terça-feira, 31 de março de 2009

Doc. Strange Luv...

Dia estranho hoje. Um calor seco, que se transformou em chuva com sol; agora escureceu, a toalha parece que vai ficar úmida um bom tempo, e os pernilongos sairam de suas casinhas para me assombrar. Ainda sofro um pouco com os efeitos da bebedeira de ontem, e ri tanto que hoje abri mão das abdominais na academia. Passei em uma dessas lojas de suplemento alimentar, e investi num daqueles potes gigantes e ameaçadores que prometem maravilhas físicas, e realmente tive a impressão de ele deve funcionar. Quase morri pra ingerir 11 comprimidos, e ao final, mal consegui comer, porque fiquei com o bucho entochado com 3 copos de água. Malhei um bocado e senti que dava pra continuar, mas não o fiz, porque sei dos meus limites, principalmente agora que estou fora da minha forma ideal. Minha calça-modelo está sobrando em todos os lados, quando nos meus tempos aureos, ela mal passa pela coxa. Deixe estar...

A vida agora promete longos dias de ócio. Tempo... me perturba não saber quando... ou se...

Estou aceitando até convite pra funeral. Um amigo ontem começou: "Vocês estão afim..." e eu interrompi: "estou!"

Nesse jogo de verdades, eu sempre polite, penso que as vezes devia me impor mais. O mais sincero de mim fica sempre em segundo plano, em prol de ao menos receber um pouco do que nada. De repente passo dias intensos, inflados, gratuitos, e mais que de repente, sou arremessado de volta ao mormaço, a cerveja não tão gelada, ao despertador. Interrompido daquela vibração que ficou para trás, e toda a beleza que insiste em me carregar de volta pra lá, e sonhar de novo que aquilo é sim capaz de voltar, e quem sabe, perdurar. Ensaio escrever coisas assim durante o dia inteiro, esperando que não me entendam, ou entendam e façam alguma coisa.

Quando acho que não consigo, lá venho eu correndo alimentar o blog. O lugar onde eu posso falar, falar, falar... porque durante o dia tenho visto e ouvido e presenciado tanta coisa que nem tenho coragem de reclamar da minha. Spoiled boy. Estão todos com problemas que parecem tão maiores que o meu, que prefiro me calar, envergonhado. Me limito a escutar atenciosamente.

As vezes entro nessas crises teológicas-existencialistas que só eu entendo, e coitado se eu fizer alguém, mesmo que em uma mesa de bar com cerveja gelada e batata frita, escutar essas lamúrias. Tenho um pé no lado negro, então o melhor que faço é continuar rindo bem alto, que é pra espantar. Falar por aqui é também um modo de tolerar. Sinto que compartilhar o que quer que seja de mim, vai invariavelmente refletir em alguém. Vai me fazer me sentir menos único e mais todo. Eu não sei falar muito sobre minhas coisas, então aqui é minha descarga. Vomitar essas palavras me fazem algum bem. Ver um coment no final do post me faz sentir que alguém escutou, que dedicou alguns segundinhos de vida para ler o que tenho à dizer, mesmo que as vezes eu pareça não dizer nada.

Não dizer nada também quer dizer muito.

"E se me achar esquisita,respeite também. Até eu fui obrigada a me respeitar"
Clarice Lispector

Vou me deitar, ler algumas linhas de um livro e dormir. Amanhã é amanhã

Volto assim que der vontade.

domingo, 29 de março de 2009

Salvador (sem palavras)

Salvador está de aniversário, comemorando seus 460 anos, e um "alguém" me disse pra escrever algo para ela aqui.

Difícil viu?

Já escrevi e apaguei, pensei, organizei, abri fotos, escritos... enfim...

Vim conhecer essa terra ao acaso. Em uma breve passagem, comecei a escrever uma inesperada história de amor com esse lugar.

Salvador tem um clima que me é muito familiar. Eu sou feito para o calor, o suor, a pouca roupa e a bebida gelada. As praias são de uma beleza (sem palavras), e que só me recordo de coisa parecida na minha breve infância em Fernando de Noronha. Águas transparentes, daquelas em que você observa peixes passando, bordadas por aquele horizonte (sem palavras). As pessoas, além da beleza gerada da mistura que só essa terra é capaz de produzir, são na sua maioria, extremamente receptivas.

Existe uma pobreza que não se mascara. Um perigo que não se combate. Uma insegurança que não passa. Como em todo e qualquer lugar do mundo.

A diferença é que aqui se dispõe de um modo de vida temperado. O povo possui uma cultura impressionante. A culinária é (sem palavras). Existe uma religiosidade curiosa, que não me arrisco palpitar para não falar besteira. Ainda irei ver mais de perto. A dança que me enche os olhos, e sei que ainda vou fazer muitos cursos por lá.

Mas o mais engraçado disso tudo, é que nada disso realmente importa. Sim. Minha relação com Salvador só é assim porque, durante todo o meu período em contato com a terra, foi também em contato com uma pele que contrasta com a minha, assim como o céu azul que contrasta com uns olhos cor de mel. Passear pela cidade sem ouvir uma voz cantando não teria a mesma graça. As praias por só não me fariam sorrir, e nem teria graça comer acarajé sozinho. Dizem que na Bahia tudo é devagar, e graças aos Orixás, é mesmo. Não seria justo que a vida por aqui passasse voando; sem poder bater uma foto no elevador, sem dar tempo para um café da manhã com cuscuz e ovos, sem uma tarde de pernas para o ar. Aqueles que usam isso como uma critica, são aqueles que não se permitem usufruir dos segundos. Porque as coisas boas da vida vem e passam assim, em cada segundo. Um olhar em meio a multidão, em um carinho escondido, uma risada. Uma abraço, um beijo, vida longa para essa terra que produz essa magia chamada amor.

"...Você... o meu ponto de referência nessa cidade"

sábado, 28 de março de 2009

What we need is a good retaliation

O retorno é sempre um transtorno.

Odeio ver minha mãe chorando de preocupação. Odeio ver minha irmã chorando por sei lá o que. Odeio ver minha sobrinha chorando, quase implorando pra eu ficar.

Principalmente odeio me sentir sufocado.

* * *

Viajando de busu é que a gente descobre que não nasceu pra ser pobre. Eu, quietinho no meu banco, começava a amaldiçoar cada um que entrava, para que não sentassem do meu lado. "Você não, tem cara de que ronca e eu vou te cutucar", "ah não, você cheira mal e eu vou borrifar um perfume no seu sovaco", "puts, mulher feia não!"... minha palavra parecia ter poder, o ônibus foi enchendo, e ninguém sentava do meu lado. Não estava afim de single-portion-friend. Na noite anterior fui dormir tarde, e fui acordado as 8 da matina pela minha sobrinha. Mas eis que chega um ser e senta, e se tem coisa pior do que gente do lado pra viajar, é gente que nem ao menos cumprimenta, ou no mínimo olha pra sua cara. Mas assim que o ônibus saiu estrada a dentro, o homem pulou pra outro banco. Rá rá rá rá rá...

Viagem do cão. As 4 da matina, um estouro e o ônibus freia de sopetão. Uma mulher grita, outra rola pra de baixo do banco. Eu, gelado do ar condicionado, me arrepiei até os fios de cabelo. Dos males, o menos pior. O pneu estourou e junto com ele, o freio do ônibus. Rápidinho fomos transferidos para outros 2 ônibus (!), que inexplicavelmente pareciam formar uma comitiva pronta para resolver qualquer emergência. Mas à essa altura, já não consegui mais dormir. A injeção de adrenalina me acordou pra sempre.

Mentira. cheguei em casa e escapuli direto pra cama, para desespero das roupas dentro da mala, que ainda vão ficar alí um bom tempo.

* * *

Virão dias
Cedo ou tarde, dias
Noites frias
Dias feios
Feito noites frias

Sozinho
Nessa noite fria

Dias quentes
Não tão dias
Não tão certos
Não tão precisos
Não tão doces
Não tão justos
Não tão cegos
Não tão mudos
Apenas dias

Cada dia
Um dia a mais

Hoje
Um dia a menos

Mas se assim são
Feito de dias
O que falta
Pra chegar esse dia?

Dias feito de dias
Dias para querer
Dias para esquecer
Vão sempre ter
Esses dias...

quinta-feira, 26 de março de 2009

The sound of silence...

O sol na estrada parece mais forte do que em qualquer lugar do mundo. Enquanto meu pai guia, ouvindo sua mais nova aquisição sonora, um CD de uns paraguaios ou bolivianos que ele encontrou na rua, que parecem querer seguir uma linha Gotam Project de índios, eu (palavras censuradas). Desde ontem sem pregar o olho, e sem fazer menção de dormir. Estrada, estrada, mato, mato, mato, carros... tempo que não passa.


Em determinado momento, meu pai anuncia que precisa dormir. Hábito que ele mantém antes de eu pensar em ser gente. Meu pai dorme antes do "boa noite" do jornal, e acorda antes do galo. Resuldado: depois do almoço, precisa de uma sesta.


Ele encosta em um posto de beira de estrada, e eu pulo pra fora do carro carregando 2 livros e a carteira na mão, visto que minha calça não possui bolsos. A calça alias, anuncia minha chegada, uma vez que é composta de todas as cores de uma caixa de colorir, dessas que a gente comprava todo começo de ano quando era pequeno. Já na entrada, a mocinha do caixa me olha num misto de cuiosidade e encantamento. Peço um espetinho de frango, que acompanho com um pacote de Ruffles Cebola & Salsa e um Dell Vale de Pessego. Só de farra, sento bem de frente ao caixa da mocinha, e armo a cara mais blasé que consigo, devorando o pacote de batatas aos suspiros. Duas mordidas e estou empanturrado de gordura saturada até os cornos. Tanto se falou na tal gordura trans, e em como ela é muito ruim e blá blá blá... mas hoje em dia não encontro a danada em nenhum pacote do que quer que seja. Deve ter mutado pra uma forma de gordura ainda mais mortal e invisível.

Vou até o balcão e peço pimenta a uma outra mocinha muito solícita, que me oferece duas opções: condimentada ou malagueta? Escolho a última claro, pra espanto dela, que me pergunta: "tem certeza? Essa é muito forte..." Ela não vê minha calça por detras do balcão... abro "On the road" e leio uma meia dúzia de palavras, já que Florbela Espanca me parece um pouco palpavel de mais nesse momento.


Empurro o resto da comida com a pimenta, que posso garantir, nem fez coçegas, e chega meu pai chiando do telefone que o acordou. Arremato tudo com um picolé de limão, na esperança de ganhar uma maquina fotográfica. Me dirigo ao caixa, e a mocinha do começo da história arruma os cabelos. Pego um pacote daquelas melecas para mastigar feitas em laboratório, que tem uma cara de Willy Wonka, e textura de peixe cru. Meu desapego alimentar custou quase 20 reais, não para minha surpresa, mas claro, para meu desgosto. Saco meu sorriso mais simpático pra mocinha, junto com um "obrigado", o qual ela devolve com um "boa viagem".


Corro para o carro, rapidinho busco meu case de CD´s, e trato de botar Simon & Gartfunkel pra trabalhar. Meu pai se surpreende: "desde quando você escuta isso?"


Desde sempre pai. É que nós nunca paramos pra conversar...


E a estrada segue passando. Vou me divertindo com as caretas dele ao provar a meleca de mastigar produzida em laboratório. "É bom pra acordar... azedo!", diz ele.

sábado, 21 de março de 2009

All the things U left behind...

Bem queridos amigos leitores (e que desconfio que não são tão poucos como penso...), já voltei (brevemente) para Curitiba. Minha viagem para São Paulo, pode-se dizer, que foi bem sucedida... não, não passei no teste (como já esperava), mas valeu muito ter ido até lá e feito tudo o que fiz.
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Conhecer a cidade foi legal, mas infelizmente não consegui conhecer a noite de São Paulo (fica pra uma próxima). O que mais me surpreendeu foi a cordialidade do Paulistano, e como estão sempre dispostos a dar informação. Minha tia disse que é porque EU fui muito cordial, porque não é bem assim não. Dei risada...
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Mas vejam a diferença: cheguei na rodoviaria de Curitiba e dei "bom dia" ao taxista, que nem olhou na minha cara. Entrei no taxi e perguntei: "Tudo bem?", e ouvi o grilo cantar a Nona de Bethoveen... não adianta, cansei dessa cidade. Ainda ontem, recebo uma mensagem de um ser que já devia ser sumido da minha vida faz tempo, mas que insiste em me assombrar...
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Pois agora é que o bicho pega! Estou com a confiança lá nos chifres, louco pra voltar a fazer uma aula de dança e me jogar no mundo.
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Segunda estou indo à Maringá. A mais antiga Ishiruji naturalizada brasileira, minha batchan de 93 anos, sofreu uma queda e foi operada, e pra ajudar, pegou uma infecção hospitalar... vou para lá ver ela e todo meu povo, porque daqui me mando pra bem longe.
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É hora de ouvir um pouquinho o coração...
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:)

sexta-feira, 20 de março de 2009

Guess what?

Bem... agora são 18h em SP, o sol, que mal apareceu, começa a se arrumar para dormir... e nenhuma resposta!

Já estou de passagem comprada, e amanhã estou de volta à Curitiba para decidir o que fazer da vida...

Dou-lhe 1, dou-lhe 2... dou-lhe 3?

Acordei, e acessei o e-mail.

Tomei banho, e olhei o e-mail.

Café da manhã, e-mail.

Li 15 minutos de um livro chamado Man & Boy (que está me cativando) e... e-mail!

Conversei com a Nalda, e e-mail...

Conversei com minha tia... e-mail!

Ogente minha xente... isso lá é vida?

Vou sair pra mais uma procissão, e se quiserem, que me respondam! Volto mais tarde com algo mais concreto pra dizer...

quinta-feira, 19 de março de 2009

Lá vem o Seu China na ponta do pé...

Ai ai ai... essa espera que não termina...! Ô minha gente, eu estou esperando por respostas viu? Minha vida toda depende disso, e eu preciso seguir em frente!
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Oras...
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Bem, por agora, nenhuma novidade... na verdade, não estou esperando ser chamado pra segunda etapa. Acho que ainda não chegou minha hora... mas se caso ela vier, vou ficar duplamente feliz!
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Não aguento mais andar. Sério. Tenho feito uma Lavagem do Bonfim por dia. Chega dessa vida!
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Ontem reencontrei Gustavo, um amigo de Maringá que não via à anos, e que está trabalhando aqui. Chovia muito, então acabamos optando por um boteco com cerveja e frango à passarinho (old times...). Conversamos horas, demos boas risadas com as histórias que aconteceram nesse interím, e relembrando outras.
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Hoje fui almoçar na Liberdade, cantinho cheio dos xing-lings da vida. Um restaurante delicioso, comi feito uma porca prenha, e não satisfeito, achei um lugar onde vendia o tal suco que está na moda, Pobá, e fui experimentar. Já de cara, o susto: 8 reais uma cherenga daquelas! Mas tudo bem né... uma vez na vida... e nunca mais até a morte! Ô troço sem graça! Só podia ser invenção dos meus parentes distantes! Mas vamos lá: o tal Pobá, é um suco batido com leite (no caso, eu tomei de melão, mas tinha até de inhame, o que achei um pouco ousado para minha estréia), e no fundo vem uma nhaca preta, que parece alga, mas tem formato de um sagu gigante (?). Você vai bebendo, e mastigando aquela gosmeleca, que lá no fundinho da alma (lá onde o vento não bate) tem um gosto que eu não consegui identificar... você usa um canudinho gordo, feito aqueles pra tomar milkshake do Bob´s, que é pra´s bolotas ectoplasmáticas poderem passar... atravessei a Sé tomando aquilo...
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.. e fui fazer compras na 25 de março! (Que divertido! Adoro um campo de guerra!) Estava precisando de um tênis novo, visto que meu amado calçante prateado faleceu devido as interpéries do tempo. O pobre não resistiu a uma bateria interminável de coreografias e longas caminhadas sob o sol quente... E FOI SUBSTITUIDO RÁPIDINHO POR UM PIRATEX DA MESMA COR! Rá rá rá rá rá... (essa risada é impossível de ser reproduzida... só o dono consegue...)
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Nota: "piratex" não que ofende! Aqui eles chamam "genérico"! Dizem que na China, nem o amor é verdadeiro...
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Nesse meio tempo, tenho conversado muito com minha tia, que é estilista e me contou que, só para Europa, já foi (pasmem) 48 vezes! Está indo para o Japão agora no final do mês, mas à passeio. Perguntei se ela ainda tinha algum lugar do mundo que gostaria de conhecer, e ela, com uma cara de cansadinha, pensou, pensou... pensou... e disse: "ah... (pausa longa) quem sabe a China..." sem muita convicção, com aquele ar de quem não aguenta mais quartos de hotéis e esperas no aeroporto.
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Também conversei um bocado com a empregada, Nalda, que tinha um sotaque familiar. Bem metido, tratei de averiguar: a mulher nasceu na Bahia e está aqui já fazem 8 anos, mas conserva aquele jeitinho gostoso de falar. Fiquei puxando um monte de assunto, só pra ficar ouvindo, e curtir, mesmo que distante, umas lembranças boas que carrego da terra dela. Nalda confessou que não é muito chegada na culinária, no calor, e nos costumes; e eu ficava defendendo, e minha tia rindo.
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E hoje ficarei pianinho em casa, já que meu amigo está fazendo hora extra, e eu não estou afim de encarar essa cidade sozinho a noite. Amanhã é o último dia, então preciso planejar o que fazer na despedida.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Good enough 4 U?

Mission accomplished - Level 1!
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Acabei de sair do teste. Fui bem, mas sinceramente não sei o que esperar. O resultado sai até sexta a noite... então não sei se fico aqui esperando ou vou embora.
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Muita, muita², muita³ gente! Hoje contei uns 60 homens, e os testes vem acontecendo desde segunda, manhã e tarde. Concorrência braba, mas me senti bem preparado. O grande problema ainda é o nervosismo, que me tira uns 20% do rendimento.
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No canto, entrei um pouco nervoso, e desafinei a biscatona da primeira nota, que era aguda pra @#%$, mas cantei tudo certo. Depois, um rapaz veio elogiar minha voz, e fiquei bem mais tranquilo.
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A coreografia era um deus-nos-acuda-pelo-amor-de... er... deus. Mais dificil que a do filme, cheia de piruetas e muito rápida. Mas também consegui pegar e fiz tudo certo.
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De uma forma geral, muito ator despreparado. Poucos cantores, muitos bailarinos. Mas não tive tempo de ficar avaliando muito, porque estava ocupado com a encapetada da coreografia...
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A grande questão é: muita, muita², muita³ gente. Fiquei impressionado. Na saida, encontrei minha professora de interpretação no terceiro ano, que está trabalhando lá, mas não viu o teste e só soube dizer que estão escolhendo por perfil... fiquei um pouco desanimado com isso... mas vamos lá!
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No geral, a experiência foi ótima. Percebi que posso sim confiar no meu trabalho, só preciso RELAXAR. Não sou um grande cantor, mas ninguém diz que não; não sei dar pirueta tripla, mas sei dar meus pulos. São Paulo não passa nem perto do monstro que me pintaram. De uma forma geral, é uma curitiba em larga escala, só que bem mais segura. É!, segura. Estou bem tranquilo, rodando por tudo quanto é canto daqui.
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No primeiro dia, verdade seja dita, estava amargo. Sai e encontrei tudo fechado... andei, andei, andei e não cheguei a lugar nenhum. No dia seguinte, já preparado (e feliz com um telefonema no meio da noite...) sai cedo e visitei o Museu da Independência, O Mercado Municipal, a Pinacoteca, a 25 de Março, o Masp... rodei tudo sozinho, e sem medo. As pessoas aqui são extremamente solícitas e simpáticas, além de saberem dar informação como ninguém.
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Em uma dessas viagens, conheci um cara que, não satisfeito em me ensinar pra onde ir, onde comer, onde andar, ainda me deixou celular e telefone de casa se me perdesse ou precisasse de qualquer coisa. Hoje no teste, conheci um menino que faz a Escola de Atores do Wolf Maia, e já me levou pra conhecer lá também. Enfim, já me sinto completamente a vontade com a cidade.
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E acho que devo ficar por aqui, e esperar de uma vez, já que o resultado sai até sexta... um amigo de longa data entrou em contato, então acho que hoje tenho uma companhia mais descolada... nada contra, são lindos, mas CHEGA DE MUSEU!
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Bem, o negócio é esperar, mas não sentado!

domingo, 15 de março de 2009

Uma andorinha só não faz verão...

Que aporrinhação esse troço chamado saudade. Eu com essa minha alma feminina pra burro, as vezes me pego remastigando a comida da boca pela octagésima nona vez, parecendo uma mosca que precisa engolir o alimento já totalmente processado. Mosqueando momentos. Sentindo falta de ouvir você cantar aquelas músicas que eu não conheço enquanto me carrega na garupa da sua motoca. Lembrando da tua risada engraçada quando acha algo genial, mas não engraçado: " - RÀAAAA...", assim, feito grito de guerra. Eu jurei pra mim mesmo que não iria mais ficar assim, nessa letargia besta de quanto se quer amar alguém. Ops... eu e meu mundo fechado, vou voltar pra toca, me fechar em minha bola, enfiar minha cabeça num buraco.


Resolvi sonhar com coisas pequenas, e o pior, me lembrar delas. Eu que nunca lembro do que sonho. Hoje sonhei que conversávamos sobre adaptar uma peça enquanto nos arrumávamos para ir à praia. Eu costumo fazer isso acordado; ficar sonhando com algo que poderia ser.


Eu tenho mania de preto & branco. Vivo fazendo drama mesmo, por qualquer motivo. Faço novela com qualquer coisa. Não sei me contentar com porções pequenas. Não sei lidar com essa distância. Pro inferno com uma postura adulta, eu preciso de toque. É o sentido do toque que mais me falta nessa vida. Durante o dia, tudo o que me sobra é trombar com algum mal humorado no meio da rua. Drama.


Por isso que eu vivo procurando o colorido de se ter alguém. Pra mim é tão difícil sentir isso, que quando sinto, me jogo de cabeça, feito um mergulhador profissional, entrando num perfeito 90 graus na piscina. Acho que sou feito as andorinhas. Já viram como as danadas são suicidas? Se jogam em voos rasantes, por prédios, carros. Deve ser o pássaro mais poético de todos, desses feito poesia de Pablo Neruda, gozando a vida enquanto brotam flores e nasce o sol. Felicidade gratuita. Gratuita? Elas podem voar.


Acho que não nasci pássaro por que meu tempo de vida seria curto. Tão logo eu saisse do ninho, metia o coco num outdoor ou num letreiro do McDonalds (se não me jogasse do ninho antes de ter asas). Já que me cortaram as asas, me acostumei a ser assim, feito uma pobre galinha olhando para esses membros estranhos e não podendo voar. Mas gosto de ser assim, quietão, meio desconfiado. Porque quando resolvo fazer, causo tempestades. Tenho pressa e quero direito.


Eu não sou fácil, mas é bem fácil me entender.


Sei lá por que diabos fico falando essas coisas. Sei sim, mas deixo ficar subentendidocomoumaideiaqueexistenacabeça
enãotemamenorpretensãodeacontecer...





Pra você: http://www.youtube.com/watch?v=Ep_PfhutvsI





sexta-feira, 13 de março de 2009

O que será que será...

Muita informação pra uma criatura só!

Hoje passei o dia batendo perna pra cima e pra baixo, resolvendo as coisas pendentes antes de viajar.

Comprei minha passagem! Desembarco em SP as 6 da matina...

Consegui arrumar tudo pra peça de Salvador que estou produzindo no Festival de Curitiba, e também coloquei Thatá pra cuidar de tudo enquanto estiver fora.

Falei com uma tia que mora lá, e está tudo certo para ficar na casa dela.

Estou com todas as músicas ensaiadas, e estou bem confiante apesar de meu agudo estar uma bosta.

Ufa...

Agora a noticia mais supreendente de todas: confirmaram a turnê do CVB, que deve iniciar em agosto, e durar quase 4 meses...

Bem, por enquanto, minha vida está curta, e segue só até quarta feira. Só depois vou saber o que será que será...

Ou não!
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E vou assistir Hairspray pela octagésima nona vez, porque ver essa novela da Gloria "Bebez" é irritante e esse povo falando com esse sotaque é insuportável e-essa-falsa-sensação-de-beleza medádordecabeçaeeunãoaguento
o
péssimo
do
Marcio
Garcia
ganhando
o
que
eu
vou
ganhar
na
vida
pra
ser
R
U
I
M
!

quarta-feira, 11 de março de 2009

O cara mais legal da cidade...

Gáaaaahhhhh!!! Acabei de receber a confirmação: meu curriculo foi aprovado, e semana que vem, estou eu em São Paulo pra fazer o teste do Hairspray!


Eu não sei se eu dou risada, se eu choro, se eu dou uma estrelinha, se eu como chocolate, se eu salvo o planeta no aquecimento global...


Estado atual: nervosamente-ansioso-sorrindo-me-cagando-pelas-beiradas.


Minha Nossa Senhora dos Battements, que meu pé chegue na cabeça sem exitar! (meu pé nunca chegou na cabeça...)


Desde que voltei de Salvador, estou com um pigarro chato na garganta, e ele me preocupa nesse momento. Saravá meu filho, vá para a descarga que te carregue!


Eu já estou ensaiando as músicas que eles pedem pra audição, e que inferno!, não conhecia quase nenhuma. Tem uma chaaaaata do Jesus Christ Superstar e uma do Dreamgirls que são obrigatórias, e essas eu conhecia. Ainda optei por uma chamada "Dancing Through Life", tirada de um musical chamado Wicked... e outra do Corcunda de Notre Dame, e eu juro que eu não quero ver esse bicho pintado na minha frente depois desse teste! Só música agudaaaaa... eu odeio musica aguda! Até alcanço, mas aqui em casa eu fico com vergonha de cantar, porque os vizinhos ficam escutando tudo... mas eles que me perdoem, porque essa semana, ou minha voz chega num Fá sustenido, ou eu não me chamo Maria Bethânia.......


Hauahuahuahuahuahuaha...


Estou preocupado com outra coisa... será que o TEMPO vai ser justo comigo? Quero passar sim, mas não quero ficar longe de quem não quero estar...


A sorte está lançada. Estou suficientemente confiante, animado pra conhecer São Paulo e os concorrentes, assustado com a velocidade das coisas...


Muita coisa pra um coraçãozinho só...!

Rezem por mim, acendam uma vela, macumba, despacho, afogue o santo num copo d´água, pintem um olho de um Darumá, chuva de pipoca, água de cheiro... sei lá!

domingo, 8 de março de 2009

Don´t dream it´s over...

Só hoje tive coragem de ligar para meus pais e contar que a turnê do CVB foi cancelada no primeiro semestre. Não disseram palavra sequer. Nem eu.


Sonhos quebrados em uma ligação.


Acordos verbais. Por que eu continuo acreditando neles?


"As pessoas não mudam. E isso é a coisa mais triste que pode ser dita: as pessoas não mudam." Um trecho de uma peça que escrevi no terceiro ano, sobre uma sociedade que entra em colapso e se auto-destroi por ganância.


Não foi uma única vez que me passou pela cabeça em desistir do CVB. Vivia um conflito quase diário entre Razão X Coração, ID X Superego. Tinha a impressão de que minha história no musical já havia se cumprido, que era só uma passagem, e o verdadeiro motivo de eu ter participado disso tudo, justo naquele ano, sob aquelas condições, já tinha sido atingido. Bem, se eu continuar nessa roda da fortuna, vou surtar...


A boa noticia é que, provavelmente, vou participar do Festival de Curitiba. Diretora e amigos de elenco estão apoiando minha volta.


Mas o teste para o Hairspray deve acontecer em breve, e por isso, não tenho muitas certezas nesse mês de março. Talvez eu vá desbravar São Paulo. Talvez eu seja só mais um desempregrado nesse mundo. A única certeza, é que meu lugar não será mais aqui. Não quero mais morar em Curitiba, sinto que esse ciclo fechou.


Incertezas... acho que me anestesiei a elas. Já mudei tanto de cidade, já temi tanto, já abandonei tanto. Já fui aquela criança aterrorizada no patio da escola nova. Hoje sou uma criança excitada com o brand new world.


Quero dar um jeito de unir tudo. Um trabalho e estar do lado de Jão. Sou assim, idealista. As vezes sento falta de coisas tão pequenas, que chego a questionar que existem. Mal tivemos chance de dormir juntos, mas sinto falta de sua presença ao lado, e demoro a pegar no sono. Faço almoço, e sinto que fiz comida de mais. A casa é de um silêncio ensurdecedor, e o pior é que ela sempre foi assim.


O pior não é estar sozinho, mas perceber que você estava se acostumando a ser.


Hoje, num samba, alguém me perguntou: "meu deus, onde é o botão que desliga?"


Sou feito cachorro, só preciso de um afago.

sexta-feira, 6 de março de 2009

My shared intimacy

Esse ano prometia muito, e realmente, ele está supreendendo. Quantas reviravoltas... parece um filme ruim do Shyamalan, depois do brilhante "O sexto sentido" hehehe...




Por onde passo, me chamam de baiano. E eu aqui pensando que realmente sou, bem mais do que eles supõem...




Hoje tive um dia cheio. Estou exausto, e por culpa minha, claro. Pra variar, não consegui dormir no horario planejado. A última vez em que botei o olho no relógio, já passava das 4 da matina. Tomei leite quente. Joguei Line Rider. Liguei e desliguei a TV algumas vezes.




Quando abri o olho, já passava da hora do almoço. O som despertou no horário programado (9h), e eu embalei o sono ao som de Gotan Project. Almocei o café da manhã, e sai decidido pela rua, pra resolver um monte de coisas: imprimir curriculo, ficha de inscrição para o teste do Hairspray, e revelar fotos. Enquanto as folhas eram mergulhadas na solução que as transformariam no retrado de um japa-tatu, caminhei 3 km até a Cartoon, debaixo do sol forte. Aproveitei pra apagar aquela infâmia marca de regata de dias atrás. Além de Hairspray, peguei um filme coreano maravilhoso chamado "Casa Vazia" (da qual já assisti e vou ver de novo), e finalmente o "Pecados Intimos", que sempre li maravilhas sobre ele mas não o achava na locadora próxima.




Fui para casa e voei (a pé) para casa de Du, onde ele me esperava para mostrar os créditos do DVD do Placebo. Ri muito com o fim, onde esse que vos fala (fala?) dispara um monte de palavrão em alto e bom som, frustrado com o ensaio que não começava.




E de lá, voei (de ônibus) para a casa de Maithê, em Saint Happiness, para reencontrar os mais novos desempregados desse mundo de atores desempregados. Algumas panquecas, vinhos, e lavações de roupa suja depois, voltei para casa (vazia), e fui assitir o amejado "Pecados Intimos".




Filme dificil. E não quero falar sobre ele. Qualquer linha pode ser fatal.




Fiquei me lembrando de quando embarcava naquele último avião que tomei, rumo a uma cidade que não consigo gostar, me afastando de quem eu cada dia gosto mais, indo de encontro com uma notícia desgostosa. Encarando medos, escondendo medos. Lágrimas, muitas; sonhando, maquinando, tentando encontrar uma forma de poder ter tudo.




Superstição barata (?), mas realmente parece que a Era de Aquário veio mudar um pouco as diretrizes, e não digo só por mim. Tenho ouvido cada coisa, de cada um. Coisas que se perdem, vidas que mudam, dificuldades que surgem. Será que se a gente se apegar menos a essas manias sociopatas, ainda seremos capazes de sermos felizes?




Perdi um emprego dos sonhos; tudo não passava de promessas de gente que não sabe controlar a própria vida, então tratam de descontrolar a dos outros. O que teria acontecido se eu não fosse tão racional? Se ao invés de escutar a razão, ao invés de me preocupar tanto com a pressão paterna, ao invés de querer tanto provar para o mundo que eu sou alguma coisa que valha (segundo os ideais sociais), eu tivesse mandado tudo pro inferno? Holliwood já explorou bastante essa tema, esquece menino...




Somos tão exigentes com a própria vida, tão preocupados com a imagem que projetamos, que as vezes esquecemos de ser prosaicos. Vivemos nos equilibrando nessa corda: eu desejo o que não tenho, e temo perder o que tenho. Se supostamente temos tanto assim para "perder", porque será que ainda precisamos de mais? Uma frase do filme: sabemos que tudo o que somos e temos vai chegar à um fim, e ainda assim, continuamos a viver.




Somos todos pequenas crianças. Só precisamos de paz e amor.






quinta-feira, 5 de março de 2009

Putinha teatral...

Nos prometeram 6 meses de turnê pelo Brasil.



A turnê foi "condensada" em 3 meses...



Hoje recebo a noticia que sequer vai haver turnê no primeiro semestre!



Que eramos produtos de uma empresa, ninguém nunca duvidou, mas fazer pouco caso da vida dos outros é um pouco de mais...



Muita gente abriu mão de muita coisa por eles, e é assim que somos presenteados...



Mas é esse o meio em que eu me envolvi... então acho que eu devo é calar a boca e cuidar da minha vida.



Mas ser tratado feito puta barata é foda!

quarta-feira, 4 de março de 2009

Seasons of love...

E cá estou eu, nessa Curitiba que, no momento, nem parece Curitiba. Calor, muito calor, até pra dormir. Ontem zanzando perdido pela cidade, ganhei uma ridícula marca de regata. Em Salvador, fiquei 15 dias e não fui UM DIA SEQUER pra praia... será que Iemanjá vai pensar que foi desfeita?

Encontrei alguns amigos pra matar a saudade e colocar o papo em dia, mas parece que a Era de Aquário começou causando um tsunami na vida das pessoas. Quanto problema, quanta crise. Terminei o dia pesado de tanto ouvir coisas... relacionamentos terminando, brigas, demissões, minha que sofreu uma queda, entre outras cositas mas, que não dá nem pra citar... pra variar, mais escutei do que falei, até porque me senti pequeno em frente a tantos problemas... sempre querendo salvar o mundo... sempre dando a vez...

Sai pra correr, botar o suor pra fora, me alongar, fazer alguns exercícios. Eu, bem surtado, decidi correr do Passeio Público até o terminal do Cabral, num trajeto de 3 km na subida. Ainda me alonguei e fiz algumas barras no parque... produzir um pouco de serotonina que é pra ver se afasta essa energia pesada e ocupar um pouco a mente. Ando com horas sobrando no dia, sem ensaios, sem ter muito o que fazer além da mesmice de sempre.

Hoje acordei tarde de novo, já que ainda não consegui pregar os olhos cedo. O corpo todo dolorido, com a sensação de que o trio da Ivete passou por cima do meu trapézio, e ainda pretendo encarar a academia hoje.

Me sentindo meio idiota de ter voltado só por causa dos ensaios, e eles não terem começado. Me sentindo desrespeitado. Me sentindo sozinho. Me sentindo feio. Subi na balança e descobri que perdi 3 KILOS (!!!) nesse carnaval! Ui... vou malhar e volto já...

Eu não sei muito das palavras que uso
Vez ou outra recorro a um dicionario
A uma colagem barata de ideias alheias
Mas vez ou outra eu tenho essa necessidade
De dizer coisas que nem sempre sei dizer

As palavras sempre batem nos dentes
Engulo desejos intensos por medo de errar
Vez ou outra me mostro sutilmente mas
Já errei tanto e as vezes me cansa errar

Costumavam rir de mim, por isso hoje sei chorar como ninguém
Porque não me pinto com cores televisivas
Mas vivo em busca de uma vida technicolor

Me recuso a ser preto-e-branco
Tenho pressa sim, tenho medo sim
Quero agora, quero sempre
Ando me jogando por abismos
Que é pra ver se eu acho um chão
Cavando buracos cada vez mais rasos
Rasos porque já cheguei ao fundo
E sei que é facil ficar por lá

Não gosto de ser assim comedido
Fui educado a ser assim, mas não sou
Não quero ser culpado por ser feliz
E não preciso justificar meus erros

Só me deixe ser