sábado, 11 de dezembro de 2010

Congelo o tempo pra ficar mais pianinho...

Quinta feira terminei de filmar o último show do curso de canto com um nó na garganta: lá pelo fim da segunda música, eu me toco que fiz todo o processo de gravar e parar ao contrário. Aham, quando achei que estava "em espera", a filmadora seguia gravando silenciosamente, e quando tocou o terceiro sinal e eu apertei "gravar", só de sacanagem, ela parou. Minha vontade era soltar um belo e audível "PORRA!", ou então levantar, me dirigir para a frente do palco e dizer: "gente, desculpe, eu sou a PORRA de um idiota amador, será que dá pra começar o show de novo e fingir que nada disso está acontecendo?"

Ou eu podia ter aquele aparelhinho dos Homens de Preto, apagar as memórias todas com um flash e imitar a campanhia do teatro 3 vezes.

Passei o resto do show com cara de abacate maduro, e só mirando para o homem na primeira fila com um tripé melhor que o meu e com uma câmera pior que a minha. Fim do show, tiro certo. Fui correndo lá pra frente, pressionei o botão "fazer duas coisas ao mesmo tempo" e enquanto filmava os abraços familiares ia inventando toda uma história trágica para o homem, sobre uma figura desavisada que passava, derrubava minha câmera e eu perdia todo o inicio equeporfavorelemeenviasseafilmagemdele. Muito solicito ele, só ainda não me enviou o video...

Na saída, enquanto passavamos de moto pela orla, ia narrando todo o meu "cagasso" durante o show para João, que dizia que "foi Deus que colocou aquele homem com aquela câmera justo hoje". Eu respiro aliviado concordando: "É, foi Deus mesmo...".

João pensa alto: "Ah, eu tenho que ir por aqui", virando para entrar na rua das estatuas gordinhas. Uma buzina. Eu olho para trás. Um farol se aproxima rápido. Uma batida. Moto pra um lado, eu para o outro.

Se eu fosse um robô das histórias de Asimov, ele diria que esse robô entrou em looping. Até hoje fico visitando essa sequência de imagens. A pancada na lombar começa a se curar, João por sua vez com o pé cada dia mais inchado. Provavelmente uma luxação e uma bota por 1 mês vem por ai. Dos males, o menor de todos.

Por isso que quando me peguntam se acredito em Deus eu logo penso: "acredito, mas não naquele que tá no livrinho".

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