domingo, 18 de julho de 2010

This is it...

Temporada de chuva em SSA, *eus meu... saí de Curitiba por isso, aqui tem sido pior; coisa de chover por 5 dias sem parar, loucamente, feito uma incontinência urinária gigante... argh...

Ontem finalmente assisti o tal "Michael Jackson´s This Is It", meio-show-meio-documentário sobre o ex-rei-do-pop que voltou a ser considerado pelo seu talento e não mais apontado como astro em meteórica decadência... só porquê morreu... ih, falei. Quando a coisa toda aconteceu, fiquei tocado como todo mundo, mas quando a imprensa começou com aquela hipocrisia toda, e principalmente quando TODO MUNDO resolveu virar fã de Michael Jackson logo me desinteressei e só vi o tal "filme" porque tava passando na Warner. Não suporto ver que só resolvem dar valor à alguém depois da morte. Enfim... o filme é bem chato do ponto de vista dramático, enjoativo quando percebemos que os longos números mostrando MJ ensaiando vão continuar um atrás do outro, e honestamente, pouco impressionante em termos do que julgam a genialidade do astro. Seu minimalismo não me impressiona, uma vez que um artista que passou quase duas décadas tocando a mesma coisa tinha a mínima obrigação de conhecer sua música. Tampouco o show que vinha sendo preparado tinha muito a inovar a não ser pelas imagens 3D (como seria aquilo? óculos para todo o público??), visto que nada mais era que um palco comum com todas as pirotecnias existentes colocadas uma após a outra. Michael e suas músicas eram ótimas, e ele com certeza era um performer incrível, mas sua fase criativa realmente aconteceu na década de 80. O leve respiro no inicio de 90, com a tentativa de tornar a esbranquiçada figura como algo "normal" utilizando o discurso que "Doesn´t matter if you´re black or white" não colou; boa música, discurso pífio. A verdade é que Michael criou um estilo e o que veio depois foi uma variação do mesmo. O show provavelmente seria um sucesso, e provavelmente ele continuaria a lutar para relembrar aos outros que sua criação era mais importante que sua atribulada vida pessoal. O que aconteceu (infelizmente) é que ele não teve tempo.

E estreou nos cinemas o bacanão "À Prova de Morte", filme que Tarantino dirigiu antes de "Bastardos Inglórios" e que tinha uma proposta interessante junto ao amigo Robert Rodriguez de recriar as sessões duplas da década de 30. Fracasso de bilheteria, os filmes chegaram separados aqui: o menos interessante "Planeta Terror" à três anos atrás fracassou nas bilheterias e quase impediu seu "irmão" de chegar as telonas. Assisti pirateado na época do lançamento, e não sei realmente se ele funciona nos cinemas devido ao seu ritmo lento e estrutura anti-convencional, mas com certeza se trata de um dos bons de Tarantino. Diálogos afiados mas que exigem... bem, gosto por diálogos, logo somos presenteados com o melhor do diretor, que sabe surpreender em tempos de tanta monotonia. O filme, apesar de se passar nos dias atuais, se concentra tanto em seu estilo que por vezes pode ser confundido como um exemplar tirado de uma falida locadora de VHS, com direito a película arranhada, "bitucadas" e até mesmo remendos de filme. A figura feminina ganha cada vez mais espaço na linguagem do diretor, que se antes poderia ser visto como um perfeito nerd-machista, aos poucos parece compreender o fascinio que elas causam, num misto de erotismo com idolatração absoluta (a insistência em enquadrar suas divas de baixo para cima é apenas para focar seus glúteos ou seria uma forma de coloca-las em um pedestal?). E no mais, em tempos de CGI e mal uso de computação gráfica, é no mínimo um deleite acompanhar uma cena gigante de perseguição contando apenas com dublês, excelente edição e o frescor de Zoë Bell, dublê de Uma Thurmann em "Kill Bill" que acaba destoando e roubando a cena, simplesmente por ser naturalmente destemida e não uma personagem tão bem construida como as demais. Abuse de pipoca e coca-cola e vai ser uma experiência bem divertida.

Ando muito cinematográfico nesse blog, acho que vou mudar o nome pra "O Cinenauta"...

E o love descobriu um reality chamado "Ru Paul´s Drag Race", uma cópia de "America´s Next Top Model" com drag queens. Sentamos no sofá e só paramos de rir quando acabou o episódio oito. Que mundinho curioso esse...

Vou ali ver em quantas vezes posso parcelar a compra do bote salva vidas e já volto...

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