sexta-feira, 4 de junho de 2010

If I could do just one near perfect thing I´d be happy...

Férias chegando! Nem acredito... mas dizem que ator não tira férias, e é quase verdade. Vai ser bom pegar alguns dias pra dormir até mais tarde, essa mratona de curso técnico foi de doer (literalmente).

Vamos falar de filmes. Tenho visto muitas coisas, algumas que valem comentar, outras nem tanto.

"O Segredo Dos Seus Olhos" do diretor argentino Ruan José Campanella já pode ficar entre os meus favoritos de 2010 (e olha que só estamos terminando o primeiro semestre). Sua parceria com o ator Ricardo Darin se assemelha a de Burton + Depp, com a diferença que os dois primeiros até agora não erraram, bastando conferir "O Filho da Noiva" e "Clube da Lua" (ainda não vi "O Mesmo Amor, A Mesma Chuva"). Direção discreta, que quando se permite um grande arroubo é através de um plano sequência inacreditável (contando com cortes em sua edição) que só contribui para trama... ai cansei... perfeito, recomendadíssimo. Soledad Villamil deveria ganhar um prémio de melhor atriz. Prontofalei.

Assisti "Sex And The City 2", mesmo sem ter visto o primeiro e não ter acompanhado a série. Não dá pra chamar de um filme, está mais para um evento. Obviamente aquelas quatro amigas se tornaram um pequeno ícone de uma geração, e o filme nada mais faz do que dar espaço para que esse ícone seja utilizado a exaustão. Excessivamente longo, o grande problema do filme é que se trata de uma grande montagem de gags, visto que uma piada é imediatamente abandonada em prol de outra, sem nunca interferir de forma significativa na história. Sarah Jessica Parker está Far Far Away de ser uma beldade (brincadeirinha com "Shrek", sacou? sacou?), e os excessos de takes insistindo em mostrá-la como tal soam demasiadamente deslocadas (e, MEU DEUS como ela está magra). A direção não parece saber "vender" suas locações visto que os quadros nunca valorizam o espaço com takes muito fechados e pouco elegantes; e oras, estamos falando de um filme que se pretende basicamente a isso, numa espécie de James-Bond-vai-as-compras. Os figurinos muitas vezes chegam ao absurdo, como quando a protagonista vai de saia de debutante e camiseta estampada J´adore Dior em uma feira (Oh... eu uso Dior portanto posso andar pelas ruas parcendo uma louca) e a roupa de paquita-assassina de Samantha em um karaokê. A cena em questão permeia o filme como um todo: um feminismo exagerado, uma espécie de vingança contra o masculino que se resume a serviçais, homens-objetos e homens-bunda. Filme espertinho de uma série espertinha, que soube captar como ninguém os desejos femininos e elevá-los a décima potência, e utilizar de mulheres bonitas mas não perfeitas para que não se distanciassem tanto de uma mulher de carne-e-osso. Qual mulher secretamente não sonha em chamar a atenção com suas roupas e nunca se incomodar com isso?

Por fim, "Quincas Berro D´Água", que se assemelha de uma forma bem estranha ao filme Hollywoodiano das amigas chiques: consegue fazer rir, consegue ser mais longo que os glúteos gostariam e consegue ser facilmente esquecido ao fim da sessão. Contando com um bom elenco que tira... ahn... água... de pedra de um roteiro abarrotado de tipos (mas nunca personagens) lineares, por mais que eu me esforce, não consigo evitar de repetir o discurso: já não chega dessa estética do sujo? Quando é que o cinema brasileiro vai começar a arriscar outras abordagens? Sim, existem nessa remessa alguns filhos bastardos como "Se Eu Fosse Você" e "Chico Xavier" e... é... enfim... mas o que realmente parece segurar a produção brasileira é o fato de um filme ser tão dificil de ser produzido e o risco de ele não ser vendável impede produções mais ousadas. Ou será simplesmente por não contarmos com bons roteiristas? Ou culturalmente não temos espaço para outro tipo de produção? Sei lá...

No mais, comemoro a chegada da TV a cabo obviamente me viciando em "Glee", visto que um seriado-musical-com-musicas-pop é a minha cara. E é?

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