quinta-feira, 6 de maio de 2010

The valley of the low, low sun...

Desandei a falar no post passado e acabei deixando de comentar o principal: sou o mais novo empresário do ramo de suínos! Acessem:

www.okporquinho.blogspot.com

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Divulguem!

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:D

domingo, 2 de maio de 2010

You´re affraid to brake some bones...

Alguns dias atrás li um texto de Hagamenon Brito sobre seu desanimo com a cidade de Salvador, e vendo isso repercutir por diversos blogs e e-mails de gente que conheço, gente que desconheço, gente que concorda, gente que se revolta...

Como eu sou metido mesmo, o que eu tenho a dizer é: ô minha gente, e qual cidade nesse mundo é perfeita pra se viver? Provavelmente aquela que você não está, ou se está, é um reflexo da Wonderland que Alice visitou na infância e nem se lembra mais. Quanto mais sarna a gente procurar, mais coceira vai achar. Reclamar que o baiano é oferecido demais é olhar somente pro lado ruim da questão. Quanto mais pessimista a gente for, pior a coisa vai ficar. Salvador pode ter milhares de defeitos, mas ficar só olhando para eles e grasnando não vai resolver. Eu sou do tipo que prefere sempre pesar para o lado bom das coisas, sem demagogia. As coisas ficam muito mais fáceis quando a gente pega mais leve, mais sutil, mas puro. Ultimamente eu estou tão cansado de sair e encontrar as pessoas para ouvir que eu estou muito magro ou que fulano está muito gordo. Que ciclano está muito feio ou que beltrano está muito velho. E importa? Ao invés de reparar que eu não estou no padrão das revistas, que tal reparar se eu estou FELIZ? Acho que existem coisas muito mais importantes na vida... né? Cavar defeito nas coisas só nos faz se enfiar cada vez mais fundo num buraco feio e triste. E olha que tristeza é um vicio que a gente se acostuma a comer. Falo por conta própria. Sair por ai apontando o defeito dos outros e das coisas é bem fácil, mas e entender o porque desses defeitos nos incomodarem tanto, nos afetarem tanto? As vezes a felicidade pode estar tão perto que a gente não é capaz de ver.

Simpatia gera simpatia.

Alegria gera alegria.

Ontem finalmente fui ver "Alice". Acho que juntar uma história piradona com um dos diretores mais piradões de Hollywood foi uma escolha tão óbvia que a coisa meio que chapou. Tim Burton nunca foi o mais habilidoso com o desenvolvimento das suas histórias, e ao juntar com o interessante mas mal desenvolvido roteiro, o filme parece que nunca vai chegar a lugar nenhum pelo simples fato de não ter muito onde chegar. Juntando as 2 história de Lewis Carrol e criando uma Alice já conhecida pelos habitantes de Wonderland, a premissa até se torna curiosa no primeiro instante, mas a falta de profundidade das personagens acaba deixando a trama meio frouxa. O Chapeleiro Maluco de Johnny Depp por exemplo, ganha um espaço muito maior do que o próprio papel sustenta, e acaba por se apoiar somente no talento do ator em criar tipos interessantes e extravagantes. Já a Rainha Vermelha de Elena Bonham Carter é de longe a mais divertida, roubando a atenção cada vez que aparece em cena. Anne Hattaway também consegue transformar sua Rainha Branca em uma figura bem interessante com pouquissimo tempo em cena, com seu gestual exageradamente delicado que desaparece assim que seus súditos não estão por perto. Mostrando novamente seu timming cômico delicioso, fiquei me perguntando o quanto sua rainha também não se torna uma farsa, apenas para parecer algo que que ela não é e garantir sua majestade. Enquanto a Vermelha obriga todos a serem como ela, a Branca se obriga a ser para os outros.

Dentre as personagens digitais, fiquei hipnotizado pela languidez do Gato Risonho, que passeia pela cena como uma colher misturando marshmallow. É, um filme assim muito louco me fez ter essas leituras idem.

Com um papel não lá muito interessante, a protagonista Mia Wasikowska pouco faz em cena, surgindo monocórdica apesar do interessante desenvolvimento estético da personagem (é claro perceber a intenção do figurino de, lentamente, ir desmontando aquela figura aristocrática até seu status de guerreira). Ainda funcionando como uma alegoria para uma passagem da sua vida (infância/adolescência/adulta), a Alice que retorna ao mundo real parece pouco amadurecida, visto que resolve sair dizendo verdades para todos, e ao olhar para as duas irmãs fofoqueiras do inicio do filme, consegue apenas dizer: "vocês me lembram dois irmãos que conheci num sonho".

E Tim Burton, um expecialista em contar histórias sombrias em um ritmo muito peculiar, acaba revelando muitas fraquezas com um roteiro em mãos que peca em fatos relevantes. Já no início de sua aventura, a cena em que Alice deve crescer ou encolher para resolver um quebra-cabeças se arrasta de forma estranha, como se estivessemos a observar outra pessoa jogando algum game e não pudessemos nós mesmos nos divertir. E alguém me explica porque ela dorme tanto? Até mesmo o superclimax inventado pelo roteiro, quando todas as personagens se encontram em um tabuleiro para cair na porrada (OK, guerra...), a cena é de longe a mais decepcionante, revelando a faceta menos Hollywoodiana do diretor, incapaz de imprimir agilidade ou ao menos tensão no combate.

Como se não bastasse, o filme claramente foi transformado em uma versão 3D para atrair o novo público ávido pela novidade, visto que a tecnologia pouco (ou nada) acrescenta a trama, ao contrário, por vezes atrapalha. As legendas muitas vezes parecem "colar" em um personagem, as camadas fora de foco que ficam em primeiro plano sempre causam desconforto (e oras, se estão em primeiro plano, estão fora de foco porquê mesmo?), e aqueles efeitos de luz incidente em um local escuro soam estranhas ao parecerem mais sólidas do que realmente são quando uma personagem passa por ele.

Com isso, o resultado soa estranhamente negativo, apesar de não necessariamente ruim, infelizmente muito de seus êxitos graças a competente equipe de arte e seus atores do que pela mão de seu diretor. Será talvez o efeito "Disney"?

Pra ajudar, ainda somos convidados a encarar a parcela ruim de Salvador: o atendimento. Pra conseguir um saco de pipoca é uma novela. Para conseguir silêncio dentro do cinema só reclamando alto. E a quantidade de gente roubando o óculos 3D? Ai eu me pergunto: pra quê? Levando em conta que a mesma criatura só vai ter dinheiro para comprar uma TV em 3D daqui uns 10 anos, chego a conclusão de que se trata de puro importunismo, porque ainda saem se exibindo como se aquilo fosse um trofeu. Ô gente, que povo mais folgado, mais desinteressado, mais pouco profissional... hihihi...

Ironia modo ON tá? Vê se não me malha!