domingo, 15 de março de 2009

Uma andorinha só não faz verão...

Que aporrinhação esse troço chamado saudade. Eu com essa minha alma feminina pra burro, as vezes me pego remastigando a comida da boca pela octagésima nona vez, parecendo uma mosca que precisa engolir o alimento já totalmente processado. Mosqueando momentos. Sentindo falta de ouvir você cantar aquelas músicas que eu não conheço enquanto me carrega na garupa da sua motoca. Lembrando da tua risada engraçada quando acha algo genial, mas não engraçado: " - RÀAAAA...", assim, feito grito de guerra. Eu jurei pra mim mesmo que não iria mais ficar assim, nessa letargia besta de quanto se quer amar alguém. Ops... eu e meu mundo fechado, vou voltar pra toca, me fechar em minha bola, enfiar minha cabeça num buraco.


Resolvi sonhar com coisas pequenas, e o pior, me lembrar delas. Eu que nunca lembro do que sonho. Hoje sonhei que conversávamos sobre adaptar uma peça enquanto nos arrumávamos para ir à praia. Eu costumo fazer isso acordado; ficar sonhando com algo que poderia ser.


Eu tenho mania de preto & branco. Vivo fazendo drama mesmo, por qualquer motivo. Faço novela com qualquer coisa. Não sei me contentar com porções pequenas. Não sei lidar com essa distância. Pro inferno com uma postura adulta, eu preciso de toque. É o sentido do toque que mais me falta nessa vida. Durante o dia, tudo o que me sobra é trombar com algum mal humorado no meio da rua. Drama.


Por isso que eu vivo procurando o colorido de se ter alguém. Pra mim é tão difícil sentir isso, que quando sinto, me jogo de cabeça, feito um mergulhador profissional, entrando num perfeito 90 graus na piscina. Acho que sou feito as andorinhas. Já viram como as danadas são suicidas? Se jogam em voos rasantes, por prédios, carros. Deve ser o pássaro mais poético de todos, desses feito poesia de Pablo Neruda, gozando a vida enquanto brotam flores e nasce o sol. Felicidade gratuita. Gratuita? Elas podem voar.


Acho que não nasci pássaro por que meu tempo de vida seria curto. Tão logo eu saisse do ninho, metia o coco num outdoor ou num letreiro do McDonalds (se não me jogasse do ninho antes de ter asas). Já que me cortaram as asas, me acostumei a ser assim, feito uma pobre galinha olhando para esses membros estranhos e não podendo voar. Mas gosto de ser assim, quietão, meio desconfiado. Porque quando resolvo fazer, causo tempestades. Tenho pressa e quero direito.


Eu não sou fácil, mas é bem fácil me entender.


Sei lá por que diabos fico falando essas coisas. Sei sim, mas deixo ficar subentendidocomoumaideiaqueexistenacabeça
enãotemamenorpretensãodeacontecer...





Pra você: http://www.youtube.com/watch?v=Ep_PfhutvsI





2 comentários:

Bokapiu disse...

Como escreve bem esse menino! Fico atônito do lado de cá...

Ge disse...

Vc realmente escreve muito bem...lindo post...deixa assim ficar subentendido...beijo.