que justifique. A verdade é que chega a essa hora e eu ainda aqui, na internet e assistindo Top Chef, quando deveria estar dormindo. Com isso, não tem pique que me tire da cama. Levemente desanimado com a turma, tendo que lidar com uma maioria de adolescentes preguiçosos e desinteressados. Me descobri mais sem paciência com imaturidade do que nunca, e com os trabalhos pululando eu preciso respirar.

(Respira)

Mas ao menos o trabalho de Música tá tinindo e estou empolgado com isso. Só não posso mais perder aula. Guaraná no café da manhã e sebo nas canelas pra quê te quero.

Nada de passar nos testes, nada de passar nos editais. A vida tá boa, só não estou ganhando dinheiro.

E aí Mega Sena, tá boa?

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Tu és...

Férias antecipadas. Acordei segunda com um tipo de virose, o amor achou por bem me levar ao médico visto que já era a terceira vez que essa coisa me pegava, e descobri uma bronquite. Por mim estava aqui tomando meu sorvetinho na boa, mas o love me passou a coleira e nem abrir a geladeira ele me deixa. A semana toda faltei as aulas de dança, tenho dormido um bocado mas não muito bem por conta das vias respiratórias danificadas, enfim... tudo tem seu bônus e seu ônus.

Aproveitei os dias enclausurado para editar um trabalho de video para a matéria de Música da FUNCEB. Reuni a fina nata dos atores que se aventuram à dançar por lá, nos reunimos aqui em um sábado em que o love viajou e filmamos metade do planejado. Desafio proposto, desafio aceito; mergulhei de cabeça na edição, aprendi uns truquezinhos novos no meu tímido Sony Vegas 7.0, e só me frustrei quando percebi que a qualidade de imagem era maior do que o programa (ou meu computador?) conseguia suportar. Futuramente preciso almejar um Mac, é isso? O trabalho consiste em uma história onde o som e a trilha sonora é totalmente diegética, ou seja, abri tantos canais de som e quebrei tanto a cabeça para sincronizar tudo de forma musical que as vezes dava tilt. Fora a pesquisa por sons e ruídos para a montagem de som. Preciso dizer que tô me deliciando?

No mais, poupando cada penne para comprar minha sonhada HandyCam, e vendo todos os projetos que escrevi em editais serem rejeitados um a um. Tudo em seu tempo.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Coração de melão...

Silêncio estranho pela casa, apesar do barulho da rua, dos telefonemas, das teclas. Normalmente costumavam ver a TV enquanto usavam seus computadores, cada um a sua moda. Um matava o tempo entre pesquisas sobre tudo e qualquer coisa que lhe viesse a cabeça ou lhe fosse levemente sugerido e aquários virtuais. Outro vivia entre milhões de pessoas, alguns caracteres, muita informação e poucos devaneios que valham em um mundinho que era só dele e só ele era capaz de absorver. Em um dia normal, existia uma rotina pré-estabelecida pela força do tempo. Um se ocupava com afazeres gerais, dobrando uma roupa aqui ou cozinhando algo preocupadamente trivial ali, subtraindo a falta do que fazer naquele mundo de gigabytes. Outro seguia compenetrado, vez ou outra chamando a atenção para algo estupidamente genial ou singularmente esquisito que filtrara por entre aquela enormidade de mundo quadrado em seu colo. Em um dia normal, as coisas corriam nesse sentido esquecido entre o agora e o que não vai para frente.

Mas hoje era uma dia diferente. Como uma Teoria do Cisne Negro, um evento. Baseado nos critérios de Nassim Nicholas Taleb:

- O evento é uma surpresa (para o observador)
- O evento causa um grande impacto.
- Após o ocorrido, o evento é racionalizado por percepção tardia, como se tivesse sido cogitado.

Hoje era um daqueles dias conhecidos, mas não muito comuns em que aqueles dois eram feito dois estranhos. Imagine você, dentro de uma daquelas tramas Hollywoodianas deliciosamente esquecíveis, sendo jogado em meio a uma casa onde tudo era altamente familiar, mas nem um pouco confortáveis, visto que um estranho vivia ali, e ao que tudo indicava ele o fazia a muito tempo. E sabia seu nome. E quem você era. Era por ai, mas não assim tão mistificado.

Aqueles dois já se conheciam de longa data. Já sabiam de seus horários, suas muletas e suas alergias. Um era altamente controlado no que dizia respeito ao bom funcionamento dessa rotina já dissertada, desde os itens que não podiam faltar na geladeira até a medida em se manter presente mas em silêncio mesmo quando o que queria era ouvir música alta. Outro era uma figura bem estabelecida, e nada podia abalar aquela estrutura tão bem construída pelos anos de historias e acontecimentos que Um apenas supunha conhecer. E por essa história ser baseada em fatos observados por Um e ele mesmo ser o autor do descrito, as informações referentes ao Outro certamente são nada mais do que uma profunda reflexão de Um (que se considera um bom bom perceptor pero no mucho).

Tudo começou com uma lasanha de berinjela, seu preparo e o desastroso decorrido durante o ato. Um, como reza a lenda de todo bom virginiano, estava naqueles dias que só mulheres sentem uma vez por mês, mas que (fato) homens nascidos entre 24 de agosto e 22 de setembro adquirem por alguma osmose lunar obscura. Preocupado com a quantidade de queijo na geladeira junto com o desejo pelo prato anunciado por Outro, se aventurou na construção daquele sitio arqueológico vegetariano que lhe era tão desconhecido, a contra gosto, afinal era um daqueles dias. O Outro por sua vez, mal acostumado (como ele próprio afirmara) com aquele comodismo, seguia anunciando para o mundo virtual os cuidados do amado sem perceber a barbatana de tubarão que rondava sua prancha. Outro, seguindo seus instintos de diretor, organizador ou reparador (essa eu deixo para você escolher) decidiu comentar a respeito do preparo, dos sabores adicionados, dos cheiros que saltavam, do aspecto que nascia na forma velha para assar. E sem medir o tamanho que as palavras iam adquirindo aos ouvidos de Um, Outro perdeu a mão como um cozinheiro perde a mão no sal da comida.

E então o Cisne Negro bateu suas asas, como uma noticia ruim que chega ao telefone. Em algum período compreendido entre a entrada do prato ao forno e sua resolução, o gás chega ao seu trágico fim. Assim, silencioso, sem aviso. Para o desespero de Um, para a confusão de Outro. Porque Um parecia tão derrubado, tão velho feito um colhedor de maçãs no sul do Chile em pleno solstício de verão?

E esse foi o causador do evento estranho que pairava na casa. Enquanto Um tentava seguir com seus já conhecidos afazeres, mas sem o menor esforço, Outro parecia castigá-lo com uma atitude fuck off, saindo em horários desconhecidos e voltando sabe-se lá de onde depois de algumas horas que pareciam anos. E como já foi dito, era um dia conhecido, mas não habitual. Nesse dia, Um resolveu desafiar sua própria lei de se botar como vítima, de assumir a culpa, de submisso e se calou. Se segurou por mais de uma dezena de vezes, mas se calou. Estava disposto a chorar em silêncio, debaixo do chuveiro ou na cama aconchegada muito mais cedo do que o habitual antes de dirigir palavra. Só para ver no que dava, só para suprir uma necessidade mórbida de entender aquela atitude do Outro, que lhe causava tanta dor mas o que é a dor se não algo que não estamos dispostos a encarar? No seu mundinho de medos infantis e psicoses com faca de algodão, imaginava as piores resoluções para sua atitude, tentando encontrar no meio daquele emaranhado de pesadelos um pequeno patinho feio e negro. Como nunca foi capaz de sonhar, ou melhor, de lembrar do que sonhava, era expert em dilacerar um mundo em profecias catastróficas. Mas estava decidido, superaria aquele silêncio com latas de cerveja e barras de chocolate até que o Outro desse o primeiro passo rumo aos velhos hábitos.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Not today or tomorrow...

Ao som de Jason Mraz repito: eu sei, sumi. Ando fazendo coisas, juro, mas sem a menor inspiração para blogar.

Jason Mraz, o carinha do "I´m yours". Um amigo emprestou o CD, disse que eu tinha que ouvir. Realmente, ele tem uma ginga insuspeita, visto que é um branquelo e... bem... homens brancos não sabem enterrar...

A mesma coisa que japonês sambar! E é? Uma amiga lembrou de mim, me indicou pra um trabalhinho "fácil", e lá tô eu, ensinando 50 pré-adolescentes a sambar. E samba de roda. E um sambinha cuntipurâniu. E hoje, um semba. Ô minha gente, eu nem sabia que existia SEMBA até que me disseram que queriam uma coreô de semba. Fui lá no Tio YouTube, e como tudo na vida hoje é possivel, aprendi o tal do semba, uma lambadinha safadinha com passinhos de forró e tudo mais que te vier a cabeça, bem reboladinho. As mamães vão gostar de ver suas filhinhas fazendo essa dancinha? Duvideodó, mas tão pagaaano... eu só tô fazendo meu trabalho. Por segurança, vou manter umas polegadas de segurança entre um quadril macho e um quadril fêmea. Dancinha quase casta. Quase, I said. Os capetas não para de falar, eu saio dos ensaios sem condições de chamar "taxi", mas tâmo aí, tirando suco de alface. Apesar de detestar dar aulas, eu sei que levo jeito pra coisa. Os pentelhos me adoram; as menininhas por aqueles motivos de caderninho com cadeado, OK... mas os piás ficam se chegando, querendo ser da galera. Eu que já fui eles, eu sei como é um professor chato. Então eu brigo, mas depois eu faço uma piadinha, eles saem rindo e tá tudo bem. Mas não tenho vocação pra isso; Globo, tô aqui procê viu?

(Tô todo coloquialzinho hoje por quê hein?)

(Tomei bronca do love porque escrevia "ein" ao invés de "hein"... e mesmo achando que a porra do "hein" não precisa de "h", tá aí pra confortar aqueles que realmente se importam com "agás" em "hein´s")

(Tipo quando eu acentuava o "cu", e ele retava. Ô gente, cu é uma palavra que pede acento, pra afirmar a coisa entende? Não... ninguém me entende... vou sugerir isso na próxima reforma ortográfica, já que descobri que ela serve pra mexer em um monte de coisa que não precisa)

Voltando.

Toda essa labuta pra comprar uma sonhada filmadora digital Sony azul coisa-mais-linda-que-faz-zoom-óptico-de-80x-com-estabilizador-de-imagem. Mamãe resolveu me presentear com uma, depositou o dinheiro e tudo, mas esqueceu da mesadinha básica de todo mês. Eu como não estou nem um pouco à vontade com a situação filho-27-anos-dependente-de-mesada nem cobrei; ela, esquecida feito o quê, nem se tocou, apenas disse: mas eu dei o dinheiro pra comprar a câmera! E eu: mas mãe, eu precisei pagar contas... (suspiro)... Ela nem se tocou...

Então tô economizando um bocado esse mês e no outro provavelmente será assim também, pra poder abrir a porta da esperança e não dar de cara com o nada. Economizando no quê mesmo? Ah... baladas...

Mas eu nem sou de balada...

Tô tão velho. Dizem que entrei no inferno astral. Deve ser verdade. Cansado. As aulas tão matando, caminhar todo dia ajuda, e o shot extra de academia tem até surtido efeito, mas CANSA! Vou ali comer um aipim cozido com calabresa e volto.

E não é que esse menino Mraz sabe fazer um som?

Beijotchau.

domingo, 18 de julho de 2010

This is it...

Temporada de chuva em SSA, *eus meu... saí de Curitiba por isso, aqui tem sido pior; coisa de chover por 5 dias sem parar, loucamente, feito uma incontinência urinária gigante... argh...

Ontem finalmente assisti o tal "Michael Jackson´s This Is It", meio-show-meio-documentário sobre o ex-rei-do-pop que voltou a ser considerado pelo seu talento e não mais apontado como astro em meteórica decadência... só porquê morreu... ih, falei. Quando a coisa toda aconteceu, fiquei tocado como todo mundo, mas quando a imprensa começou com aquela hipocrisia toda, e principalmente quando TODO MUNDO resolveu virar fã de Michael Jackson logo me desinteressei e só vi o tal "filme" porque tava passando na Warner. Não suporto ver que só resolvem dar valor à alguém depois da morte. Enfim... o filme é bem chato do ponto de vista dramático, enjoativo quando percebemos que os longos números mostrando MJ ensaiando vão continuar um atrás do outro, e honestamente, pouco impressionante em termos do que julgam a genialidade do astro. Seu minimalismo não me impressiona, uma vez que um artista que passou quase duas décadas tocando a mesma coisa tinha a mínima obrigação de conhecer sua música. Tampouco o show que vinha sendo preparado tinha muito a inovar a não ser pelas imagens 3D (como seria aquilo? óculos para todo o público??), visto que nada mais era que um palco comum com todas as pirotecnias existentes colocadas uma após a outra. Michael e suas músicas eram ótimas, e ele com certeza era um performer incrível, mas sua fase criativa realmente aconteceu na década de 80. O leve respiro no inicio de 90, com a tentativa de tornar a esbranquiçada figura como algo "normal" utilizando o discurso que "Doesn´t matter if you´re black or white" não colou; boa música, discurso pífio. A verdade é que Michael criou um estilo e o que veio depois foi uma variação do mesmo. O show provavelmente seria um sucesso, e provavelmente ele continuaria a lutar para relembrar aos outros que sua criação era mais importante que sua atribulada vida pessoal. O que aconteceu (infelizmente) é que ele não teve tempo.

E estreou nos cinemas o bacanão "À Prova de Morte", filme que Tarantino dirigiu antes de "Bastardos Inglórios" e que tinha uma proposta interessante junto ao amigo Robert Rodriguez de recriar as sessões duplas da década de 30. Fracasso de bilheteria, os filmes chegaram separados aqui: o menos interessante "Planeta Terror" à três anos atrás fracassou nas bilheterias e quase impediu seu "irmão" de chegar as telonas. Assisti pirateado na época do lançamento, e não sei realmente se ele funciona nos cinemas devido ao seu ritmo lento e estrutura anti-convencional, mas com certeza se trata de um dos bons de Tarantino. Diálogos afiados mas que exigem... bem, gosto por diálogos, logo somos presenteados com o melhor do diretor, que sabe surpreender em tempos de tanta monotonia. O filme, apesar de se passar nos dias atuais, se concentra tanto em seu estilo que por vezes pode ser confundido como um exemplar tirado de uma falida locadora de VHS, com direito a película arranhada, "bitucadas" e até mesmo remendos de filme. A figura feminina ganha cada vez mais espaço na linguagem do diretor, que se antes poderia ser visto como um perfeito nerd-machista, aos poucos parece compreender o fascinio que elas causam, num misto de erotismo com idolatração absoluta (a insistência em enquadrar suas divas de baixo para cima é apenas para focar seus glúteos ou seria uma forma de coloca-las em um pedestal?). E no mais, em tempos de CGI e mal uso de computação gráfica, é no mínimo um deleite acompanhar uma cena gigante de perseguição contando apenas com dublês, excelente edição e o frescor de Zoë Bell, dublê de Uma Thurmann em "Kill Bill" que acaba destoando e roubando a cena, simplesmente por ser naturalmente destemida e não uma personagem tão bem construida como as demais. Abuse de pipoca e coca-cola e vai ser uma experiência bem divertida.

Ando muito cinematográfico nesse blog, acho que vou mudar o nome pra "O Cinenauta"...

E o love descobriu um reality chamado "Ru Paul´s Drag Race", uma cópia de "America´s Next Top Model" com drag queens. Sentamos no sofá e só paramos de rir quando acabou o episódio oito. Que mundinho curioso esse...

Vou ali ver em quantas vezes posso parcelar a compra do bote salva vidas e já volto...

sábado, 10 de julho de 2010

Don´t stop...

Incrível como o computador exerce uma força irresistível nas pessoas, feito um imã puxando bolinhas de ferro.

Ah, estamos sem internet em casa, vindo ao sossegado (sic!) Shopping Barra só para poder acessar a internet. O amor de costas não vê o povo que passa e não resiste a espiar o que ele tá vendo.

O que será que ele tá vendo?

@#$%¨&*

A casa chegou a um certo limite de paciência, acho que a coisa só não descambou por falta de solução. Cada vez que a dona do apê sai, o cachorro-gente desaba a latir, como se latir fosse a última coisa que lhe restasse na vida. Não adianta fazer carinho, não adianta gritar; é virar as costas e o cão destrambelha a ladrar. E se ficarem fora o dia todo, é o dia todo que esse bicho late. Cachorro não fica com calos nas cordas vocais não? Pra juntar forças, a vizinha nova chegou com um cachorro-pantufa que desata a chorar cada vez que ela sai. Posso?

Ai junta com o banheiro que vaza água, a pia minúscula, as tomadas que não encaixam, as janelas que não fecham, as luzes que demoram a acender... olha... respira e vai!

@#$%¨&

Vamos falar de coisas boas? Eu bem preocupado com minhas notas do curso de dança, descobri que tô com a bola toda! O "senhor" aqui ainda tem rebolado pra mostrar. Me aguenta...

@#$%¨&*

Saudades de Glee. Ultimamente só tenho visto filme de morte...

@#$$%¨&*

Ficar no shopping, na praça de alimentação e olhando todo mundo comer é tipo um convite a gordice né? Ah! Voltei pra academia! Raspando as últimas moedas do Porquinho pra pagar, mais ainda assim o maior desafio é conseguir malhar ouvindo o CD do Aviões do Forró. Vai malhar em acadmeia de vileiro pra ver se é fácil, vai!

Tchau!

quarta-feira, 30 de junho de 2010

The Human Centipide...

Quem me conhece sabe que eu não resisto a um filme de terror. E comigo não tem tempo ruim; não sou do grupo que defende a velha guarda, que só reclama de Hollywood, etc e tal. Assisto tudo, com a mesma dó e piedade dos psicopatas que geralmente aparecem nos filmes. Mas ao contrário do que a maioria pensa, eu não me divirto e muito menos tenho um prazer mórbido em ver gente morrendo. Eu sofro junto. Quer dizer, quase sempre, porque ultimamente a safra realmente está fraca. A moda agora é explorar o gore ao limite do insano (e que limite será esse?), e com isso, a narrativa, o ritmo, a tensão, as boas interpretações, fatores tão importantes para "segurar" um filme do gênero, são deixadas de lado.

"Jogos Mortais" foi provavelmente o culpado dessa moda macabra. Violento ao ponto de me fazer contorcer na cadeira do cinema, o filme justificava suas cenas com uma premissa simples e bem pensada, aos moldes de um "Seven - Os sete crimes capitais". O serial killer é cruel por uma razão, por mais socialmente inaceitável que essa razão seja. Com orçamento pequeno, o filme se passa quase todo dentro de uma pequena sala, e eu sou fascinado por ideias simples que se desenrolam em pequenos ambientes.

Então veio o descarado do Eli Roth (que se tornou hype (sabe-se lá por quê) depois do bobinho "Cabin Fever") com o seu pornô-de-violência "O Albergue", escancarando tudo aquilo que os pudores cinematográficos evitavam mostrar. De fato, seu filme nada tem de novo uma vez que a violência já era explorada HÁ MUITO TEMPO nos filmes japoneses, só para ter um exemplo. Foi ele o primeiro diretor estadunidense a sacar isso e só.

E agora, suprindo essa onda de "Jogos Mortais" já saturados (o filme já está no quê? sua sétima ou oitava sequência?), surge um novo exemplar do gênero que me prendeu na cadeira antes de começar: "A Centopéia Humana - Primeira Sequência". Se você ainda não leu nada sobre o filme, tem estomago forte, gosta de filmes de terror e ficou curioso, recomendo não ler nada sobre ele e assisti-lo de uma vez, já que o trailer revela demais e as opiniões acerca do filme andam bem infladas.

Segue o link: http://www.baixeturbo.org/2010/05/download-a-centopeia-humana-legendado/

Pois bem. Pensa ai. Um médico muito doidão (nazi-style) especialista em separar irmãos siamêses é obcecado em criar a centopéia humana do título: ligar 3 pessoas em fila pelo sistema gástrico. Não entendeu? Pegar uma pessoa, botar de quatro e cortar o cu; pegar outra pessoa (também de quatro) e costurar a boca no cu da primeira. Cortar o cu do pobre segundo elemento e ligar à boca de um indigno terceiro elemento. O primeiro desafortunado come normalmente, e quando cagar, o segundo é obrigado a comer, já que está colado. Já o amaldiçoado terceiro elemento, se sentir fome, coitado... tem que esperar que o segundo elemento cague as fezes do primeiro.

A coisa toda é tão, mas tão absurda que eu tive que ver, nessa curiosidade mórbida que nos cerca quando vemos um acidente de carro e viramos o pescoço para olhar, sabe como?

Infelizmente (ou felizmente, sei lá) o filme em sí só se segura pela premissa assustadora. Oras, meu medo maior não é morrer, mas sim ficar a mercê de algo tão insuportávelmente macabro sem poder fazer muito a respeito. Os fãs de violência não verão muito (eu disse muito, viu?), já que nesse sentido, o filme é até bem comportado. O que realmente é uma pena é que, apesar de audacioso em realizar um projeto assim, o diretor Tom Six (quem?) não vai além, entregando um filme prosáico (??), de direção careta e sem ousar em nenhum momento das longas 1h e 30 mins de filme.

As duas mocinhas além de ruins pouco podem fazer depois de terem a cara enfiada em rabos alheios, a cabeça da centopéia é irritante (e oras, deveria ter posto um judeu na frente de uma vez, já que é pra esculhambar), e o psicopata-mor interpetado por Dieter Laser está longe de ser um exemplo de boa personagem. Alguns criticos elogiaram, outros desavisados compararam ao Hannibal Lecter do Antony Hopkins, eu achei apenas teatralmente divertido...

O grande problema é o roteiro, que retrata todos os presentes como burros, seja do lado de lá como do lado de cá da tela. Mocinhas de filme de terror são burras por natureza, OK, mas quando o vilão mal se preocupa em disfarçar sua demência na frente de 2 policiais, só podemos concluir que se tratam... olha! De 2 burros também! Sem parecer ter muita noção de ritmo, o filme as vezes ensaia algo de bom, como a cena em que uma das burrinhas... que dizer... mocinhas tenta fugir e a cena se estende de forma interessante (apesar de concluir de forma decepcionante), na maioria das vezes as cenas parecem não fluir de forma natural, como por exemplo a cena-central da operação, que acaba tão rápido que pensei se tratar de um aquecimento. No final, o filme faz apenas aquilo que prometia, sem arroubos e surpresas.

E lá vem uma sequência, ÓOOOOOBVIO! Ao que tudo indica, a "Primeira sequêcia" na verdade um estudo para a "Sequência completa", uma centopéia com DOZE pessoas...

Com isso, chego ao ponto que me levou a escrever tudo isso, que não era escrever uma crítica ao filme, mas sim em me ver fascinado pela mente humana. COMO PODE ALGUÉM IMAGINAR ISSO? Eu me admiro com gente assim, que tem uma ideia que eu não seria capaz de ter. Quando vejo algo assim, tenho vontade de conhecer essa pessoa, ouvir o que ela tem pra dizer, entender esses mecanismos criativos geradores de algo relevante, algo pulsante, algo criativo. É grotesco, talvez seja oportunista, pode ser apenas mais um tentando sobresair no meio de tantos, mas não dá pra ignorar o fato de que o filme mexe com você, mesmo que seja a repulsa e você NUNCA o assista na sua vida.

Em um período de pouca criatividade do gênero, onde os remakes pipocam mais do que as produções originais, a tal centopéia humana ao menos arrisca dar um passo (ou seria um três-em-um passo? Hihi...) para uma direção que não seja para trás.

terça-feira, 29 de junho de 2010

How do you expected me...

Eita que as férias vem chegando ao fim e não deu tempo nem de blogar...

Mentiras a parte, tempo a gente sempre arruma, faltou é inspiração mesmo. Dizem que a escrita é um exercício que deve ser praticado todo dia, e eu bem fiz, mas ao invez de caçar assunto pra estar aqui, resolvi mergulhar de cabeça na ideia de me tornar o mais novo excritor de textos... ahn... teatrais, contos, livros... whatever o que sair disso.

Pensa em linhas e mais linhas de ideias geniais e outras nem tanto assim?

São João aqui por essas bandas é uma coisa encantadora. Além da ótima desculpa pra se comemorar o aniversário do love, é uma data comemorada de verdade. Lá no sul só me lembro do São João nas festinhas do colégio, onde eu era o primeiro a me oferecer pra dançar a quadrilha, e também o primeiro da fila pois sempre fui o menorzinho. Estrela mirim. Fomos para Rio de Contas, cidadezinha simpática à 12h de Salvador. Viagem do cão, chegada recompensadora. Infelizmente fomos com a cabeça em projetos mil, e acabamos voltando antes que eu pudesse subir uns morros e acampar no mato. Deu pra fazer trilha e tomar banho de cachoeira.

No mais, escrevendo e esperando, escrevendo e esperando. Muitos projetos, muitas esperanças. Pela última, a gente não paga e então eu abuso.

Falando em não pagar, e Zé Celso? Bleeeergh:P (tipo um pré-gorfo com direito a linguinha pra fora...)

sexta-feira, 4 de junho de 2010

If I could do just one near perfect thing I´d be happy...

Férias chegando! Nem acredito... mas dizem que ator não tira férias, e é quase verdade. Vai ser bom pegar alguns dias pra dormir até mais tarde, essa mratona de curso técnico foi de doer (literalmente).

Vamos falar de filmes. Tenho visto muitas coisas, algumas que valem comentar, outras nem tanto.

"O Segredo Dos Seus Olhos" do diretor argentino Ruan José Campanella já pode ficar entre os meus favoritos de 2010 (e olha que só estamos terminando o primeiro semestre). Sua parceria com o ator Ricardo Darin se assemelha a de Burton + Depp, com a diferença que os dois primeiros até agora não erraram, bastando conferir "O Filho da Noiva" e "Clube da Lua" (ainda não vi "O Mesmo Amor, A Mesma Chuva"). Direção discreta, que quando se permite um grande arroubo é através de um plano sequência inacreditável (contando com cortes em sua edição) que só contribui para trama... ai cansei... perfeito, recomendadíssimo. Soledad Villamil deveria ganhar um prémio de melhor atriz. Prontofalei.

Assisti "Sex And The City 2", mesmo sem ter visto o primeiro e não ter acompanhado a série. Não dá pra chamar de um filme, está mais para um evento. Obviamente aquelas quatro amigas se tornaram um pequeno ícone de uma geração, e o filme nada mais faz do que dar espaço para que esse ícone seja utilizado a exaustão. Excessivamente longo, o grande problema do filme é que se trata de uma grande montagem de gags, visto que uma piada é imediatamente abandonada em prol de outra, sem nunca interferir de forma significativa na história. Sarah Jessica Parker está Far Far Away de ser uma beldade (brincadeirinha com "Shrek", sacou? sacou?), e os excessos de takes insistindo em mostrá-la como tal soam demasiadamente deslocadas (e, MEU DEUS como ela está magra). A direção não parece saber "vender" suas locações visto que os quadros nunca valorizam o espaço com takes muito fechados e pouco elegantes; e oras, estamos falando de um filme que se pretende basicamente a isso, numa espécie de James-Bond-vai-as-compras. Os figurinos muitas vezes chegam ao absurdo, como quando a protagonista vai de saia de debutante e camiseta estampada J´adore Dior em uma feira (Oh... eu uso Dior portanto posso andar pelas ruas parcendo uma louca) e a roupa de paquita-assassina de Samantha em um karaokê. A cena em questão permeia o filme como um todo: um feminismo exagerado, uma espécie de vingança contra o masculino que se resume a serviçais, homens-objetos e homens-bunda. Filme espertinho de uma série espertinha, que soube captar como ninguém os desejos femininos e elevá-los a décima potência, e utilizar de mulheres bonitas mas não perfeitas para que não se distanciassem tanto de uma mulher de carne-e-osso. Qual mulher secretamente não sonha em chamar a atenção com suas roupas e nunca se incomodar com isso?

Por fim, "Quincas Berro D´Água", que se assemelha de uma forma bem estranha ao filme Hollywoodiano das amigas chiques: consegue fazer rir, consegue ser mais longo que os glúteos gostariam e consegue ser facilmente esquecido ao fim da sessão. Contando com um bom elenco que tira... ahn... água... de pedra de um roteiro abarrotado de tipos (mas nunca personagens) lineares, por mais que eu me esforce, não consigo evitar de repetir o discurso: já não chega dessa estética do sujo? Quando é que o cinema brasileiro vai começar a arriscar outras abordagens? Sim, existem nessa remessa alguns filhos bastardos como "Se Eu Fosse Você" e "Chico Xavier" e... é... enfim... mas o que realmente parece segurar a produção brasileira é o fato de um filme ser tão dificil de ser produzido e o risco de ele não ser vendável impede produções mais ousadas. Ou será simplesmente por não contarmos com bons roteiristas? Ou culturalmente não temos espaço para outro tipo de produção? Sei lá...

No mais, comemoro a chegada da TV a cabo obviamente me viciando em "Glee", visto que um seriado-musical-com-musicas-pop é a minha cara. E é?

quinta-feira, 6 de maio de 2010

The valley of the low, low sun...

Desandei a falar no post passado e acabei deixando de comentar o principal: sou o mais novo empresário do ramo de suínos! Acessem:

www.okporquinho.blogspot.com

Comentem!

Divulguem!

Comprem!

:D

domingo, 2 de maio de 2010

You´re affraid to brake some bones...

Alguns dias atrás li um texto de Hagamenon Brito sobre seu desanimo com a cidade de Salvador, e vendo isso repercutir por diversos blogs e e-mails de gente que conheço, gente que desconheço, gente que concorda, gente que se revolta...

Como eu sou metido mesmo, o que eu tenho a dizer é: ô minha gente, e qual cidade nesse mundo é perfeita pra se viver? Provavelmente aquela que você não está, ou se está, é um reflexo da Wonderland que Alice visitou na infância e nem se lembra mais. Quanto mais sarna a gente procurar, mais coceira vai achar. Reclamar que o baiano é oferecido demais é olhar somente pro lado ruim da questão. Quanto mais pessimista a gente for, pior a coisa vai ficar. Salvador pode ter milhares de defeitos, mas ficar só olhando para eles e grasnando não vai resolver. Eu sou do tipo que prefere sempre pesar para o lado bom das coisas, sem demagogia. As coisas ficam muito mais fáceis quando a gente pega mais leve, mais sutil, mas puro. Ultimamente eu estou tão cansado de sair e encontrar as pessoas para ouvir que eu estou muito magro ou que fulano está muito gordo. Que ciclano está muito feio ou que beltrano está muito velho. E importa? Ao invés de reparar que eu não estou no padrão das revistas, que tal reparar se eu estou FELIZ? Acho que existem coisas muito mais importantes na vida... né? Cavar defeito nas coisas só nos faz se enfiar cada vez mais fundo num buraco feio e triste. E olha que tristeza é um vicio que a gente se acostuma a comer. Falo por conta própria. Sair por ai apontando o defeito dos outros e das coisas é bem fácil, mas e entender o porque desses defeitos nos incomodarem tanto, nos afetarem tanto? As vezes a felicidade pode estar tão perto que a gente não é capaz de ver.

Simpatia gera simpatia.

Alegria gera alegria.

Ontem finalmente fui ver "Alice". Acho que juntar uma história piradona com um dos diretores mais piradões de Hollywood foi uma escolha tão óbvia que a coisa meio que chapou. Tim Burton nunca foi o mais habilidoso com o desenvolvimento das suas histórias, e ao juntar com o interessante mas mal desenvolvido roteiro, o filme parece que nunca vai chegar a lugar nenhum pelo simples fato de não ter muito onde chegar. Juntando as 2 história de Lewis Carrol e criando uma Alice já conhecida pelos habitantes de Wonderland, a premissa até se torna curiosa no primeiro instante, mas a falta de profundidade das personagens acaba deixando a trama meio frouxa. O Chapeleiro Maluco de Johnny Depp por exemplo, ganha um espaço muito maior do que o próprio papel sustenta, e acaba por se apoiar somente no talento do ator em criar tipos interessantes e extravagantes. Já a Rainha Vermelha de Elena Bonham Carter é de longe a mais divertida, roubando a atenção cada vez que aparece em cena. Anne Hattaway também consegue transformar sua Rainha Branca em uma figura bem interessante com pouquissimo tempo em cena, com seu gestual exageradamente delicado que desaparece assim que seus súditos não estão por perto. Mostrando novamente seu timming cômico delicioso, fiquei me perguntando o quanto sua rainha também não se torna uma farsa, apenas para parecer algo que que ela não é e garantir sua majestade. Enquanto a Vermelha obriga todos a serem como ela, a Branca se obriga a ser para os outros.

Dentre as personagens digitais, fiquei hipnotizado pela languidez do Gato Risonho, que passeia pela cena como uma colher misturando marshmallow. É, um filme assim muito louco me fez ter essas leituras idem.

Com um papel não lá muito interessante, a protagonista Mia Wasikowska pouco faz em cena, surgindo monocórdica apesar do interessante desenvolvimento estético da personagem (é claro perceber a intenção do figurino de, lentamente, ir desmontando aquela figura aristocrática até seu status de guerreira). Ainda funcionando como uma alegoria para uma passagem da sua vida (infância/adolescência/adulta), a Alice que retorna ao mundo real parece pouco amadurecida, visto que resolve sair dizendo verdades para todos, e ao olhar para as duas irmãs fofoqueiras do inicio do filme, consegue apenas dizer: "vocês me lembram dois irmãos que conheci num sonho".

E Tim Burton, um expecialista em contar histórias sombrias em um ritmo muito peculiar, acaba revelando muitas fraquezas com um roteiro em mãos que peca em fatos relevantes. Já no início de sua aventura, a cena em que Alice deve crescer ou encolher para resolver um quebra-cabeças se arrasta de forma estranha, como se estivessemos a observar outra pessoa jogando algum game e não pudessemos nós mesmos nos divertir. E alguém me explica porque ela dorme tanto? Até mesmo o superclimax inventado pelo roteiro, quando todas as personagens se encontram em um tabuleiro para cair na porrada (OK, guerra...), a cena é de longe a mais decepcionante, revelando a faceta menos Hollywoodiana do diretor, incapaz de imprimir agilidade ou ao menos tensão no combate.

Como se não bastasse, o filme claramente foi transformado em uma versão 3D para atrair o novo público ávido pela novidade, visto que a tecnologia pouco (ou nada) acrescenta a trama, ao contrário, por vezes atrapalha. As legendas muitas vezes parecem "colar" em um personagem, as camadas fora de foco que ficam em primeiro plano sempre causam desconforto (e oras, se estão em primeiro plano, estão fora de foco porquê mesmo?), e aqueles efeitos de luz incidente em um local escuro soam estranhas ao parecerem mais sólidas do que realmente são quando uma personagem passa por ele.

Com isso, o resultado soa estranhamente negativo, apesar de não necessariamente ruim, infelizmente muito de seus êxitos graças a competente equipe de arte e seus atores do que pela mão de seu diretor. Será talvez o efeito "Disney"?

Pra ajudar, ainda somos convidados a encarar a parcela ruim de Salvador: o atendimento. Pra conseguir um saco de pipoca é uma novela. Para conseguir silêncio dentro do cinema só reclamando alto. E a quantidade de gente roubando o óculos 3D? Ai eu me pergunto: pra quê? Levando em conta que a mesma criatura só vai ter dinheiro para comprar uma TV em 3D daqui uns 10 anos, chego a conclusão de que se trata de puro importunismo, porque ainda saem se exibindo como se aquilo fosse um trofeu. Ô gente, que povo mais folgado, mais desinteressado, mais pouco profissional... hihihi...

Ironia modo ON tá? Vê se não me malha!

sábado, 17 de abril de 2010

I was drowning you...

Nunca imaginei que aqui chovesse tanto. Chove bem mais. A escadaria da favela... ups, comunidade... em frente vira uma queda d´água todo dia. Resultado: tenho faltado as aulas mais do que o ideal de bom aluno.

Falando em aulas, vão bem, mas sigo cada dia mais cansado. Estar na aula é ótimo, mas até chegar nela é um martírio. Tenho melhorado lenta e calmamente, principalmente na Dança Afro, minha maior dificuldade.

Acabei de assistir "A Single Man" (me recuso a usar a tradução...), filme de estréia de Tom Ford como diretor. Filme delicado, historia simples que se desenvolve lentamente. Colin Firth e Julianne Moore excelentes, e obviamente, um bom gosto estético e o apuro visual de encher os olhos.

E que bom que já é sábado, vou dormir até o *u cair da bunda-tchau!

domingo, 11 de abril de 2010

Eu vou estar...

Quando ouvia dizer que Salvador nessa época só chovia, eu pensava: "que exageiro, deve ser uma chuvinha besta e só...". Eu estava enganado, muito enganado.

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Será que só eu gostei de "A Caixa"?

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As vezes aqui em casa eu tenho que rir ao ver meu amor sair correndo pra frente da TV dizendo: "óh... meu amigo Vladmir (o Brictha)... óh... minha amiga Karina Buhr... óh...". Quem será que esse homem não conhece?

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E a Maisa-a-menina-monstra rindo do espectador de 7 anos porque ele escolheu a bexiga rosa?

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E falando em rosa, e essa calça rosa-e-legging do Fiuk, gente? Que porra é essa de Fiuk? Alguém me passa um boa noite Cinderela, please?

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Assisti hoje "Aqueles Dois", encenação do simpático grupo mineiro Luna Lunera de um texto de Caio Fernando de Abreu. Estão pelo SESC Palco Giratório, se passarem por ai, não percam. Encenação bacana, grupo interessante, interpretações delicadas.

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Tô cada dia mais pobre, e cada dia mais cheio de projetos. Quando os projetos começarem a decolar, vou estar cada dia com menos projetos e cada dia mais rico (aham...). Tem tanta ideia na cabeça que daqui a pouco vou ter que organizar uma agenda e marcar hora pra cada um. Alguém sabe de alguém que paga por idéia?

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Resolvi entrar num desses joguinhos sociais de paginas de relacionamento. O escolhido foi Segredos do Mar do Orkut, que entrei meio como o mané que experimenta o crack: sabe que vai viciar. Viciei.

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E essas adolescentes continuam gritando pelo Fiuk, e eu quase gritando pra calça cor de rosa dele pra ver se ela muda de cor.

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Tchau.

sábado, 3 de abril de 2010

Twiglight zone...

No more Big Brother! Yes!

Liberdade. Ah, a liberdade...

Páscoa de leve com direito a ovo de chocolate e tudo. Fui numa festa chamada “E haja ovo”, com direito a caruru e cervejinha. Depois fui até a casa dos parentes do Love e, mais caruru. Abençoado seja a culinária baiana...

Com mais tempo a gastar com coisas que realmente importam, terminei um texto para teatro, e vou dar start em um outro negócio. Mais detalhes só quando vingar!

Acabei de assistir “A Caixa”, novo filme de Richard Kelly, diretor de Donnie Darko se-você-não-viu-veja! O argumento já me interessava desde que fiquei sabendo do filme: um dia, um casal recebe em casa uma caixa com um botão. Ao apertá-lo, duas coisas acontecem: uma pessoa que eles não conhecem morre, e eles ganham 1 milhão de dolares. Fiquei com essa idéia na cabeça por muito tempo, e sabendo que o filme tinha sido adiado algumas vezes nos EUA, sinal de que algo não ia bem com as exibições-teste. E Holliwood é perita em criar argumentos interessantes que não vão a lugar algum (vide “Desaparecidos”, “Plano de Vôo”, quase todos os filmes que o Shyamalan fez depois de “O Sexto Sentido”... só pra citar alguns), mas como era um roteiro de Richard Kelly, fui assistir com pequenas ressalvas (tipo, a protagonista é a Cameron Diaz...). Ambientado em meados da década de 70, o filme nos convida a fazer uma viagem para aqueles filmes de suspense que brotoejaram nessa época, quando os EUA estavam fazendo suas viagens espaciais e o medo mundial era o que iriam encontrar por lá. Me lembrei logo de “Além da Imaginação”, aquela série antiga em que os temas eram alienígenas, vampiros, viagens espaciais e gente estranha, muito estranha. Está tudo lá: o sentimento de uma grande conspiração, o medo do desconhecido, o sobrenatural, e claro, o absurdo. O grande trunfo do filme é se manter sempre a frente da nossa curiosidade, colocando novos elementos e mantendo a atmosfera tensa. Como nem tudo são flores, as vezes esse formato de cinemão antigo se auto-esgota dentro de seus próprios absurdos, e ainda mais para uma platéia tão jovem que esse tipo de filme atrai, as tais referências e homenagens não acham seu público alvo tão facilmente. E contando com um casal de protagonistas sem química nenhuma e de talento ainda duvidoso e à prova. Particularmente, me diverti um bocado, o trabalho de arte é impecável, além da relação com Sartre bem trabalhada. O próprio diretor declarou que tentou fazer algo mais comercial para não ter problemas de distribuição, o que acho que só prejudicou seu trabalho. Escalar uma estrela para o filme, e não uma atriz já é um indicio disso, mas acho que se ele apostasse em atores desconhecidos (como fez em Donnie Darko) talvez o próprio filme ganharia em alguns aspectos. Mas enfim, é só seu terceiro filme, e até se firmar como bom diretor e poder tocar seus projetos de forma mais pessoal, leva tempo e nem sempre a estrada é fácil.

Eita que esse texto ficou pessoal demais, to me sentindo o amigão de infância do diretor. Filme recomendado, ponto, tchau.

sexta-feira, 26 de março de 2010

You won´t fool...

Eu juro que semana que vem eu abandono a TV novamente. Juro.
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Depois de largar a faculdade de jornalismo, fiquei alguns anos só ligando a TV para ver DVD´s, desiludido com um monte de coisas que comecer a perceber na estrutura televisiva de uma forma geral. Hoje em dia, continuo não gostando de ver telejornal (mas o amor gosta, então vejo por tabela), e voltei a me amarrar em telenovela e BBB.
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E o BBB atualmente chegou em um momento bem interessante, que tenho a impressão que vai refletir um bocado da nossa sociedade hoje (caso a "interferência" da Globo nas votações não modifique os fatos). Torço, mas de verdade, para que o DiCesar ganhe esse paredão. Se suas atitudes estão longe de certas, compreendo perfeitamente a forma com que ele lida com as pessoas, ainda mais nesse caso. As vezes, para a gente não ser sozinho, precisamos engolir um bocado de coisas em prol de boa convivência, por politicagem ou simplesmente por paz. Eu tenho muito disso e conheço muita gente assim; DiCesar é só mais um, catapultado às criticas por estar exposto da forma como se propôs.
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E dizer o que de Marcelo Dourado? O dono da verdade, preconceituoso sim, não há argumento que me convença ao contrário, o orgulho em pessoa. Aquele tipo de ser humano que se acha perfeito, e se esconde por trás do argumento mais barato de todos: "eu tenho defeitos sim" ou "quem sou eu pra dizer". O verniz da humildade, que quando derrete, só sobra enxergar os defeitos dos outros, apontar o dedo acusador para todos, gritar para o mundo o quanto todos são defeituosos. A pessoa que defende a verdade acima de tudo? Me parece aqueles pregadores na rua, pregando a vinda de Jesus Cristo com gritos no megafone. Megalomaniaco perigoso, que vem dizer que heterossexuais não pegam AIDS, que não bate em mulher mas queria bater em DiCesar por ter apontado o dedo para ele, quando o próprio manda todo mundo calar a boca como quem diz "bom dia"
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E pra quê um post sobre isso? Sei lá... desabafo. O que vejo nisso tudo é que se Dourado vencer esse paredão, só vai refletir o quanto o nosso país ainda é preconceituoso. Porque é muito fácil dizer que não tem preconceito com homossexuais, visto que a televisão só retrata o gay estereotipado, caricato, bobo da corte. O tal "Big Brother da diversidade" como prega o empolgado Bial não foge da regra: só cabe o gay colorido. O gay com defeitos, como todo ser humano que se preze, é inaceitável. O gay que é boa praça é o falso e mentiroso, o hetero é o amigão de infância e o gente boa.
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Tudo isso me causa essa comoção toda por cansaço. É uma discussão tão idiota essa de ser gay ou ser hetero. Somos todos seres humanos, e como tais, somos capazes de amar. Tão racionais que nos julgamos, e ainda somos incapazes de admirar as coisas que realmente importam nos outros, e não as atitudes e condutas pessoais. Não somos capazes de respeitar crenças alheias, opiniões diferentes, a liberdade do outro.
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Chega. Vou votar.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Não vai a lugar nenhum...

Então que cada dia eu me sinto mais baiano...!

Ontem uma amiginha me chamou de "nêgo". Achei o máximo.

A TV me fisgou de jeito e quem diz que eu perco um capítulo de novela e o BBB? Adoro ficar tentando adivinhar qual é o olho do Matheus Solano que está atuando (ele tem 2 que atuam de formas distintas...) e me irritar com o babaca do Dourado, criatura insuportável e preconceituosa que pelo jeito vai sair da casa só com 1,5 milhão no bolso... odio mortal...

E ai que eu vou dormir só lá pelas tantas da noite, acordo assustado com minha própria capacidade de se auto-flagelar levantando da cama a uma hora daquelas, me estrepo com as aulas de dança visto que meu corpinho já não é mais de 15, e volto correndo pra casa pra ver meu amor. Ê vidão!

Ando num surto criativo incontrolável. Comecei a escrever um texto, comecei outro e outro... acabar que é bom, nenhum... desconfio que sou um bom argumentista, mas pra roteirista eu ando mal das pernas. Mas enquanto eu não tenho certeza, sigo escrevendo. Quem sabe daqui alguns meses eu vejo lá: Roteiro por Fernando Ishiruji. Ai que metideza...
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Fui com o love ver os filmes do Oscar "Guerra ao Terror" e "Preciosa". O primeiro ganhou por que mesmo? OK, roteiro bacaninha, mas ao meu ver, só mais um bom filme de guerra. Já "Preciosa" é arrebatador. Ou seria arrebentador? A tal da Mo´Nique botou pra fuder (trocadilho infame...) e a Gabourey Sidible é uma graça. História foda. Entre mortos e despremiados, ainda dou o meu Oscar a "Avatar" prontofalei.

Hoje matei as aulas pra dormir até mais tarde e estar bem descansado para um teste no TCA, pra um musical chamado "Aventuras do Maluco Beleza". Eu sou esquisito pra burro, sério. Tava todo tranquilo, todo confiante, mas foi me colocar na frente da banca que me caguei todo. Será que Freud alám de explicar, me ajuda? Errei texto, errei musica, foi uma fiasqueira só. Minha sorte é que a banca pelo jeito até foi com a minha cara; o diretor me dirigiu, e finalmente um teste em que eles deixam a gente cantar a música no tom para a nossa voz. Óh! Ouviu São Paulo? Acho que dá pra passar pra segunda fase... resultado na sexta, dedinhos e dedões cruzados por favor. Quem for da reza, vem forte que eu tô aceitando!

Fome. Cadê meu amor?

sábado, 6 de março de 2010

If you wanna complain...

Sábado. Eu amo o sábado. Eu amo a sensação de deitar na cama com o amor ao lado tarde da noite sabendo que no dia seguinte eu NÃO vou ouvir o celular despertar descaradamente cedo.
Acordei com uma serra maligna cortando muros e ouvidos, mas já era 10 e tantas, então nem me abalei.

O cachorro do vizinho ganiu um bocado hoje cedo, mas nem dei muita bola, e nem me liguei que não tinha ninguém em casa. O outro cachorro estava super carente, e eu achando que ela estava prenha. Nada. Era ela querendo chamar a atenção pro filhote, que se machucou não sabemos como, e agora manca...

:(

Hoje tem Espicha Verão na Barra, pra aumentar ainda mais a sensação de que Salvador é só festa. No palco, um monte de mulheres (no gênero) homenageando o dia das... er... mulheres. A gente até ia, mas tem um relatório pendente e o tempo está cada vez mais ficando cinza. Acho que alguma sapa (sorry...) não vai conseguir se apresentar hoje... hihihi...

O curso de dança vai a toda, eu me esfolando inteiro e acordando mais cedo do que o humanamente saudável. Mas feliz da vida.

Tchau.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Nine maneiras de destruir um musical...

Ontem o love me levou para assistir "Nine", adaptação de um musical da Broadway com um elenco estrelar. Eu nunca tinha ouvido falar dele, mas musical pra mim é igual sorvete: sempre bem vindo.

Bem, que eu adoro musicais, isso não é segredo nem novidade pra ninguém. Sempre me encantei com a ideia de uma pessoa estar andando na rua e sair cantando e dançando porque está feliz, e as outras pessoas ainda se juntarem a ele numa coreografia perfeita, sem ensaio, espontâneamente.

Esqueceram de me avisar que é um drama musicado, e não um musical.

A melhor coisa dos filmes são as coadjuvantes. Kate Hudson, apesar de interpretar aquele tipo à qual ela é premiada em interpretar, tem a melhor cena musical do filme, e ainda canta bem. E por incrivel que pareça, Fergie tem o número mais interessante e o menos mal tratado. No quesito interpretação, digamos que não é dificil pra ela interpretar uma prostituta, já que basicamente é o que ela vem fazendo em vários de seus clipes.

Espero que depois desse, os produtores tenham percebido que Rob Marshall não serve para ser diretor de cinema. Apesar de coreógrafo, ele não parece ter controle algum sobre a edição, que insiste em retalhar suas coreografias. E o mesmo problema de Chicago se repete: ele se limita a colocar a câmera na boca de cena, como se fossemos apenas pláteia de um musical ao vivo, se esquecendo que o cinema permite que a gente faça perte da cena.

Holliwood ainda não encontrou um ator para seus musicais. Ao que tudo indica não é na geração de Richard Gere e Daniel Day-Lewis que vão encontrar...

Quanta música chata gente...

A melhor coisa do filme é a Marion Cotillard, mas pode ser também porque é a única personagem com espaço para crescer.

Enfim, tem coisas boas sim, mas no geral é ruim que dói. O começo é tão lento que chega a dar sono, e a estrutura fica mais ou menos assim: entra uma protagonista chata, logo depois uma coadjuvante bacana para animar. Uma chata, uma bacana. Uma chata, uma bacana. Termina chato. 9 mulheres poderosas, e eles não pensaram em fazer um grande número. No começo elas se juntam num "lá lá lá" chato, - eu penso: OK, eles guardaram para o final - e então, elas se juntam de novo e nada fazem.

Resultado final: chato!

Vou tomar sorvete-tchau!

sábado, 13 de fevereiro de 2010

When the earth was still flet...

Foi uma longa ausência. Me justifico em algumas linhas.

Ontem fui ao show de Beyoncé. 50 mil pessoas embasbacadas com uma semi-deusa dos tempos modernos. Semi? Nos dias atuais, chego a desconfiar que Beyoncé seja mesmo o *eus de algumas daquelas pessoas que choravam e gritavam pelo nome de uma negra americana de nome francês que canta uma língua que a maioria ali não entendia. Invejo essas pessoas que conseguem ser feliz com R$ 80,00. Felicidade plena, não duvide.

Hoje acordei, deixei a paciência em 2:30h dentro de um mercado abarrotado por conta do carnaval; deixei uma nota preta em comida e necessidades; deixei algumas calorias pelo caminho de volta à casa.

Subi a escadaria da favela em frente de onde moro, fiz amizade com o dono de um botequim que me deixou levar 4 engradados de cerveja sem muita cerimônia, nesse tipo de confiança que só os menos privilegiados são capazes de depositar no próximo.

Prestes a começar o almoço, escuto 6 tiros. Me jogo no chão. Breve silêncio. Olho pela janela e vejo 2 adolescentes descendo a mesma escadaria em que acabara de passar, um deles escondendo uma arma numa sacola de papelão azul. Num impulso jornalístico, agarro a câmera e volto, para registrar uma pequena turba se despencando por todos os lados em mórbida curiosidade. O corpo caído logo ali, em frente a minha janela. Por alguns degraus não vejo o sangue. Fico registrando a vida que passa.

Os dias por aqui tem sido assim, intensos, descontrolados, imprevisíveis. Me casei. De dividir o teto e tudo, aliança e tudo, juras de amor e tudo. O casamento no papel sai em setembro, com direito a festa discreta e convidados. Não sei se minha família virá. Talvez venham e me surpreendam, talvez eles simplesmente não entendam, e eu sigo minha vida tentando ser feliz.

Me mudei, de um pequeno largo onde presenciei um homem ser esfaqueado para um onde acabei de ver um homem ser baleado. A casa ainda não esta 100%, mas está lindinha como 2 pessoas que se amam podem conquistar.

Amar. De repente, esse tempo chegou.

Então eu meio que abandonei esse espaço. Tem tanta vida aqui fora, que mal dá tempo de pensar em acordar.

Mas eu volto, sempre que der para escrever alguma coisa.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Nós somos rainha e rei...

Ups... deixei o blog de ladinho... bora lá!

Esses dias, sai do aniversário de um amigo de Jão e fomos parar no Porto da Barra para um banho de mar. As 3 da manhã! Eu que passei a vida pelas praias de Santa Catarina e por algumas vezes tentei um banho noturno em vão pois a àgua era impraticavelmente gelada, quase chorei de emoção ao botar os pés e sentir um frescor convidativo. Centro da cidade, 3 milhões de habitantes, e só eu e o love a se esbaldar naquela àgua cristalina, cheia de peixinhos noitivagos. Se fosse peixe, eu é que não dormia mesmo nessa praia inacreditável, que é considerada a terceira melhor praia do mundo.

Mais um desses diazinhos tão singelos e insquecíveis...

Ontem embarquei numa van organizada por Jão para Santo Amaro, para a festa do Terno De Reis promovido pela Dona Canô. Cidadezinha de 60.000 habitantes que se mobiliza para fazer uma festa linda e tranquila, como eu nunca achei que fosse presenciar. Chegamos num salão onde a banda aquecia com marchinhas e jingles televisivos, que logo saiu pelas ruas com uma comitiva de estandartes, fantasias e um carro de som hilário, pois apesar de terem distrbuido vários papéis com a letra da música que era cantada pelo trajeto, a vocalista parecia incapaz de seguir a ordem das frases. Em frente a casa da matriarca dos Veloso, confesso que me embrenhei em meio a multidão com uma pequena esperança de ver sua filha mais famosa, mas ao chegar lá, fiquei tão emocionado em ver aquela senhora de 102 anos deitada em uma cama por conta de uma queda, que até me esqueci de espiar mais para dentro a procura de uma cabeleira desgovernada. Dona Canô acenava vivazmente para todos, puxava uma moça do seu lado e perguntava: "Quem é?". Voltei para o meu bando todo feliz com uma foto da vovó mais pop do Brasil. O percurso desembocou em um pequeno salão com musica ao vivo. Saimos de lá ao som de um grupo que fazia um axé-meio-empagodado-meio-sei-lá-o-que, com uma cara de Backstreet Boys baianos, e fui comer uma tão esperada Maniçoba, que de tão deliciosa só pecou no quesito quantidade. Comeria uma travessa daquela sozinho e facinho!

Tô ameaçado por uma gripe afro-nagô muito fora de hora, mas amanhã tenho fé de que estarei zero para mais uma semana de Bahia!

Boa semana!

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

You can't have him...

Tchau 2009!

Pelo que vi, ninguém vai sentir falta desse ano que passou. Só ouvi que foi um ano difícil (pra pior).

Eu não sei se posso dizer o mesmo. 2009 foi um ano até piedoso comigo, visto a maioria. Foi meu primeiro ano de formado, e visto o terror do fato, até trabalhei bastante.

Em janeiro, voltei de Salvador com Jão a tiracolo. Ele passou 3 dias comigo na minha ex-cidade, e seguiu sua viagem rumo as terras de nossos vizinhos argentinos. Mês estranho...

Em fevereiro, voltei correndo para Salvador, para os braços do love e para conhecer o carnaval. Ao contrário do que ele prega, gostei sim da festa, mas não tenho resistência física para sair todos os dias.

Entrei em março "cos dois pé" na voadora, com promessas de uma nova turnê. Cheguei em Curitiba numa segunda, e somente na quarta me avisam que a turnê fora cancelada. Quase perdi o chão, quando fui até São Paulo fazer um teste para o musical "Hairspray", da qual não passei.

Abril passei alguns dias perdidos em Curitiba, e alguns me achando por Salvador (mais uma vez).

Maio foi mais um mês de retorno ao lugar onde já não me sentia em casa. Assinei contrato para finalmente seguir em turnê, e mal sabia de todo o caminho que teria que percorrer.

Junho começaram os ensaios. Nesse meio tempo, Jão vem com Luis comemorar seu aniversário e ficamos alguns bons dias juntos antes do longo hiato.

Em julho os ensaios começavam a chegar ao fim, ao mesmo tempo em que eu começava a vender e dar todas as minhas coisas para entregar meu apartamento.

Agosto foi uma novela. Inicio de turnê. Cancelamento de turnê. Viagem para praia com o elenco. Retorno para a turnê. Conheci Minas Gerais.

No mês do meu aniversário, passei em Minas Gerais, fomos para Goiás e Paraná, com direito a comprinhas no Paraguay. Começava meu cansaço.

Outubro foi todo passando por cidades do Paraná, eu já me segurando pelas beiradas e tocando o foda-se contra tudo e todos que me faziam mal. Contando os dias para o fim.

Novembro eu já estava que era o pó. Terminei a turnê como se fosse o último dia de prisão, e tamanho era meu alívio que nem chorei (no primeiro ano, quase murchei de tantas lágrimas). Terminado a última sessão, fui direto para Salvador.

Mal cheguei e já tive que ir para São Paulo para o teste de "A Gaiola das Loucas". Frustração total.

Dezembro veio fechar o ano com chave de ouro, com calma e amor. Dias como aqueles bons dias, de boas risadas, boas festas, bom amor.

Passei o natal e ano novo com a família do love. Amigo secreto, aniversário da sogra (hihihi...), e ano novo delícia. A banda do irmão de Jão tocando em Arembepe, num condominio a beira mar, com direito até a esse que vos bloga dando canja de surpresa, rouco e sem saber a letra da música. Quando a gente bebe, somos capazes de cada coisa que até Yemanja duvida. Virada linda, nos braços do love, pulando 7 ondas, vendo os fogos, batendo fotos.

Coisa boa começar o ano com tudo certo.

Hoje tem o tradicional show de Daniela Mercury com o pôr do sol do Farol da Barra ao fundo. Ano passado estava lá. Esse ano estarei também. Vou me arrumar, feliz 2010 para todos!