domingo, 21 de setembro de 2008

An empty house is not a home

Pra começar esse primeiro post bem clichê: "eu sou péssimo em apresentações".
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Mentira. Estou com preguiça mesmo. Leia meu orkut, lá tem bastante coisa sobre mim (acho...)
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Bom, então pra quê fazer um blog??? Sei lá... mas fazendo... ócio as vezes explica tudo.
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APRESENTAÇÕES FEITAS, eu aviso aos navegantes: estou voltando pra casa. Minha casa em Curitiba, digo... mas não que eu considere aquele apê uma casa... enfim... retrospectiva:
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Passei quase 2 meses fora de "casa". Ainda estou vivendo um sonho, mas o despertador tem dia certo pra tocar. Estou fazendo um musical por algumas cidades desse país bonito, tive a oportunidade de cantar em uns cantos que eu não conhecia.
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Passei pelo Rio de Janeiro, e olhei espantado pra um rio de cocô gigantesco. Fui correr pela orla de Copacabana, só pra me achar muito Global. Mas não fiz muito mais do que isso, já que trabalhei pra burro. Rendeu um nascer-do-sol estupendo e registrado em uma foto digna de postal. Quando eu me certificar de que ela não vale uma nota, eu coloco aqui.
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Fui até o Espírito Santo, e olha! que surpresa. Vitória é linda, limpa, povo bonito e educado. Uma plateia bacana, muitos adolescentes antropofágicos loucos pra arrancar um pedaço da nossa garganta. Aqui tivemos descanso, e ensaiamos uma praia.
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Chegamos na Bahia. Ah, que medo eu tinha de me apaixonar. Não deu outra. Me apaixonei mesmo. Pelos sabores, as cores, o calor, o tempero baiano me balançou... como a gente faz pra ter o que a gente não pode? Salvador foi mágico, foi sonho palpável. Passei o aniversário mais feliz da minha vida. Em cima do palco, cantando, dançando, rodeado de pessoas especiais. Ao fechar das cortinas, ensaiei um romance digno de filme. Foi tato, foi paladar, foi olfato... foi um turbilhão de coisas que eu ainda nem entendo. Fui obrigado a deixar a Bahia, em direção à Ilhéus, e com uma folga ENORME! E por que essa folga não foi lá em Salvador ein? Ein?? EIN??? A gente não pode ter tudo...
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Tempo...
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Em Ilhéus, um Hotel lindo, na frente da praia, com piscina... o japinha aqui ficou com um bonzeado de dar inveja!
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Hoje estou em Lins-SP. Após 25 horas dentro do ônibus, eu sinto que meu corpo é, agora, cor-po.
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Começando uma contagem regressiva pra acordar. Pra voltar pro meu canto. Aquela casa vazia nem de longe me parece minha casa. Eu preciso voltar. Tenho a faculdade pra tentar salvar. Eu quero voltar. Tenho amigos que me rasgam de saudade. E ainda tenho que ver a família inteira, láaaaaaaa.... no paraná... mas eu tenho a impressão de que se eu ver outro ônibus na minha frente eu vou sair correndo atrás da roda e latindo... tenho projetos, tenho idéias... mas e ai?
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Eu deixei pra trás alguns projetos inacabados. E eu não gosto de deixar nada, nem comida no prato, nem vontades não realizadas.
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É possível visualizar uma vida que a gente não tem, só por vontade de ter? É normal querer viver outra vida, que não essa, baseado só no ensaio do que ela poderia ser?
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Eu visualizei uma vida num outro canto, com alguém que eu nem sei quem é, e ela parecia deliciosa. Eu quero cantar mas não consigo. Eu tento escrever mas as coisas saem estranhas.
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Profundamente, entranhas:
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"Quando eu desejei que fosse assim,
Aconteceu.
Não dá forma como seria perfeito,
Mas aconteceu.
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Quando eu pedi pra te encontrar,
Você apareceu.
Não onde seria o lugar ideal,
Mas você apareceu.
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Agora, eu olho o horizonte por outro ângulo
Eu vejo que talvez eu deva mudar os planos
E construir uma nova estrutura, pra ter você.
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Dá medo; até por que eu já errei antes
E é triste carregar esses erros comigo
Mas esse sou eu, te entrego o pacote fechado
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E não aceito devoluções suas...
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Vou diminuir o ritmo com que sonho,
E pensar direito;
Juro que vou tentar.
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Mas estou precisando de um carinho seu
Minha fraqueza é fácil de perceber
Se não for por essas palavras
Estão nos olhos com que eu te olhei
E quero voltar a olhar
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Eu ainda preciso te conhecer
Mas acho que vale a pena arriscar
A sua fraqueza, que eu não sei qual é,
- Se estiver te impedindo -
Eu te puxo de volta desse lugar
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Pro meu peito
Um encaixe perfeito
Um lugar pra repousar
Uma casa
Seu canto
Eu canto pra você
Um encanto qualquer
Que te faça querer
O mesmo que eu
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No mesmo tom
A mesma batida
Ritmada, pausada,
dosada para causar impacto.
Palavras pra plantar
sonhos que eu quero colher.
Fotos para matar
os olhos que querem te ver.
Doce para pausar -
A sede de te ter.
Pernas pra te alcançar
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Um dia eu te alcanço."
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Eu ando vomitando sentimentos que é pra ver se eu preencho alguns espaços vazios. Enchendo todos os espaços de uma casa vazia, que é pra ela parecer mais minha.

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