segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Virá que eu vi...

Ainda não foi dessa vez. E desta vez, passei foi longe.

Cheguei e dei de cara com um monte de homens lindos, de 2 metros de altura, fazendo abertura total no chão. A audição começou de cara com coreografia, para minha surpresa. Dançar e depois cantar? Foi só o começo de um breve pesadelo.

Entrei no banheiro e dei de cara com um ex-Br´oz cantando no banheiro. Sai e dei de cara com uma ex-Rouge chegando toda diva. Ambos me cumprimentaram avidamente. Saquei que esse povo de testes em São Paulo se conhecem todos. E mesmo quando não conhecem, cumprimentam como se conhecessem. Porque você pode ter conhecido, e ter esquecido.

A coreografia era um Can Can.

De salto.

Sim. Alto.

Passé, battement. Passé, battement. Giro para direita, pose. Giro para esquerda, pose. Piquê pirueta 8x. Passo, grand jeté, battement e queda no espacate.

Não era tão difícil assim, mas eu não tenho mais a abertura de perna que eu tinha. Nem a agilidade. Nem a força. E de salto, tudo ficou ainda mais difícil.

Passaram os bailarinos com abertura. Eu, limado sem nem ao menos cantar; nem ao menos sapatear.

Estou mais frustrado do que triste. A gente sempre espera a oportunidade de poder mostrar tudo o que tem, tudo o que ensaiamos, mas o que esperam é que sejamos bons já no primeiro passo. E nem estão errados. Para se ter qualidade, é preciso ser exigente. A tristeza cabe um pouco também. Impossível não pensar que foi menos um. Mas já tinha consciência de tudo isso. No surprises.

Preciso voltar a praticar. Preciso de clássico, de sapateado e aulas de canto. Para agora. Meu tempo está passando, não dá pra regredir. Não posso ser menos bailarino, quando já tive algo muito bom pra mostrar. Preciso pisar no palco sem microfones. Preciso ser desafiado sempre, para não me acomodar. Preciso estar seguro. Preciso evoluir como artista, preciso de técnica se quiser sair da margem do palco. São Paulo ainda é grande demais para mim. Não é um monstro, mas tem tamanho.

Hoje a peteca caiu. Eu sempre deixo ela cair. Mas não tenho vergonha de me abaixar, pegar e tentar de novo.

Minhas pernas doem. Ser mulher por 1 hora foi difícil. Mas dignamente, chutei com toda minha força e não cai.

"Quero colo..."

"Amanhã, outro dia..."


Tenho fome; muita fome. Vou comer tudo o que não desceu o dia todo. Volto quando matar o que está me matando.

;)

Um comentário:

Ge disse...

Em momentos assim é que a gente tem que acreditar que tanto as coisas boas quanto as ruins passam...tem uma frase que eu gosto muito..."Deus faz hoje o que só compreendemos amanhã"...bjus.