sábado, 10 de outubro de 2009

Teeth sinking into heart...

Mais um capitulo da novela “Nostalgia”:

Cheguei em Cascavel, cidade que morei dos 6 aos não-sei-bem-quantos anos, que acho que foi até os 15 pelas minhas contas preguiçosas. Percebi que meu desleixo de memória quanto a datas se estende também ao quesito “lugares”. Hoje, indo mais cedo ao teatro para ajudar uma amiga que machucou o pé, passamos de taxi em frente ao circulo militar, a escola que estudei e ao camelódromo. Tive a clara percepção de que não morei realmente em Cascavel, mas sim que freqüentei alguns pontos da cidade. Foram exatamente esses 3 lugares que me soaram familiares, com apenas uma visível mudança nas cores das paredes. Todo o resto era mais um lugar desconhecido. Gostaria de ter ido até a casa onde morei a maior parte desse período, mas não consegui. O grande “porém” dessa turnê é justamente ter pouco tempo disponível para se conhecer os lugares por onde passamos.

Quanto as apresentações, tivemos umas das platéias mais bacanas em um momento, e uma das mais mal educadas em outro. A certa altura da peça, cheguei a “abandonar” a minha vivência no palco, e apenas coloquei a deixa para que o próximo entrasse; e que aquilo acabasse de uma vez, já que poucos ali estavam interessados em nos assistir. Mas, de fato, a platéia paranaense tem sido a mais bizarra de todas. Pouca comoção, em uma peça que causa alvoroço por onde passa.

E o boato que vinha se espalhando se confirmou: a turnê está prolongada por mais vinte dias, para retornar aos lugares que não passamos por conta da gripe. Eu, me sentindo exausto e desmotivado, sofrendo por ter que fazer o que não quero por questões financeiras, e justamente me sentindo contrariado por, além de já ter ganhado o que estava nos planos, ter que seguir fazendo algo que não quero por mais dinheiro; eu que não sou muito capitalista, e sentindo uma necessidade imensa de sanar uma falta emocional que anda afetando meu mood.

Que palavra é essa mesmo em português? Juro que eu ainda enlouqueço...

E ainda me sentindo um tremendo de um reclamão de pança cheia. A última coisa que poderia fazer da minha vida é reclamar. Mas sigo reclamando, pois o que me falta é o que me falta e pelo jeito, pra me entender só eu mesmo.


Tô muito existencialista hoje...

Repetindo como um mantra que esse dinheiro extra só vai me deixar mais tranqüilo no verão, e que na pior das hipóteses, vai me sustentar por mais um mês, mas sem conseguir me convencer muito disso. Meu coração é de criança mimada, de burro empacado, de vidro. O que é um dinheiro que não compra a paz de estar nos braços de quem se ama?

Me resta o direito de fechar os olhos e pensar em você.

Um comentário:

Ge disse...

Não adianta...por meis que tentemos negociar com o coração não tem jeito...enquanto não fazemos sua vontade ele não nos deixa felizes...bjus.